Diário do Mercado na 3ª feira,30.01.2018
Apesar da queda generalizada no exterior, Ibovespa tem leve recuo
Resumo.
Mesmo com mau humor externo, o Ibovespa mostrou resiliência ao se recuperar de uma queda que excedia 1% na mínima intradiária, encerrando com recuo de 0,26%.
O índice deu prosseguimento ao movimento de realização dos lucros observado na véspera – interpretado pelo mercado como natural após a maior alta semanal (+5,30%) desde abril de 2016.
Ainda assim, o Ibovespa conseguiu “defender” o patamar dos 84 mil pts. Já a queda nos ativos internacionais segue, em parte, a mesma lógica de realização de lucros, embora sua ocorrência também possa ser justificada pela maior cautela dos investidores, que aguardam eventos importantes da agenda norte-americana, a saber:
(i) discurso de Trump,
(ii) reunião do Fomc, ambos amanhã (31/1), e
(iii) divulgação do Payroll, na sexta-feira (2/2).
Ibovespa.
O índice doméstico deu continuidade ao movimento de baixa da véspera (-0,97%), recuando 0,26% na sessão desta terça-feira. O Ibovespa chegou a 83.803 pts (-1,06%) na mínima intradiária e se recuperou na parte final do pregão, apesar da influência negativa das bolsas estrangeiras.
Vale e Petrobras puxaram a queda, com recuos significantes. Na outra ponta, Bradesco e papéis de companhias ligadas ao câmbio, a exemplo de Fibria e Suzano, valorizaram.
O índice encerrou aos 84.482 pts (-0,25%), acumulando -1,26% na semana, +10,58% no mês (e no ano) e +31,39% em 12 meses. O bom volume preliminar da Bovespa foi de R$ 10,106 bilhões, sendo R$ 9,839 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 6ª feira, 26,01, houve vigoroso ingresso líquido de capital estrangeiro na bolsa, no valor de R$ 1,883 bilhão. Em 2018, a entrada líquida já acumula R$ 9,183 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-M desacelerou a +0,76% em janeiro, ante variação de +0,89% em dezembro – abaixo do consenso de +0,81%. Já nos últimos 12 meses, o índice arrefeceu a deflação de -0,52% na leitura de dezembro, frente a recuo de -0,41% em janeiro – sendo o projetado uma oscilação de -0,35%.
No desdobramento do índice, o IPA-M (atacado), maior peso do IGP-M, desacelerou de +1,24% em dezembro para +0,91% em janeiro. Já o IPC-M (varejo) subiu de +0,30% em dezembro para +0,56% em janeiro, enquanto o INCC-M (construção) variou +0,28% em janeiro, ante +0,14% em dezembro.
Na zona do euro, a divulgação da prévia do PIB mostrou avanço de +0,6 do 4T17 contra o trimestre anterior. Na comparação anual, o dado preliminar demonstra crescimento de +2,7% do PIB, ante +2,8% (revisado de +2,6%) na leitura anterior.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu sessão em baixa, sofrendo reversão de tendência a partir do início da tarde. A divisa chegou a valer R$ 3,1950 na máxima intradiária (+0,94), mas deixou parte dos ganhos até o fim do pregão. No exterior, o comportamento do dólar foi misto, registrando majoritária apreciação frente as moedas emergentes.
A divisa fechou a R$ 3,1800 (+0,47%), acumulando +1,34% na semana, -4,07% no mês (e no ano) e +1,76% em 12 meses.
Risco País. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 146 pts, ante 144 pts da véspera.
Juros.
Embora tenham operado em alta na maior parte da sessão, os juros futuros encerraram a sessão regular bem próximos da estabilidade. Alguns contratos de curto e médio prazos fecharam com leve viés de alta, ainda em decorrência dos avanços nos rendimentos dos Treasuries e do dólar.
Para a quarta-feira.
Brasil: taxa de desemprego, resultado nominal do setor público consolidado, resultado primário do setor público consolidado, coeficiente % da dívida/PIB e resultado primário do governo central;
EUA: Payroll, PMI Chicago e decisão taxa FOMC (limite máx); zona do euro: IPC;
França: IPC núcleo; China: PMI manufatura Caixin.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportament do mercado na 3ª feira, 30.01.2017, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e WESLEY BERNABÉ, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.
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