Diário do Mercado na 4ª feira, 24.01.2018
Mercado avança avaliando possível mudança no quadro eleitoral
Resumo.
No pregão desta quarta-feira, os olhos do mercado estiveram focados no julgamento em segunda instância do ex-presidente Lula.
O Ibovespa principiou a sessão já ascendente e, em seguida, os investidores foram acompanhando o desenrolar dos votos dos três desembargadores que julgavam a causa – tanto o relator, como o revisor não apenas ratificaram a condenação da primeira instância como também ampliaram a pena.
A trajetória de alta teve prosseguimento e um novo rali se configurou na última hora e meia de negócios com o último voto alinhado aos anteriores.
Deste modo, diante da unanimidade do placar de 3 a 0 em desfavor do réu, a interpretação dos agentes é que a possibilidade de recursos passou a ter menos espaço e, por consequência, as chances de sua candidatura para Presidente da República na eleição deste ano diminuíram consideravelmente.
Em suma, o índice Ibovespa perfez mais uma vez sua máxima intradiária e histórica de fechamento – esta na décima primeira vez neste mês de janeiro.
Já o dólar, que recuou perante as principais moedas no exterior, desceu a sua menor cotação em três meses, ao mesmo tempo que o CDS Brasil 5 anos caiu nove pontos e os principais contratos de juros futuros também recuaram significantemente.
No exterior, as bolsas de Nova York encerraram com sinais mistos, enquanto houve majoritária baixa nos principais mercados acionários europeus.
Ibovespa.
O índice se manteve em tendência positiva ao longo de todo o pregão, tendo incrementado seu avanço após às 16h30min. O setor de bancos, a Petrobras e a Vale comandaram a sessão com avanços vigorosos e apenas quatro papeis do índice recuaram.
O Ibovespa fechou aos 83.680 pts (+3,72%), acumulando valorização de +3,03% na semana, +9,53% no mês (e no ano) e +27,10% em 12 meses. O robusto volume preliminar da Bovespa foi de R$ 15,212 bilhões, sendo R$ 14,699 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 2ª feira, 22.01, houve ingresso líquido de R$ 422,259 milhões de capital estrangeiro na bolsa, acumulando entrada líquida de R$ 5,986 bilhões em 2018.
Agenda Econômica.
Ganham destaque na agenda desta quarta-feira as prévias dos PMIs manufatura de EUA, zona do euro, Alemanha e França. Nos EUA, o índice subiu de 55,1 pts em dezembro para 55,5 pts em janeiro – acima da projeção de 55,0 pts.
Na zona do euro, o PMI manufatura caiu a 59,6 pts em janeiro, ante 60,6 pts em dezembro – abaixo do consenso de 60,3 pts. Já na Alemanha, a prévia do índice desceu a 61,2 pts no presente mês, contra 63,3 pts em dezembro – enquanto o mercado aguardava 63,0 pts.
Na França, a queda foi de 58,8 pts em dezembro para 58,1 pts em janeiro – com consenso em 58,6 pts.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) apresentou queda firme na sessão desta quarta-feira, com leve repique nos minutos finais de pregão. Além do comportamento da moeda ter espelhado a baixa generalizada da divisa no exterior, o recuo se fortaleceu, segundo o mercado, com as considerações dos agentes em relação aos desdobramentos do julgamento do ex-presidente Lula.
O dólar encerrou cotado a R$ 3,1700 (-2,01%), acumulando -0,94% na semana, -4,37% no mês (e no ano) e -0,09% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos baixou para 146 pts, ante 155 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular com queda relevante em toda a extensão de sua curva de estrutura a termo. O comportamento refletiu a visão do mercado em relação à decisão do julgamento do ex-presidente Lula.
Para a quinta e sexta-feira.
Brasil: FGV confiança do consumidor, dados do setor externo, resultado primário do governo central, coleta de impostos e criação de empregos formais;
EUA: balança comercial, estoques no atacado, vendas de casas novas, índice antecedente, PIB, consumo pessoal, pedidos de bens duráveis
Zona do euro: BCE – taxa de juros; Alemanha: confiança do consumidor;
Reino Unido: PIB;
Japão: IPC.
China: lucros industriais.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 24.01.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.