Home   |   Expediente   |   Publicidade   |   Cadastre-se   |   Fale Conosco             

Política

10 de Maio de 2018 as 21:05:46



GEISEL autorizou execuções de opositores durante ditadura, revela a CIA


João Figueiredo observado por Ernesto Geisel, ao assinar termo de posse como presidente da República, em 15.03.1979.
 
Geisel autorizou execuções de opositores durante ditadura, diz CIA
 
Documento tornado público pelo Departamento de Estado dos EUA mostra que o ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979) autorizou que o CIE Centro de Inteligência do Exército continuasse a política de execuções sumárias contra opositores da ditadura militar no Brasil adotadas durante o governo de Emílio Garrastazu Médici, mas que limitasse as execuções aos mais “perigosos subversivos”.
 
O memorando de 11 de abril de 1974, assinado pelo então diretor da CIA (serviço de inteligência dos EUA) Willian Colby e endereçado ao então secretário de Estado Henry Kissinger, afirma que o presidente Geisel disse ao chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) à época, João Baptista Figueiredo, que se tornou presidente entre 1979 e 1985, que as execuções deveriam continuar.
 
Segundo o documento, Geisel e Figueiredo concordaram que quando o CIE detivesse alguém que poderia cair na categoria de subversivo perigoso, o chefe do Centro de Inteligência do Exército deveria consultar o general Figueiredo que, por sua vez, deveria dar sua aprovação antes da execução.
 
De acordo com o texto, Figueiredo insistiu na continuidade das execuções e Geisel fez comentários sobre os aspectos potencialmente prejudiciais da questão e pediu para refletir sobre o assunto no final de semana, antes de tomar uma decisão.
 
A publicação perdeu o sigilo em dezembro de 2015, mas o documento ganhou publicidade nesta 5ª feira, 10.05, por meio do professor Matias Spektor, coordenador do Centro de Relações Internacionais da FGV Fundação Getulio Vargas.
 
Nas redes sociais, onde divulgou o documento, o professor disse que
 
"este é o documento mais perturbador que já li em 20 anos de pesquisa: Recém-empossado, Geisel autoriza a continuação da política de assassinatos do regime, mas exige ao Centro de Informações do Exército a autorização prévia do próprio Palácio do Planalto".
 
O memorando relata que o encontro teria ocorrido em 30 de março de 1974 entre Geisel, Figueiredo e os generais do CIE Milton Tavares de Souza (então comandante do centro) e Confúcio Danton de Paula Avelino (que assumiria o comando do CIE posteriormente).
 
Ainda segundo o documento, o general Milton Tavares de Souza afirmou, na reunião, que cerca de 104 pessoas que entraram na categoria de subversivos foram sumariamente executadas pelo CIE no ano anterior.
 
O texto revela que, no dia 1º de abril, Geisel informou ao general Figueiredo que a política deveria continuar, mas que era preciso assegurar-se de que apenas “subversivos perigosos” fossem executados. Os militares acertaram também que o CIE deveria dedicar quase todos os esforços ao combate da “subversão interna”.
 
Para Spektor, o memorando
 
é a evidência mais direta do envolvimento da cúpula do regime (Médici, Geisel e Figueiredo) com a política de assassinatos”.
 
O memorando de número 99 faz parte de uma série intitulada Foreign Relations of the United States (Relações Exteriores dos EUA) e documenta a história das relações dos Estados Unidos com a América do Sul entre 1973 e 1976.
 
Apesar de os EUA terem retirado o sigilo em 2015, o primeiro e quinto parágrafos do texto sobre a reunião permanecem sigilosos.
 
O documento original está arquivado no escritório do diretor da CIA em Washington. A transcrição está disponível online em um site do governo federal norte-americano.
 
 
Nota do Exército Brasileiro
 
Em nota, o Exército Brasileiro informou que os documentos que poderiam comprovar as afirmações foram destruídos, de acordo com norma da época que visava preservar informações sigilosas.
 
"O Centro de Comunicação Social do Exército informa que os documentos sigilosos, relativos ao período em questão e que eventualmente pudessem comprovar a veracidade dos fatos narrados foram destruídos, de acordo com as normas existentes à época - Regulamento da Salvaguarda de Assuntos Sigilosos (RSAS) - em suas diferentes edições".
 
 
Confira AQUI  a matéria original da Agência Brasil.


Fonte: AGENCIA BRASIL





Indique a um amigo     Imprimir     Comentar notícia

>> Últimos comentários

NOTÍCIAS DA FRANQUEADORA E EMPRESAS DO SEGMENTO


  Outras notícias.
MORAES dá 48 h para Bolsonaro explicar visita à embaixada húngara 26/03/2024
MORAES dá 48 h para Bolsonaro explicar visita à embaixada húngara
 
BOLSONARO já esteve 3 vezes com primeiro-ministro da Hungria 27/03/2024
BOLSONARO já esteve 3 vezes com primeiro-ministro da Hungria
 
CASO MARIELLE - Relator da CCJ da Câmara defende manter prisão de Brazão 26/03/2024
CASO MARIELLE - Relator da CCJ da Câmara defende manter prisão de Brazão
 
CASO MARIELLE - Deputados pedem Vista e adiam Análise sobre Prisão de Brazão 26/03/2024
CASO MARIELLE - Deputados pedem Vista e adiam Análise sobre Prisão de Brazão
 
MACRON NO BRASIL - Lula e Macron visitam Floresta Amazônica em Belém 26/03/2024
MACRON NO BRASIL - Lula e Macron visitam Floresta Amazônica em Belém
 
PROSUB - Lula e Macron lançam 3º submarino de parceria entre Brasil e França 27/03/2024
PROSUB - Lula e Macron lançam 3º submarino de parceria entre Brasil e França
 
EMENDAS PARLAMENTARES são preservadas de Bloqueio de R$ 2,9 BI 22/03/2024
EMENDAS PARLAMENTARES são preservadas de Bloqueio de R$ 2,9 BI
 
ORÇAMENTO FEDERAL - Governo bloqueia R$ 2,9 BI para cumprir Meta Fiscal 22/03/2024
ORÇAMENTO FEDERAL - Governo bloqueia R$ 2,9 BI para cumprir Meta Fiscal
 
NOVO ENSINO MÉDIO - Câmara dos Deputados aprova texto-base do Projeto de Lei 21/03/2024
NOVO ENSINO MÉDIO - Câmara dos Deputados aprova texto-base do Projeto de Lei
 
CÂMARA aprova Fim da Saidinha de Presos; projeto vai à sanção 20/03/2024
CÂMARA aprova Fim da Saidinha de Presos; projeto vai à sanção
 
Escolha do Editor
Curtas & Palpites