Home   |   Expediente   |   Publicidade   |   Cadastre-se   |   Fale Conosco             

Política

29 de Abril de 2018 as 22:04:22



STF decide na 4ª feira sobre Foro Privilegiado


STF decide nesta semana sobre fim do foro privilegiado a parlamentares
 
 
O STF Supremo Tribunal Federal deve retomar na 4ª feira, 02.05,  o julgamento sobre a restrição ao foro por prorrogativa de função, conhecido como foro privilegiado, para deputados e senadores.
 
Até o momento, há maioria de oito votos a favor do entendimento de que os parlamentares só podem responder a um processo na Corte se as infrações penais ocorreram em razão da função e cometidas durante o mandato. Caso contrário, os processos deverão ser remetidos para a primeira instância da Justiça.
 
O julgamento começou no dia 31 de maio de 2017 e foi interrompido por dois pedidos de vista dos ministros Alexandre de Moraes e Dias Toffoli, que será o próximo a votar. O relator, Luís Roberto Barroso, votou a favor da restrição ao foro e foi acompanhado pelos ministros Marco Aurélio, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Luiz Fux e  Celso de Mello. Faltam os votos de Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
 
De acordo com o voto de Barroso, o foro por prerrogativa dos deputados, previsto no Artigo 53 da Constituição, deve ser aplicado somente aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
 
O voto do ministro também prevê que o processo continuará na Corte se o parlamentar renunciar ou para assumir um cargo no governo após ser intimado para apresentar alegações finais. 
 
De acordo com professor da FGV Direito Rio Ivar Hartmann, coordenador do projeto Supremo em Números, a restrição ao foro privilegiado pode permitir que os julgamentos de questões penais que, obrigatoriamente, devem ser julgados pelos colegiados da Corte, sejam mais céleres, diante da menor quantidade de ações. Segundo o professor, devido ao acúmulo de processos, a maioria das decisões do STF são tomadas individualmente pelos ministros.
 
"Na parte que decide colegiadamente há um gargalo muito sério, nas turmas e no plenário,como essas ações de inquérito com foro que são decididas colegiadamente, tirá-las afetaria positivamente o colegiado”,
 
disse Hartmann à Agência Brasil.
 
Gargalo
 
Conforme o estudo Supremo em Números, o tempo de tramitação de uma ação penal em 2016 foi de 1.377 dias, tempo maior que o registrado em 2002, quando o processo era julgado em aproximadamente em 65 dias.
 
Entre 2012 e 2016, das 384 decisões tomadas em ações penais, a declinação de competência, quando o parlamentar deixa o cargo e perde o foro no STF, representou 60% dos despachos, enquanto as absolvições chegaram a 20%. Condenações ficam em apenas 1%. 
 
O promotor de Justiça e professor de Direito Penal do Complexo de Ensino Renato Saraiva (CERS) Rogério Sanches Cunha explica que o foro por prerrogativa de função foi criado para punir crimes funcionais, mas, ao longo do tempo, deixou passou a ser um privilégio.
 
“Nós banalizamos o foro. Temos mais de 50 mil pessoas com foro por prerrogativa de função",
 
disse o professor.
 
Sobre as consequências da decisão da Corte, Sanches avalia que as investigações que estão em andamento no STF e que devem seguir para a primeira instância não serão iniciadas novamente e retomadas do ponto em que foram suspensas. Para o professor, os processos devem sofrer algum atraso, mas serão decididos bem mais rápido em relação aos que tramitam no STF. “Num primeiro momento, vai gerar atraso para os casos em andamento, mas será muito menor que o STF”, afirmou.
 
Lava Jato
 
Mesmo com a finalização do julgamento, a situação processual dos deputados e senadores investigados na Operação Lava Jato pelo STF deve ficar indefinida e as dúvidas serão solucionadas somente com a análise de cada caso. Os ministros terão que decidir se parlamentares vão responder, na própria Corte ou na primeira instância, às acusações por terem recebido recursos ilegais de empreiteiras para financiar suas campanhas. 
 
Na avaliação do professor Hartmann, existem argumentos jurídicos relevantes a favor e contra a manutenção do foro para crimes cometidos para financiar campanhas.
 
"Interpretar o caso de crime envolvendo financiamento de campanha é um caso onde eu consigo ver argumentações para os dois lados. Há argumentos no sentido de que não é em função [do mandato] ou até não é durante o mandato. Por outro lado, vejo argumentos possíveis no sentido de que a pessoa está usando as prerrogativas cargo para cometer esse crime",
 
avalia. 
 
O caso concreto que está sendo julgado pelo STF envolve a restrição de foro do atual prefeito de Cabo Frio (RJ), Marcos da Rocha Mendes. Ele chegou a ser empossado como suplente do deputado cassado Eduardo Cunha, mas renunciou ao mandato parlamentar para assumir o cargo no município. O prefeito respondia a uma ação penal no STF por suposta compra de votos, mas, em função da posse no Executivo municipal, o processo foi remetido para a Justiça.  Na última 3ª feira,  24.04, Mendes teve o mandato cassado pelo TSE Tribunal Superior Eleitoral. 


Fonte: AGENCIA BRASIL





Indique a um amigo     Imprimir     Comentar notícia

>> Últimos comentários

NOTÍCIAS DA FRANQUEADORA E EMPRESAS DO SEGMENTO


  Outras notícias.
JOÃO CÂNDIDO, Comandante Negro, Herói da Pátria refutado pela Marinha 27/04/2024
JOÃO CÂNDIDO, Comandante Negro, Herói da Pátria refutado pela Marinha
 
Senado recorre ao STF para manter DESONERAÇÃO da Folha de Pagamentos 26/04/2024
Senado recorre ao STF para manter DESONERAÇÃO da Folha de Pagamentos
 
24 MILHÕES de Pessoas deixaram de passar fome no Brasil 26/04/2024
24 MILHÕES de Pessoas deixaram de passar fome no Brasil
 
VITÓRIA DO GOVERNO - Adiada a Sessão do Congresso sobre Vetos Presidenciais 25/04/2024
VITÓRIA DO GOVERNO - Adiada a Sessão do Congresso sobre Vetos Presidenciais
 
LULA; “Não há divergência que não possa ser superada 23/04/2024
LULA; “Não há divergência que não possa ser superada"
 
CNJ determina afastamento de Gabriela Hardt, ex-juíza da Lava jato 16/04/2024
CNJ determina afastamento de Gabriela Hardt, ex-juíza da Lava jato
 
Senado vota PEC sobre Criminalização das Drogas 16/04/2024
Senado vota PEC sobre Criminalização das Drogas
 
PMDF investiga 2 Pacotes Suspeitos no Aeroporto de Brasília 16/04/2024
PMDF investiga 2 Pacotes Suspeitos no Aeroporto de Brasília
 
FAB diz estar de prontidão para resgatar brasileiros no Oriente Médio 14/04/2024
FAB diz estar de prontidão para resgatar brasileiros no Oriente Médio
 
PLENÁRIO DA CÂMARA decide manter prisão de CHIQUINHO BRAZÃO 10/04/2024
PLENÁRIO DA CÂMARA decide manter prisão de CHIQUINHO BRAZÃO
 
Escolha do Editor
Curtas & Palpites