Diário do Mercado na 2ª feira, 29.01.2018
Ibovespa cai 1% com mau humor externo, que induziu realizações
Resumo.
Após a euforia da semana passada, na qual o Ibovespa avançou +5,33%, houve realizações de ganhos e baixa de quase 1% na sessão de hoje, encerrando abaixo do recorde de 85 mil pts.
No momento, os investidores interpretaram a queda como um natural embolso de lucros, depois de sucessivas renovações de máximas históricas. No cenário doméstico, vale destacar o resultado primário do governo central em 2017, que registrou déficit de R$ 124 bilhões – o resultado foi visto como favorável por vir melhor do que a meta do governo de déficit de R$ 159 bilhões e do consenso dos analistas.
No exterior, a queda foi generalizada, pressionando as bolsas mundo afora. O mau humor externo adveio da efetivação de ganhos após o um extenso rali de alta apoiado no otimismo com o crescimento global, com cautela em relação à pesada agenda da semana nos EUA - com divulgação do payroll (criação de vagas na economia) e a reunião do FOMC (a última de Janet Yellen).
Ibovespa.
O índice operou negativo durante todo o pregão, aprofundando as perdas no início da tarde, com a mínima sendo atingida aos 84.340 pts (-1,39%), pouco antes das duas horas finais de negociação.
O setor de bancos foi determinante para o comportamento no dia, com os papéis sofrendo expressivas baixas. Já na outra ponta, a Fibria teve firme avanço em meio a boatos sobre interesse estrangeiro em sua aquisição, contribuindo para suavização da baixa do índice doméstico, ao lado de Vale e JBS, que também fecharam em alta.
O Ibovespa encerrou aos 84.698 pts (-0,97%), acumulando valorização de +10,86% no mês (e no ano) e de +28,27% em 12 meses. O vistoso volume preliminar da Bovespa foi de R$ 11,495 bilhões, sendo R$ 11,169 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 4ª feira, 24.01, houve ingresso líquido de R$ 747,631 milhões de capital estrangeiro na bolsa, acumulando convincente entrada líquida de R$ 7,300 bilhões em 2018.
Agenda Econômica.
No Brasil, a taxa de inadimplência para a pessoa física no crédito livre registrou elevação de 5,4% em novembro para 5,2% em dezembro. Já o índice de confiança do consumidor da CNI subiu para 102.9 pts em janeiro, ante 100.5 pts em dezembro.
O governo central registrou déficit de R$ 21,1 bilhões em dezembro, contra superávit de R$ 1,3 bilhão em novembro – melhor que consenso deficitário de R$ 25,0 bilhões. Deste modo, o governo central encerrou 2017 com resultado negativo de R$ 124,401 bilhões, abaixo da meta fiscal estipulada em R$ 159 bilhões para o ano passado.
Nos EUA, destacadamente, o núcleo do PCE permaneceu em +1,5% na comparação anual. Em dezembro, variou +0,2%, frente a +0,1% em novembro – em linha com a projeção de mercado.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou durante toda a sessão em terreno de alta, com pouca volatilidade durante o dia e chegou a valer R$ 3,1710 (+1,05%), na máxima intradiária. No exterior, a divisa se fortaleceu frente a maioria das principais moedas.
A divisa fechou a R$ 3,1650 (+0,86%), acumulando -4,52% no mês (e no ano) e +0,51% em 12 meses.
Risco País.
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 144 pts, ante 143 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular com ajustes de alta na maior parte dos contratos. A elevação da curva se deu após consecutivas baixas, em dia de apreciação do dólar e de avanço nos rendimentos dos Treasuries.
Para a 3ª feira.
Brasil: IGP-M (FGV);
EUA: S&P CoreLogic CS 20-cidades e Conf. Board confiança do consumidor;
Zona do euro: PIB;
Alemanha: IPC;
França: PIB;
Japão: produção industrial;
China: PMIs manufatura e não manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 29.01.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, RICARDO VIEITES, CNPI, ambos do BB Investimentos