Diário de Mercado na 4ª feira, 24.10.2018
Escalada da aversão ao risco derruba mercados pelo mundo
Comentário.
Na esteira da sessão anterior, a elevação da aversão ao risco no exterior levou os mercados a firmes quedas nesta 4ª feira. O incremento na percepção de risco se deu no mesmo contexto de preocupação com o
(i) orçamento italiano,
(ii) noticiário negativo em relação ao Brexit, bem como pelos
(iii) potenciais “atos terroristas” contra líderes democratas e mídia norte-americana ocorridos nesta manhã, às vésperas de nova eleição parlamentar.
A queda generalizada em NY – Dow Jones e S&P apagaram os ganhos no ano – prejudicou também os ativos locais, com Ibovespa encerrando praticamente na mínima e o dólar subindo 1%, aos R$ 3,7380. Já a curva de juros futuros agregou prêmios, principalmente nas taxas de longo prazo.
Ibovespa.
O principal índice doméstico chegou a operar em alta na primeira hora de pregão, mas não resistiu aos maus ventos vindos do exterior e mergulhou em terreno de baixa, renovando mínimas a caminho do fim da sessão. Fortemente correlacionados ao dólar, apenas 4 dos 65 papéis avançaram. Na outra ponta, lideraram as perdas Ambev, Vale e Eletrobrás.
O Ibovespa fechou aos 83.063 pts (-2,62%), acumulando alta 4,69% no mês, 8,72% no ano e 8,79% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 17,5 bilhões, sendo cerca de R$ 17,0 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 22 (último dado disponível), após 8 saldos negativos, houve ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 251,866 milhões na bolsa, diminuindo o saldo negativo em outubro para R$ 1,438 bilhão. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é negativo em R$ 1,144 bilhão.
Agenda Econômica.
A confiança do consumidor da FGV apontou um crescimento de 4 pontos em outubro, passando de 82,1 pontos em setembro para 86,1 pontos. Em outubro de 2017, o índice registrava 85,8 pontos.
A arrecadação de impostos em setembro somou R$ 110,664 bilhões, com aumento real de 0,26% em relação ao mesmo período em 2017. Em relação a setembro desse ano, houve aumento real de 0,35%. Sendo o melhor desempenho entre os meses de setembro desde 2015, dentro das expectativas de mercado.
A prévia do PMI Manufatura dos EUA avançou de 55,6 para 55,9 em outubro. Já a prévia do PMI Manufatura da zona do euro regrediu de 53,2 para 52,1.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) avançou nesta quarta-feira em um contexto de apreciação generalizada da divisa norte-americana no exterior, bem como de noticiário político doméstico adverso, na ótica dos investidores.
O dólar comercial (interbancário) findou cotado a R$ 3,7380 (+1,00%), acumulando uma queda de -7,70% no mês, já no ano, a divisa acumula ganhos de 12,76% e de 15,02% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 217 pts, ante 212 da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em alta, principalmente na parte longa da curva, com seus contratos encerrando nas máximas. A elevação da aversão ao risco no exterior e o consequente fortalecimento do dólar foram os principais direcionadores. Já a seção curta fechou praticamente estável, precificando maior probabilidade de manutenção da Selic na próxima reunião do Copom.
O DI para janeiro de 2020 encerrou em 7,40% ante 7,39% no ajuste de ontem. Já o DI para janeiro de 2023 encerrou em 9,57% em relação aos 9,42% da última sessão.
Para 5ª e 6ª feira.
No Brasil, destaque para os dados de crédito do SFN na 6ª feira, 26.10 e para o resultado primário do governo central de setembro, a ser publicado no decorrer da semana.
No exterior, amanhã, 25.10, no BCE, haverá nova decisão sobre as taxas de juros e, fechando a semana, na 6ª feira, 26.10, a divulgação do PIB norte-americano estará no foco dos investidores.
Confira no a anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 25.10.2018, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB investimentos.