IPCA fechou o ano de 2017 com alta de 2,95%,
ligeiramente abaixo do piso da meta de inflação
Para janeiro, a nossa projeção preliminar para o IPCA aponta alta ao redor de 0,32%
O IPCA registrou variação de 0,44% em dezembro, resultado acima do teto das expectativas de mercado. Com isso, o índice fechou o ano com variação de 2,95%, ligeiramente abaixo do piso da meta (3,0%).
Em relação à inflação de 2016 (6,29%), houve queda de 3,34 pontos percentuais (p.p.). De acordo com o IBGE, este foi o menor resultado anual desde 1998.
A maior contribuição de alta no mês veio do grupo transportes (0,22 p.p.) – refletindo as pressões nos preços dos combustíveis e da passagem aérea –, seguida pela contribuição do grupo alimentação e bebidas (0,13 p.p.)
Por outro lado, o grupo habitação registrou taxa negativa, diante da queda na conta de luz em razão do acionamento da bandeira tarifária vermelha em patamar 1. Para janeiro, a nossa projeção preliminar para o IPCA aponta alta ao redor de 0,32%, com a taxa em 12 meses praticamente estável em 2,9%.
O IPCA apresentou variação de 0,44% em dezembro, resultado acima da nossa estimativa (0,32%) e do teto das expectativas de mercado (0,38%, com mediana em 0,30%). As maiores surpresas em relação à nossa estimativa vieram nos resultados dos grupos alimentação e vestuário. O IPCA havia registrado variação de 0,28% no mês anterior e 0,30% em dezembro de 2016. Com isso, o índice fechou o ano de 2017 com alta de 2,95%, ligeiramente abaixo do piso da meta para a inflação (3,0%). No ano de 2016, o IPCA havia registrado variação de 6,29%.
Os preços livres subiram 0,52% em dezembro, fechando o ano com alta de 1,3% (ante 6,6% no ano de 2016), enquanto os preços administrados apresentaram variação mensal de 0,21%, acumulando alta de 8,0% no ano (ante 5,5% em 2016). A contribuição dos preços livres para a inflação do ano foi de 1,0 p.p. (ante 5,0 p.p. em 2016), ao passo que a dos preços administrados, de 1,9 p.p. (ante 1,3 p.p. em 2016). No âmbito dos preços livres, a alimentação no domicílio registrou variação de 0,42% em dezembro, com deflação de 4,9% no ano (9,4% em 2016); os serviços subiram 0,59% no mês, acumulando alta de 4,5% no ano (6,5% em 2016); e os preços industriais variaram 0,46% no mês, fechando o ano com alta de 1,0% (4,8% em 2016). No segmento dos serviços, o indicador subjacente – que exclui itens relacionados a turismo, serviços domésticos, cursos e comunicação - variou 0,41% em dezembro, com alta acumulada de 3,7% em 2017 (6,3% em 2016).
Por grupos de produtos, a maior contribuição de alta no mês veio de transportes (0,22 p.p.), seguida pelas contribuições de alimentação e bebidas (0,13 p.p.), vestuário (0,05 p.p.), saúde e cuidados pessoais (0,05 p.p.) e despesas pessoais (0,04 p.p.). No grupo transportes, as maiores contribuições de alta vieram dos combustíveis (alta de 2,5%, com impacto de 0,14 p.p.) e da passagem aérea (alta de 22,3%, com impacto de 0,09 p.p.). Já no grupo alimentação, as maiores contribuições positivas vieram de alimentação fora do domicílio (0,07 p.p.), carnes (0,04 p.p.) e panificados (0,02 p.p.).
No sentido contrário, houve contribuição negativa do grupo habitação (-0,06 p.p.). Neste caso, destaque para a queda de 3,1% na conta de energia elétrica, em razão do acionamento da bandeira tarifária vermelha em patamar 1, após patamar 2 em novembro.
Com bandeira vermelha em patamar 1 a cobrança extra foi de R$3,00 por cada 100 quilowatts hora (kWh) de consumo mensal, menor que os R$5,00 cobrados no mês anterior, quando vigorou a bandeira vermelha em patamar 2.
Já no resultado da inflação do ano, as maiores contribuições de alta vieram dos grupos habitação (0,95 p.p.), saúde e cuidados pessoais (0,76 p.p.), transportes (0,74 p.p.), despesas pessoais (0,47 p.p.) e educação (0,33 p.p.). Já o grupo alimentação e bebidas – com queda de 1,9% no ano – exerceu contribuição de -0,48 p.p., contra +2,17 p.p. em 2016. De acordo com o IBGE, foi a primeira vez que o grupo alimentação apresentou deflação no ano desde a implantação do Plano Real.
Os núcleos da inflação também subiram em relação ao apurado no mês anterior. Na média das três medidas mais utilizadas (média aparada com suavização, dupla ponderação e exclusão de itens mais voláteis), a variação atingiu 0,41% em dezembro, após 0,20% em novembro.
Com isso, a alta média dos núcleos no ano ficou em 3,6% (ante 6,7% em 2016). Já o índice de difusão – que mede a proporção de produtos com taxa de variação positiva – atingiu 56,8%, ante 46,4% no mês anterior. Com ajuste sazonal, o índice de difusão passou de 47% em novembro para 53% em dezembro. Na média do ano, a difusão ficou em 52,5%, ante 63,7% em 2016.
A nossa projeção preliminar para o IPCA de janeiro aponta variação ao redor de 0,32%, o que manterá a taxa em 12 meses em 2,9%. As maiores contribuições de alta no mês virão dos grupos alimentação e transportes.
Por outro lado, o grupo habitação deve registar taxa negativa, pelo segundo mês consecutivo, refletindo nova queda na conta de luz, em razão do acionamento da bandeira tarifária verde no início do mês.