Diário de Mercado na 4ª feira, 09.05.2018
Disparada do petróleo deflagra ganhos nas bolsas de valores
Resumo.
O anúncio, ainda na véspera, da retirada dos EUA do acordo nuclear do Irã foi o principal direcionador dos negócios em praticamente todas as praças de negociações.
Com os possíveis desdobramentos negativos do rompimento do acordo, o que pode incluir sanções comerciais dos EUA ao Irã, e ainda com a queda nos estoques norte-americanos de petróleo, o preço da commodity disparou, impulsionando majoritariamente as ações de companhias ligadas ao produto, bem como se destacou também o setor financeiro em Nova York.
No Brasil, o noticiário esvaziado de novidades no âmbito eleitoral forneceu um clima mais propício para a tomada de risco, tendo o bom humor do mercado ainda como pano de fundo a safra de balanços do 1T18, com resultados positivos de empresas ligadas às commodities metálicas.
Contrastando com os ganhos em bolsa, o dólar não apenas manteve como acelerou a apreciação ante o real, já deixando o patamar de R$ 3,50 para trás e testando a cotação de R$ 3,60 nesta sessão, fruto também do estreitamento do spread entre juros futuros no Brasil versus as taxas nos EUA.
Ibovespa.
A trajetória da bolsa foi impulsionada pelo o comportamento das ações PN e ON da Petrobras, que subiram cerca de 10% e 8%, respectivamente. Não apenas a petrolífera continuou ecoando o bom resultado divulgado na antevéspera, como a disparada do preço do petróleo foi fundamental para catalisar o movimento de alta da companhia, que liderou os ganhos do Ibovespa e contagiou positivamente a bolsa como um todo.
O índice fechou aos 84.265 pts (+1,58%), acumulando +1,38% na semana, -2,15% no mês , +10,29% no ano e +27,12% enm 12 meses. O robusto giro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,083 bilhões, sendo R$ 13,472 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 2ª feira, 07.05, último dado disponível, houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 200,23 milhões da bolsa, aumentando o saldo negativo para R$ 2,412 bilhões no mês e reduzindo o saldo positivo para R$ 2,009 bilhões no ano.
Agenda Econômica.
A fraca agenda desta quarta-feira reservou tão somente no Brasil a inflação semanal IPC-Fipe, que variou -0,03% na primeira quadrissemana de maio, vindo ligeiramente abaixo das estimativas em 0,02%.
No exterior, a produção industrial relativa ao mês de março na França decepcionou analistas, ao marcar oscilação de -0,4%, desacelerando ante 1,1% em fevereiro, e abaixo das projeções em +0,4%.
Câmbio e CDS.
Na direção oposta da maioria das moedas emergentes, o real se desvalorizou ante o dólar na sessão. Na máxima intraday, a moeda chegou a operar acima de R$ 3,60, nível que não era atingido desde junho de 2016, mas ao longo do pregão o avanço arrefeceu e a divisa fechou cotada a R$ 3,5970 (+0,81%), acumulando alta de +2,07% na semana, +2,65 no mês, +8,51% no ano e 12,97% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu a 196 pts, ante 199 pts da véspera.
Juros.
Sentidos distintos foram observados na oscilação dos contratos futuros ao longo da estrutura a termo de juros. Enquanto os contratos médios e longos avançaram refletindo a escalada do dólar e dos rendimentos dos US Treasuries, os vértices curtos foram principalmente influenciados por palavras do presidente do Bacen, que declarou que a recente alta do câmbio não deve influenciar a definição da próxima reunião do Copom, quando deve acontecer mais um – e provavelmente o derradeiro – corte na Selic deste ciclo de afrouxamento, para seu piso histórico de 6,25% a.a..
Para quinta-feira.
A agenda econômica volta a ganhar corpo, com dados como inflação ao produtor e consumidor da China ainda na madrugada.
No Brasil, também no âmbito inflacionário a primeira prévia do IGP-M de maio, e o destaque doméstico da semana, a inflação ao consumidor pelo IPCA.
Nos EUA, inflação ao consumidor pelo IPC; e no Reino Unido, produção industrial e decisão de juros do Bank of England.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 09.05.2018, elaborado por RAFAEL REIS, CNPI-P, e HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, ambos do BB Investimentos.
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