Diário do Mercado na 2ª feira, 23.10.2017
Ibovespa caiu com piora externa de Nova York, mas giro fraco
Resumo.
No panorama doméstico, a pressão vendedora sobre as bolsas norte-americanas, por conta dos efeitos das medidas tributárias do governo Trump, que poderão ser inflacionárias e antecipar o ciclo de aperto monetário pelo Fed, foi preponderante e trouxe impacto adverso sobre o índice doméstico.
Janet Yellen de saída
Ademais, ainda existe a questão da substituição da atual chairwoman do Fed, Janet Yellen, além do início da temporada de balanços de empresas norte-americanas nesta semana.
De outra mão, o rápido avanço no dólar no mercado internacional em relação as demais moedas pelo mundo induziu a realizações de posicionamentos e terminou levando os juros futuros domésticos a fecharam a sessão nas máximas, mesmo com a proximidade da decisão do Copom na próxima 4ª feira, 25.10.
Ibovespa.
O índice doméstico operou em terreno negativo durante todo o pregão, depois de ligeira alta na sexta-feira. Entre idas e vindas, o Ibovespa aprofundou as perdas na meia hora do fim do pregão, atingindo a mínima aos 75.315 pts (-1,43%), influenciado pelas negativas bolsas norte-americanas.
Os setores bancário e educacional tiveram expressivas desvalorizações e empurraram mais o índice para baixo. Por outro lado, apenas Fibria e Suzano, por conta da subida do dólar, e a Eletrobrás tiveram avanços.
O índice encerrou aos 75.413 pts (-1,28%), acumulando agora +1,51% no mês, +25,21% no ano e +17,63% em 12 meses. O parco volume preliminar da Bovespa foi de R$ 7,627 bilhões, sendo R$ 7,384 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa. Na 5ª feira, 18.10, último dado disponível, os investidores estrangeiros retiraram R$ 375 milhões da bolsa, tornando o saldo de outubro negativo em R$ 252,883 milhões. No ano, o ingresso estrangeiro líquido acumula R$ 14,530 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a Dívida Pública Federal cresceu +0,79% em setembro, atingindo R$ 3,430 trilhões, contra R$ 3,404 trilhões em agosto.
Já a Balança Comercial registrou resultado positivo de US$ 1,107 bilhão na 3ª semana de outubro, após superávit de US$ 586 milhões da 2ª semana - acumulando saldo positivo de US$ 3,589 bilhões no mês e de US$ 56,865 bilhões no ano.
O Índice de Confiança Industrial (CNI) avançou para 56,0 em outubro, ante 55,7 em setembro, permanecendo acima de sua média histórica (54,0 pts).
O IPC-S (FGV) ficou em +0,29% na 3ª semana de outubro, ante +0,28% na leitura da semana anterior – menor que a projeção de +0,33%.
Relatório Focus: Cenário continuou benigno. Produção industrial foi revista para cima (2017 e 2018) e os preços administrados impactam a inflação só no curto prazo.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou durante toda a sessão em campo positivo, intensificando a alta a partir do início da tarde. A divisa seguiu a tendência de valorização na moeda norte-americana perante as demais divisas, destacadamente, sobre as moedas de emergentes, em razão dos possíveis desdobramentos advindos de eventual aprovação da reforma tributária de Trump.
O dólar encerrou cotado a R$ 3,2320 (+1,35%), na maior cotação desde o início de julho, acumulando +2,05% no mês, -0,62% no ano e +2,31% em 12 meses.
Risco País. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu ligeiramente aos 171 pts, ante 170 pts da sexta-feira passada.
Juros.
Em dia de baixa liquidez, os juros futuros rondaram a estabilidade até o início da tarde, quando os ajustes de alta passaram a se acentuar, diante da disparada do dólar. Os juros futuros encerraram a sessão com alta moderada, mas, em suas máximas intradiárias, nos principais contratos, elevando como um todo a sua curva de estrutura a termo.
Para a terça-feira.
Nos EUA: PMIs Manufatura, Serviços e Composto e Índice de manufatura do Fed de Richmond. Zona do Euro: PMIs Manufatura, Serviços e Composto de Alemanha, França e da região.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 23.10.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, WESLEY BERNABÉ, CNPI, e RICARDO VIEITES, todos do BB Investimentos.
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