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Economia e Finanças

01 de Novembro de 2017 as 04:11:11



BALANÇO DE PAGAMENTOS - Superávite em conta corrente em setembro


 
As transações em contra corrente registraram superávit de US$ 434 milhões em setembro, superando nossas expectativas (déficit de US$ 600 milhões) e as do mercado (déficit de US$ 300 milhões). 
 
O forte superávit comercial segue contribuindo para os bons resultados na conta corrente, mas o déficit de serviços e rendas aumentou ao longo do ano.
 
O déficit em conta corrente deve terminar o ano em patamar baixo ajudado pelo bom desempenho da balança comercial, mas os dados mais recentes mostram moderação na margem, em linha com a nossa visão de um aumento gradual do déficit nos próximos anos.
 
O superávit em conta corrente no mês de setembro somou US$ 434 milhões, bem acima das nossas expectativas (déficit de US$ 600 mi) e do consenso do mercado (déficit de US$ 300 mi). Acumulado em 12 meses, o déficit em conta corrente recuou para US$ 12,6 bi ou 0,6% do PIB.
 
No ano, foi registrado déficit em conta corrente de US$ 2,7 bi, o menor da série histórica (desde 1995). A média móvel trimestral dessazonalizada e anualizada recuou para US$ 15,7 bi em setembro.
 
 
Balança Comercial. A principal contribuição positiva veio mais uma vez da balança comercial, que apresentou superávit de US$ 4,9 bilhões, acima dos US$ 3,6 bi registrados em setembro de 2016. O superávit comercial vem perdendo força em função da queda dos preços de commodities e alguma retomada da atividade. Ainda assim, o saldo comercial forte seguirá como o principal fator para a manutenção de um déficit em conta corrente baixo.
 
Balança de Serviços. O déficit de serviços somou US$ 2,9 bilhões, um aumento em relação ao registrado em setembro de 2016, puxado especialmente pelo déficit de viagens internacionais que seguiu avançando (para US$ 1,3 bi ante US$ 851 mi em setembro de 2016). O déficit de transportes também avançou (para US$ 515 mi ante US$ 396 mi). O déficit de aluguel de equipamentos, por sua vez, recuou (déficit de US$ 1,2 bi contra US$ 1,6 bi em setembro de 2016). Na comparação mensal, o déficit de serviços diminuiu 10,7%, devolvendo aumento do mês anterior.
 
O déficit de rendas, por sua vez, foi de US$ 2,0 bi, um aumento em relação aos US$ 1,7 bi observados no mesmo mês do ano passado e concentrou a surpresa em relação à nossa projeção. O pagamento de juros somou US$ 762 Milhões (ante US$ 785 milhões em 2016), bastante inferior à nossa projeção. O perfil de vencimento de juros divulgado pelo BC permanece o mesmo, de modo que o resultado de setembro não altera nossa visão para o resultado de transações correntes para 2017. O déficit de lucros e dividendos recuou e somou US$ 1,7 bi este mês, ante US$ 901 mi em setembro de 2016. Na comparação mensal, o déficit de rendas encolheu 3,4%, com ajuste sazonal.
 
O déficit de serviços e rendas aumentou 11,6% de janeiro a setembro de 2017 em comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 55,7 bilhões ante US$ 49,9 bilhões)
 
 
 
Investimentos. Na conta financeira, o investimento direto no país (IDP) somou US$ 6,3 bi, em linha com nossas estimativas (US$ 6,5 bi) e um pouco acima do consenso de mercado (US$ 6,0 bi). Do IDP total, 87,9% veio na forma de participação no capital. Acumulado em 12 meses, o IDP segue estável em torno de US$ 83 bi. Dados preliminares divulgados pelo Banco Central mostram que o IDP deve permanecer em patamares elevados no próximo mês (entradas de US$ 5,5 bi até o dia 24 de outubro).
 
O investimento estrangeiro no mercado local de capitais foi negativo em US$ 71 milhões, interrompendo dois meses de resultado positivo. Foram registradas saídas de US$ 884 mi do mercado local de renda fixa e entradas de US$ 813 mi no mercado local de ações. O investimento estrangeiro no mercado local de capitais acumulado em 12 meses segue mostrando saídas, mas em ritmo bem menor (atualmente em US$ 3,4 bi). Dados preliminares divulgados pelo Banco Central (até dia 24 de outubro) mostram saídas de US$ 272 mi no mercado de ações e entradas de US$ 1,2 bi do mercado de renda fixa.
 
 
Reservas Internacionais. As reservas internacionais terminaram setembro em US$ 381 bilhões pelos conceitos liquidez e caixa. O posicionamento do Banco Central em linhas com recompra encontra-se zerado.
 
O resultado em conta corrente em setembro foi impulsionado por despesas de juros menores que o previsto. Como o perfil de vencimentos de juros para o ano de 2017 fornecido pelo Banco Central permanece o mesmo, esse efeito deve ser revertido nos próximos meses.
 
O forte superávit comercial tem ajudado a manter o déficit em conta corrente em patamares baixos. Mantemos a nossa visão de superávits comerciais elevados este ano, mas esperamos que a combinação de alguma recuperação da demanda doméstica e preços de commodities mais baixos resultem em números mais fracos ao longo dos próximos meses. Os dados mais recentes já apontam nesta direção.
 
Do lado do financiamento o investimento direto no país permanece resiliente e em torno dos US$ 80-85 bi ao longo de todo o ano, reduzindo assim a dependência de capitais mais voláteis.
 
Os fluxos de investimento em carteira (renda fixa e ações), no entanto, seguem mostrando saídas nos últimos doze meses - apesar de menos intensas do que nos últimos meses.
 
 
 
 
Confira no anexo o relatório a respeito, elaborado por Thales Caramella, do Itaú Unibanco BBA. Acesse o texto original AQUI
 
 
NOTA DA REDAÇÃO JF
 
Embora o texto original apresente a informação de uma alegada menor despesa com JUROS, inclusive como razão para superávite, essa informação não procede e foi excluída aqui no Jornal Franquia. Pois, a conta Juros foi deficitária em US$ 800 Milhões em setembro/2017 e também em setembro/2016, no mesmo valor. E, no acumulado Janeiro-Setembro de 2017 foi deficitária em US$ 17,3 Bilhões, tendo sido deficitária em US$ 16,0 Bilhões no mesmo período de 2016. 

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: Thales Caramella, da equipe de economistas do Itaú Unibanco BBA





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