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Economia e Finanças

08 de Setembro de 2017 as 15:09:16



EDITORIAL O 'Impávido' Meirelles e o quadro político tenebroso


 
Diante do quadro político tenebroso, farto de escândalos que incontáveis se sucedem a cada dia, e de comprovada corrupção, de milhões em malas de dinheiro e do cinismo geral da quadrilha golpista que assola o Estado Brasileiro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, busca demonstrar que nada disso está a afetar a área econômica. E, nesta 6ª feira, 08.09, por meio de sua conta no Twitter, esbanja infundado otimismo e, contumaz em promessas não cumpridas, adianta números sobre a economia brasileira do futuro.
 
“Vamos entrar 2018 com a economia crescendo a um ritmo em torno de 3% e poderemos crescer mais ainda em 2019”,
 
disse.
 
De acordo com o ministro, as transformações que estão sendo implementadas “ajudam na retomada da confiança, com queda de juros de longo prazo e previsão de crescimento maior nos próximos anos”.
 
“Aprovamos teto dos gastos, reforma trabalhista, TLP, lei de responsabilidade das estatais, controlamos inflação, e o Brasil saiu da recessão”,
 
acrescentou.
 
Mesmo consciente do ínfimo espaço para aprovação na Câmara Federal das reformas por ele preconizadas, notadamente a Reforma da Previdência, na avaliação do ministro da Fazenda o País está pronto para seguir com a agenda de reformas iniciada no ano passado. 
 
“Já aprovamos uma série de medidas”.
 
O ministro Meirelles parece estar em outro mundo, nesse dia especial em que caiu importante elemento da quadrilha que tomou o Estado, preso pela Polícia Federal e conduzido ao presídio da Papuda em Brasilia, Gedel de Oliveira Lima, braço direito do presidente Temer, por conta da posse de R$ 51 milhões de origem suspeita.
 
Meirelles parece ignorar que a economia do País está como está em razão da gigantesca crise política que assola a Nação em virtude do rompimento unilateral, em 2011, do pacto político que elegeu Lula, em 2003. Situação que resta ainda por ter algum encaminhamento ... causa da contenção geral dos investimentos empresariais que fragilizaram, de início, e derrubaram em seguida a economia brasileira, nos últimos 4 anos.
 
No quadro de simulacro de democracia, a queda de Temer não garantiria a continuidade do projeto privatista e desnacionalizante proposto por seu governo e de interesse do grande capital. Então, porque trocar de presidente ? A classe média batedora de panelas não é mais acionada para as ruas pela grande imprensa, e a ultradireita está a postos nas redes sociais para achincalhar a esquerda e eventualmente sair ao seu confronto nas ruas, caso necessário.
 
Esse não é exatamente o desenho econômico-social favorável ao retorno dos investimentos empresariais e para expansão da economia. O capital foge quando existe instabilidade política e muito tempo irá passar até o apetite empresarial por lucros ampliados ser despertado por um bom panorama, hoje muito distante.
 
Ao contrário do que propala Meirelles, a queda de preços e a redução da inflação ocorre por conta da redução da atividade econômica trazida pelo desinteresse empresarial em investir na ampliação da capacidade produtiva, no desenvolvimento de novos produtos, na modernização de sistemas administrativos, no desenvolvimento de novos mercados. Ademais, a queda de preços tem se dado nos mercados mais competitivos da economia, e não nos setores oligopolísticos dominados pelas empresas multinacionais, que ditam seus preços e margens de lucro.
 
Por outro lado, apenas a elevação das exportações do agronegócio é responsável pela estagnação do PIB, este até então em queda, não podendo ser dito que o País estaría entrando em um processo de expansão econômica, pois o setor externo da economia nacional não ultrapassa 10% do PIB; e o setor interno, por sua vez, patina. 
 
Promessas de crescimento são engodo. A cada dia mais taciturno, Meirelles a ninguém mais engana. Enquanto o capital monopolista não firmar novo e comum acordo político entre os vários segmentos do empresariado, a economia continuará andando para trás e de nada valerão arroubos do ministro.
 
