Veja o que foi negociado entre governo e caminhoneiros no último domingo:
a) Redução do preço diesel em R$ 0,46 nas bombas pelo prazo de 60 dias. Depois desse período, o preço do diesel será ajustado mensalmente
b) Preço do diesel será reduzido em 10% nas refinarias e ficará fixo por 30 dias. Nesse período, o valor referência será de R$ 2,10 nas refinarias. Os custos da primeira quinzena com a redução, estimados em R$ 350 milhões, serão arcados pela Petrobras. As despesas dos 15 dias restantes ficarão com a União como compensação à petrolífera. A cada 30 dias, o valor será reajustado conforme a política de preços da Petrobras e fixado por mais um mês.
c) Isenção da cobrança de pedágio dos caminhões que trafegarem com eixo suspenso. A medida vale para todas as rodovias (federais, estaduais e municipais)
d) A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai contratar caminhoneiros autônomos para atender até 30% da demanda de frete. O governo editará uma medida provisória no prazo de 15 dias.
e) Não haverá reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário de cargas
f) Será estabelecido frete mínimo rodoviário. Tabela de frete será reeditada em 1º de junho e, a partir daí, ajustada a cada três meses pela ANTT
g) Alíquota da Cide será zerada em 2018 sobre o diesel
h) Isenção do pedágio para caminhões que circulam vazios (eixo suspenso)
i) Ações judiciais contrárias ao movimento serão extintas
j) Multas aplicadas aos caminhoneiros em decorrência da paralisação serão negociadas com órgãos de trânsito
k) Entidades e governo terão reuniões periódicas a cada 15 dias
l) Petrobras irá incentivar que empresas contratadas para transporte dêem oportunidade aos caminhoneiros autônomos, como terceirizados, nas operações de transporte de cargo
m) Solicitar à Petrobras que seja observada resolução da ANTT 420, de 2004, sobre renovação da frota nas contratações de transporte rodoviário de carga.
Política de Preços Intocada
Contudo, a despeito dos benefícios oferecidos à categoria, todo o mercado e as lideranças dos caminhoneiros reconhecem que o nó górdio está na política de preços dos combustíveis aplicada pela Petrobras, desde julho de 2017, na gestão de Pedro Parente como presidente da Empresa.
Essa sistemática permite o repasse diário, ao preço do diesel e da gasolina no mercado interno, das oscilações de preços do petróleo no mercado internacional, bem como das oscilações do câmbio.
Com isso o diesel teve variação de 21,5% desde julho de 2017, o que levou os caminhoneiros ao movimento paradista.Pedro Parente teria afirmado no passado que deixaria o cargo na Petrobras, caso houvesse interferência do governo na política de preços da Empresa.
O fato é que, em vista das limitações da proposta do governo, de caráter fiscal e que não tocam na sistemática de reajustes diários dos preços da gasolina e do gas de cozinha, a greve dos caminhoneiros não somente deve continuar, como passará a receber o reforço da greve dos petroleiros, a partir desta 4ª feira, 30.05, que vem com o objetivo específico de provocar a meritória destituição de Pedro Parente, personagem que trouxe o caos ao País e agudizou a percepção pública da fraqueza do governo Temer.