Boletim Focus 11.09.2017 - Comentários
2017 e 2018 com cenário favorável
PIB subiu, IPCA continuou a ceder e taxa Selic revisada para baixo.
O relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado, denotou uma clara melhoria na percepção dos agentes em relação ao cenário para o Brasil, tanto para o curto prazo, como para o longo prazo.
Para 2017 e para 2018, a inflação ao consumidor prosseguiu decaindo, a taxa básica de juros tornou a recuar e o otimismo se refletiu ainda mais na melhoria da perspectiva de crescimento.
Inflação.
O IPCA variou +0,19% em agosto, sendo a menor taxa da série histórica para meses de agosto desde o plano real, versus +0,24% em julho, menor do que o +0,30% esperado pelo mercado. O índice passou a acumular +1,62% no ano e +2,46% em 12 meses, abaixo do limite inferior de +3,0% da banda fixada para 2017. No índice geral, o grupo alimentos e bebidas, com queda pelo 4º mês consecutivo, contribuiu com -0,27 ponto percentual, enquanto Transportes impactou +0,27 ponto percentual, por conta da alta de combustíveis, e habitação com +0,09 ponto percentual, por conta das elevações de energia elétrica (passou de bandeira amarela para vermelha) e da taxa de água e esgoto.
Já para setembro, o IPCA deverá permanecer baixo, podendo vir inferior ao dado de agosto, já tendo sido anunciada a mudança no custo da energia elétrica para um nível abaixo, passando de “bandeira vermelha” para “bandeira amarela”, mas, dependerá também da continuidade do arrefecimento de preços de alimentos.
A nossa perspectiva para o índice de inflação oficial foi alterada para baixo, devendo encerrar 2017 na casa de +2,7% (+3,0% antes), terminando inferior ao piso da banda estabelecida, de +3,0%.
Taxa Selic
O Banco Central cortou 100 pts-base na taxa básica de juros, para 8,25% a.a., em sua decisão no recente 6 de setembro. Em seu comunicado, o comitê sinalizou que reduções futuras tendem a ser menores do que essa diminuição atual.
Deste modo, nas duas reuniões restantes deste ano, em 25 de outubro e 6 de dezembro próximos, a nossa percepção é de cortes de 75 pts-base e de 50 pts-base, com a taxa Selic findando 2017 em 7,00% a.a. (7,25% antes).
Assim, o juro real na ponta terminaria este ano próximo a 4,0%.
Câmbio.
A melhor percepção sobre o País se refletiu na diminuição da aversão ao risco mensurada pelo CDS Brasil de 5 anos, que caiu para 181 pts – menor patamar do ano, no dia 8 de setembro, ante 193 pontos no dia 1º de setembro.
Neste panorama, a cotação do dólar não tende a ser pressionada para cima por conta do quadro doméstico, mas, externamente, uma intensificação da tensão geopolítica entre Estados Unidos e Coreia do Norte poderia trazer volatilidade e elevar o valor do dólar norte-americano perante o real.
PIB.
O Brasil cresceu 1,0% no 1T17 e após surpreender positivamente com +0,2% no 2T17, houve revisões das projeções dos analistas para cima, com os agentes passando a precificar uma visão mais otimista tanto para este ano, como para o próximo. Neste momento, já enxergamos um crescimento de pelo menos 0,7% para 2017.
Síntese
- O IPCA recuou a +3,14% para 2017 (+3,38% antes) e para +4,15% (de +4,18%) para 2018.
- A taxa Selic cedeu a 7,00% (7,25% antes) para 2017 e a 7,25% (7,50% antes) para 2018.
- O Dólar ficou em R$ 3,20 para 2017 e em R$ 3,30 para 2018.
- O PIB subiu a +0,60% (+0,50% antes) para 2017 e a +2,10% (de+ 2,00%) para 2018.
- O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) arrefeceu para 181 pts (8/set), versus 193 pts da semana anterior (1º/set).
Confira no anexo a íntegra do Relatório elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos da equipe do BB Investimentos