Destaque aqui para o fato de que o acordo político que permitiu a derrubada de Dilma Rousseff beneficiou exclusivamente o setor financeiro. As empresas do setor produtivo, responsáveis pelo "Não vou pagar o pato" amarelo, representadas pela FIESP, nada obtiveram do impeachment. Ao contrário, o BNDES, fonte de recursos baratos a essas empresas industriais, teve que antecipar a devolução de grande monta de valores ao Tesouro Nacional e atualmente entesoura parcela expressiva de seus recursos, sem emprestá-los ao empresariado, mas aplicados em títulos da dívida pública, algo que eleva a rentabilidade do BNDES e favorece amplamente bancos de investimento privados que, finalmente, ampliam seu share nesse mercado, atendendo forte demanda de Armírio Fraga, representante do sistema financeiro.
 
Além disso, Meirelles recentemente tentou mas não conseguiu obter apoio para a elevação de impostos, uma forte razão para a FIESP ter apoiado o golpe de estado, que já fora pretenção do governo Dilma. 
 
Não há sinais no horizonte de que o segmento mais poderoso da economia --   aquele que ocultamente manipula as marionetes e as faz dançar conforme sua música --   anime-se a firmar algum trato social e acordo de convivência entre os donos do poder, do qual possa resultar certo grau de estabilidade política.
 
Enquanto isso, as diversas categorias sociais lutam vorazmente entre si por nacos crescentes das verbas do Estado, por migalhas de poder e pelo "direito" de representar os interesses do segmento mais poderoso do capital, o capital monopolista, árbitro maior do circo em que se transformou a vida nacional.
 
O próprio Meirelles não se distancia dessa luta por poder pessoal e pelo poder que lhe seria proporcionado pela representação do capital monopolista, perante o qual busca credenciar-se. Conforme destaca matéria no jornal Correio Brasiliense, de 06.07.2017, dos jornalistas Antonio Temóteo e Denise Rothenburg, Meirelles está a pavimentar seu caminho para candidatura à presidência da República, em 2018, e seus movimentos estariam sendo acompanhados com grande interesse por caciques de vários partidos. 
 
Um confronto nas ruas do País entre a ultra direita e a esquerda --  esta em campanha pela anulação do golpe de estado no STF e ou em mobilização pela liberdade de Lula --  poderá conduzir o capital monopolista a decidir-se pelo caminho de conciliação dos interesses em seu interior e buscar impor sua escolha.
 
A estratégia de Meirelles é manter-se incólume na luta política para que se torne palatavel em eleições diretas. Mas, para seu sucesso, Lula teria de ser impedido de competir. A chave está com o TRF-4, no julgamento em segunda instância do primeiro processo em que Lula foi sentenciado por Moro a nove anos de prisão. Ou a chave pode estar com Moro, caso consiga prendê-lo em 13.09, em razão do segundo processo contra Lula. Antes, as mobilizações no aeroporto de Congonhas, na audiência com a Polícia Federal, e, em seguida, na primeira audiência com Moro, em Curitiba, a mobilização de milhares de pessoas conteve Moro.
 
O quadro político permanece sem solução, os donos do poder permanecem em compasso de espera, não há paneleiros nem qualquer movimento de rua que os impila a uma decisão imediata... e a economia espera, já sem o lacre de segurança da bomba: os 13,3 milhões de desempregados e a conscientização geral de que o golpe de estado retirou do poder uma presidente honesta e em seu lugar colocou uma quadrilha que impôs ao País, para se legitimar, um brutal ajuste fiscal, a Reforma Trabalhista e a Lei da Terceirização que destroem direitos de todas as pessoas que vivem do trabalho no País; a destruição da Previdência Social; a venda do patrimônio natural do País e dos ativos do Estado Brasileiro e de seus meios para conduzir política de desenvolvimento; a perda de meios de soberania nacional pelo aniquilamento do projeto dos modernos submarinos pela Marinha, pela instalação de base militar norteamericana no Brasil, em Alcântara MA e pela renegociação dos caças suecos Gripen; o desmantelamento da indústria náutica e naval e também da indústria da construção civil, que se preparava para os processos de reconstrução de países como o Iraque, Cuba, Irã e Síria, além de outras medidas urdidas nos palácios nas altas horas da madrugada, fora da agenda.
 
Durma-se com um barulho desses ! 


Fonte: Da Redação do Jornal Franquia





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