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Política

30 de Agosto de 2018 as 03:08:06



MONITOR DAS ELEIÇÕES Migração e Transferência de Votos no Eleitorado Brasileiro


Monitor Semanal das Eleições
Migração e transferência de votos entre o eleitorado brasileiro
 
Se o PT decidir seguir nas eleições com um substituto a Lula, quantos eleitores irão transferir seus votos até o dia de votação?
 
29.08.2018
 Depto de Pesquisa Macroeconômica do Itaú
Mário Mesquita, economista chefe.
 
 
• Comentário especial I:
 
O ex-presidente Lula (PT) lidera as últimas pesquisas eleitorais, mas há dúvidas a respeito da viabilidade de sua candidatura. Haverá tempo para seu eventual substituto, provavelmente Fernando Haddad, absorver seus votos até o dia de votação?
 
• Comentário especial II:
 
Jair Bolsonaro (PSL) vem liderando as pesquisas eleitorais no cenário em que o ex-presidente Lula não é considerado. Com um partido pequeno e concorrendo pela primeira vez à presidência, qual é a origem de seus eleitores?
 
• Redes sociais,
 
Nas rede sociais o crescimento do número de seguidores de João Amoedo (NOVO) segue em forte aceleração. Com isso, o candidato atingiu a quarta posição em número de seguidores.
 
 
1.  Comentário especial I
 
O ex-presidente Lula (PT) lidera as últimas pesquisas eleitorais, alcançando 39% de intenções de voto na mais recente pesquisa Datafolha. Entretanto, dada sua condenação em segunda instância, não é certo que ele possa se manter como o candidato oficial do partido até o final das eleições
 
Quando o PT decidir por seguir na corrida com um substituto, provavelmente Fernando Haddad, quantos eleitores de Lula irão transferir seus votos para Haddad até o dia da votação?
 
O gráfico abaixo mostra que o ex-presidente ainda exerce considerável influência sobre seus eleitores. 31% da população votariam “com certeza” no candidato indicado por ele, enquanto 18% “talvez” o façam.
 
Mesmo com estes números, o provável candidato que irá substituir Lula, Fernando Haddad (PT), teve 4% de intenção de votos na última pesquisa Datafolha, o que o coloca na quinta posição na corrida presidencial. Uma das possíveis razões para o desempenho relativamente baixo de Haddad é que os eleitores de Lula ainda não o reconhecem como o candidato indicado pelo ex-presidente. 
 
De fato, a última pesquisa Datafolha mostra que apenas 17% da população total sabem que ele deve vir a ser o substituto de Lula. E há discrepâncias relevantes atreladas ao nível de renda: entre pessoas com baixa renda (até dois salários mínimos), apenas 9% sabem que Haddad deve substituir Lula; e entre eleitores com renda entre 2 e 5 salários mínimos, apenas 19% sabem; entre a população com renda entre 5 e 10 salários mínimos, 34% sabem; e, entre as pessoas com alta renda (mais de 10 salários mínimos), 57% já reconhecem Haddad como o provável candidato do PT em substituição a Lula. A tabela abaixo resume estas informações.
 
Nas camadas da população em que Haddad é mais reconhecido como o provável substituto de Lula (média e alta renda), suas intenções de voto aumentaram desde o início deste ano. De fato, entre as pessoas com renda maior que 10 salários mínimos e entre 5 e 10 salários mínimos, o candidato tem 9% e 8% de intenções de voto, respectivamente (de 1% de ambos os grupos em janeiro), conforme visto no gráfico abaixo.
 
Analogamente, ao olhar por quebras entre regiões federativas, Haddad é reconhecido como o candidato de Lula por apenas 13% dos eleitores do Nordeste, um dos redutos eleitorais históricos do PT. 11% e 13% o conhecem no Norte e Centro-oeste, respectivamente. No Sudeste e no Sul, o candidato é reconhecido por 22% e 14% do  eleitorado, respectivamente. 
 
Com o início da campanha eleitoral na televisão e rádio na próxima 6ª feira, 31.08, e com a eventual substituição oficial de Lula por Haddad, é provável que aumente o reconhecimento deste como candidato oficial do PT e de Lula, o que deve impactar positivamente sua intenção de votos.
 
 
2. Comentário especial II
 
As últimas pesquisas sugerem que um segundo turno sem a presença de ambos PSDB e PT é um cenário bastante plausível nestas eleições. Isto não ocorre desde 1989 (as eleições de 1994 e 1998 não chegaram ao segundo turno, mas o primeiro e segundo lugares destas eleições foram destes dois partidos).
 
Uma das razões para a plausibilidade deste cenário é a presença de Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas no cenário sem Lula com cerca de 20% dos votos desde maio, alcançando 22% na última pesquisa Datafolha.
 
Sendo de um partido desconhecido e disputando a presidência pela primeira vez, cabe analisar de onde o ex militar está obtendo esta parcela expressiva de votos?
 
Na comparação entre os resultados do PSDB nas pesquisas entre 2014 e 2018, nota-se que o partido perdeu uma parcela importante de seu eleitorado, que parece corresponder ao aumento da preferência pelo candidato do PSL. De fato, no cenário com Lula, a soma das intenções de votos do PSL e PSDB, em 2018, corresponde aproximadamente ao total das intenções de voto do PSDB em 2014, com Aécio Neves como candidato à presidência. Naquele ano, Aécio teve 24% das intenções de voto, contra os atuais 19% e 6% do PSL e PSDB em 2018, respectivamente, que somam 25% do total, uma diferença de apenas 1 p.p. entre os dois períodos.
 
O cenário se mantém relativamente estável ao olharmos para quebras por regiões, renda, idade, educação e gênero. No Sudeste, região em que o PSDB costuma ter resultados relativamente melhores, a diferença de intenções de voto entre Aécio, em 2014, e a soma de Alckmin e Bolsonaro, neste ano, são de apenas 2%, dentro da margem de erro. 
 
Na quebra de renda, entre pessoas com renda acima de 10 salários mínimos, um perfil de eleitores também historicamente alinhado ao PSDB, 41% votaram em Aécio para presidente. Em 2018, PSL e PSDB somam 40% de intenções de voto, mas 30 pontos percentuais deste total agora escolhem o partido de Bolsonaro. Na tabela abaixo, resumimos estes números. A comparação foi feita entre a última pesquisa disponível neste ano e a última pesquisa realizada antes do dia de votação, em 2014 (ambas do   Datafolha). Diferenças menores que 3 p.p. são recorrentes e estão destacadas em laranja na tabela.
 
Esta análise, ainda que não exaustiva, indica que uma parcela considerável dos eleitores do PSDB na última eleição optou, neste ano, por votar em Jair Bolsonaro.
 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório preparado pelo Departamento e Pesquisa Macroeconômica do Itaú,
Mário Mesquita, economista chefe. 
 
 
 

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: Depto de Pesquisa Macroeconômica do Itaú, Mário Mesquita, economista chefe.





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