Diário do Mercado na 6ª feira, 28.07.2017
Aguardando o retorno do recesso, mercados pouco oscilam
Resumo.
A ausência de notícias aliada a uma agenda incapaz de direcionar os mercados significativamente manteve os investidores na retranca. Internamente o foco já passa a ser o dos movimentos no âmbito político, com o retorno do recesso parlamentar na semana que se inicia, conjuntamente com a safra de balanços que permanece intensa.
Ibovespa.
As duas maiores altas do Ibovespa vieram de empresas que divulgaram balanços relativos ao 2T: Estácio e Multiplan. Ambas entregaram resultados considerados positivos em meio a um cenário econômico bastante adverso, com a primeira entregando crescimento de dois dígitos no tícket de educação presencial e à distância, e a segunda com crescimento de receitas em praticamente todos os shopping centers administrados.
O Ibovespa findou aos 65.497 pts (0,34%) com o giro financeiro preliminar da Bovespa em R$ 6,17 bilhões, sendo R$ 6,00 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
O capital externo para a bolsa, com o ingresso de R$ 105,22 milhões em 26 de julho, passou a somar saldo positivo de R$ 2,931 bilhões no mês. Em 2017, a entrada líquida acumulada situa-se agora em R$ 7,823 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a inflação pelo IGP-M em julho apresentou uma queda de 0,72%. A desaceleração dos preços, que marcou a quarta deflação mensal consecutiva veio abaixo do dado de junho (-0,67%) e também da projeção dos analistas (-0,63%.
Embora não tão expressiva quanto no mês anterior, a queda dos preços no atacado – cujo peso no indicador é 60% – permaneceu sendo o principal direcionador, embora este mês o INCC-M (construção civil) tenha também contribuído, ao passar de +1,36% para +0,22%.
A taxa de desemprego (Pnad contínua) recuou para 13,0% (ante 13,3%) na média móvel trimestral fechada em junho ante o trimestre findo em maio. Mesmo com o recuo consideramos o indicador neutro dado que na decomposição do mesmo evidenciou-se na verdade uma redução no número de vagas com carteira assinada, em detrimento daquelas consideradas informais – reflexo de um mercado de trabalho ainda árido.
Nos EUA, a prévia do PIB relativo ao 2T a termos anualizados veio em 2,6%. Embora ligeiramente abaixo da expectativa de mercado (2,7%), o dado não refuta a visão de manutenção de um crescimento moderado – aproveitando-se da corrente situação considerada pleno emprego – da maior economia do mundo ao longo do ano de 2017.
Câmbio e CDS.
A moeda norte-americana, que encontrava-se estável passou a cair refletindo palavras do presidente do Fed de Minneapolis, indicando sua postura contra novas altas nos juros por lá até indícios claros do rumo da inflação em direção à meta de 2%.
Ante o Real a divisa norte-americana findou os negócios a R$ 3,1332 (-0,71%).
Risco Brasil - O CDS brasileiro de 5 anos acompanhou o movimento e caiu a 214 pontos, ante o fechamento de 215 da véspera.
Juros.
Ainda refletindo o Copom considerado brando, os juros encontraram espaço para queda nos vencimentos curto e médio, auxiliados ainda pela queda do dólar. Na ponta longa no entanto, houve viés de alta.
Para a próxima semana.
O retorno do recesso parlamentar embute novamente a variável política no radar dos agentes. Está programada para o dia 2 a votação na Câmara dos Deputados da denúncia contra o presidente, o que é considerado pelo mercado como um teste para a viabilidade do avanço da agenda reformista.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 28.07.2017, preparado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos