Diário de Mercado na 5ª feira, 29.03.2018
Ibovespa recupera os 85 mil pontos no último dia do trimestre
Resumo.
Alinhado ao mercado norte-americano, que operou em forte alta, o Ibovespa saltou de volta aos 85 mil pontos, recuperando integralmente a queda que se acumulava no mês, e encerrando o mês de março em estabilidade. O direcional do movimento veio por contra do alívio na tensão entre EUA e China e sua guerra comercial, o que também se estendeu para os mercados de juros e câmbio, que expressaram tal descompressão com significativos recuos.
Ibovespa.
A recuperação veio firme nesta quinta-feira, véspera de feriado prolongado e que marcou o final do trimestre. Em verdade o ajuste mensal das carteiras de investimento foi ofuscado pelo grande alívio vindo do exterior quanto à questão da guerra comercial EUA x China.
Enquanto lá fora o destaque ficou por conta das ações do setor de Tecnologia como Apple, Facebook e Amazon, por aqui predominou a compra de papéis líquidos, em especial bancos, mas também siderurgia, Petrobras e Vale.
O Ibovespa findou aos 85.365 pts (1,78%), estável (0,01%) no mês, 11,73% no ano e 30,27% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 10,81 bilhões, sendo R$ 10,36 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No mais atual dado disponível, na 3ª feira, 27.03, ocorreu saída líquida de capital estrangeiro na bolsa de R$ 14,518 milhões, acumulando saída de R$ 5,466 bilhões em março e saldo negativo de R$ 148,966 milhões em 2018.
Agenda Econômica.
No Brasil, a taxa de desemprego cresceu a 12,6% no trimestre até fevereiro. Apesar do aumento, o dado não foi considerado surpreendente, já que tradicionalmente o desemprego responde a determinada sazonalidade de início de ano, tendo o dado ficado em linha com o número esperado pelos analistas.
Também dentro do aguardado, nos EUA, a inflação medida pelo PCE (Personal Consumption Expenditure) em fevereiro ficou em 1,8% na comparação anual. Seu núcleo, que elimina itens voláteis como alimentos e energia subiu 1,6% na comparação anual, o que permanece emitindo sinais de que embora o desemprego esteja em nível recorde por lá, o processo inflacionário permanece moderado, avançando lentamente à meta de 2% do Fed.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial também foi influenciado pela melhoria do clima nos negócios externamente e cedeu firme. Apesar do forte recuo, o nível de R$ 3,30 que chegou a ser perdido no intraday foi retomado na reta final dos negócios.
A moeda encerrou cotada a R$ 3,3019, acumulando 1,96% no mês, -0,21% no ano e 5,97% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos cedeu a 165 pts, ante 168 pts na véspera.
Juros.
Houve predomínio de queda nos vértices ao longo da curva futura de juros, mais notadamente entre os vencimentos médios e longos. Entre os direcionadores, além do maior apetite ao risco advindo do exterior, o Relatório Trimestral de Inflação do Bacen evidenciou a maior probabilidade de afrouxo monetário por um período mais prolongado.
Para a semana.
Brasil: PMI Manufatura, IPC-S FGV, Utilização da capacidade CNI, Balança comercial mensal, IPC FIPE - mensal, Produção industrial, CNI Confiança do Consumidor, Dados de veículos Anfavea;
EUA: PMI Manufatura, ADP empregos privados, Pedidos de bens duráveis, Balança comercial, Payroll - Criação Vagas Economia, Taxa de desemprego, Média de ganhos por hora, Crédito ao consumidor;
Alemanha: Produção industrial, PMI Manufatura;
França: PMI Manufatura; zona do euro: PMI Manufatura, IPC principal;
Japão: Produção industrial, PMI Manuf;
China: Reservas estrangeiras.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira Santa, 29.03.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos