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Economia e Finanças

27 de Janeiro de 2018 as 03:10:30



BALANÇA COMERCIAL Déficit de US$ 9.8 bi em 2017: 0,5% do PIB


Menor déficit em conta corrente anual desde 2007 
 
O déficit em conta corrente fechou 2017 em US$ 9,8 bilhões ou 0,5% do PIB
 
 
O déficit em conta corrente fechou 2017 em US$ 9,8 bilhões ou 0,5% do PIB (contra US$ 23,5 bi ou 1,3% do PIB em 2016). A principal contribuição para a redução do déficit veio mais uma vez da balança comercial, que foi superavitária em US$ 64 bilhões.
 
Os déficits de serviços e rendas, por sua vez,avançaram US$ 3,4 bi e US$ 1,5 bi, respectivamente. Do lado do financiamento, o ano foi marcado por investimento direto no país ainda em patamar elevado.
 
Para os próximos anos, mantemos a nossa projeção de déficits crescentes, permanecendo em patamar confortável, isto é, sem comprometer a sustentabilidade externa. 
 
O déficit em conta corrente no mês de dezembro somou US$ 4,3 bilhões, em linha com as nossas expectativas e do consenso do mercado (ambos em US$ 4,2 bi). Acumulado em 12 meses, o déficit em conta corrente avançou para US$ 9,8 bi ou 0,5% do PIB. A média móvel trimestral dessazonalizada e anualizada seguiu estável em torno de US$ 10 bi em dezembro. Ao longo de 2017, o déficit em conta corrente recuou 59% em relação a 2016 (US$ 9,8 bi ante US$ 23,5 bi), registrando o menor valor desde 2007.
 
 
A balança comercial apresentou superávit de US$ 4,6 bilhões, acima dos US$ 4,2 bi registrados em dezembro de 2016. Com um superávit de US$ 64 bi em 2017 (ante superávit de US$ 45 bi em 2016), a balança de bens foi a principal contribuição positiva para a redução do déficit em conta corrente ao longo do ano.
 
O déficit de serviços somou US$ 3,7 bilhões em dezembro, uma piora em relação aos US$ 3,4 bi registrados em dezembro de 2016. O déficit de viagens internacionais e transportes seguiram avançando (para US$ 1,1 bi ante US$ 941 mi em dezembro de 2016 e para US$ 526 mi ante US$ 317 mi), mas foi parcialmente compensado pelo recuo na contas de aluguel de equipamentos (déficit de US$ 1,7 bi ante US$ 2,0 bi). 
 
No ano, o déficit de serviços voltou a avançar: de US$ 30 bi em 2016 para US$ 34 bi em 2017. O déficit de viagens internacionais e transportes foram os principais destaques aumentando 56% (de US$ 8,5 bi para US$ 13,2 bi) e 33% (de US$ 3,7 bi para US$ 5 bi), respectivamente.
 
A conta de rendas teve déficit de US$ 5,9 bi, uma redução em relação aos US$ 7,0 bi observados no mesmo mês do ano passado. O pagamento de juros somou US$ 2,2 bi (ante US$ 3,1 bi em 2016). O déficit de lucros e dividendos (sazonalmente mais elevado em dezembro), por sua vez, recuou para US$ 3,7 bi este mês, ante US$ 3,9 bi em dezembro de 2016. 
 
No ano, o déficit de rendas avançou de US$ 41,1 bi para US$ 42,6 bi, explicado basicamente por maior déficit de lucros e dividendos.
 
 
Na conta financeira, o investimento direto no país (IDP) surpreendeu e somou US$ 5,4 bi, bem abaixo das nossas estimativas e do consenso de mercado (ambos em US$ 10 bi). Do IDP total, US$ 8,6 bi veio na forma de participação no capital. O empréstimos intercompanhia, por sua vez, mostraram saídas líquidas de US$ 3,2 bi, com as amortizações pagas ao exterior superando os créditos recebidos do exterior. 
 
Em 2017, o IDP somou US$ 70,3 bi (3,4% do PIB) e foi a principal fonte de financiamento do déficit em conta corrente. O IDP cobriu mais uma vez a totalidade do déficit em conta corrente em 2017.
 
O investimento estrangeiro no mercado local de capitais foi negativo depois de dois meses de entradas (saídas de US$ 3,0 bi). Foram registradas saídas de US$ 5,7 bi do mercado local de renda fixa, parcialmente compensadas por entradas de US$ 2,7 bi no mercado local de ações. Ao longo de 2017 foram registradas entradas de US$ 226 mi para o mercado local de capitais depois de saídas de US$ 16 bi em 2016.
 
As reservas internacionais terminaram dezembro em US$ 374 bi pelo conceito caixa e US$ 382 bi pelo conceito liquidez. A diferença de US$ 8,0 bi se deve ao posicionamento do Banco Central em linhas com recompra.
 
 
Em suma, o déficit em conta corrente recuou pelo terceiro ano consecutivo, ajudado pelo bom desempenho da balança comercial. Na conta financeira, o IDP seguiu em patamar elevado (em torno dos US$ 70 bi) e cobrindo a totalidade do déficit em conta corrente, diminuindo a dependência de capitais mais voláteis (como investimento em portfólio). 
 
Para os próximos anos, esperamos que a combinação de recuperação da demanda doméstica e preços de commodities mais baixos (em média em 2018 comparado com 2017) resultem em déficits em conta corrente maiores, mas sem prejudicar a sustentabilidade das contas externas. Projetamos déficit em conta corrente de US$ 31 bi em 2018.
 
 
Julia Gottlieb


Fonte: Julia Gottlieb, da equipe de economistas do ITAÚ BBA





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