Definição: Corte de 100 ptos-base na taxa Selic, para 9,25%
O Copom anunciou, no início da noite de hoje, um corte de 100 pontos-base na taxa Selic-meta, reduzindo-a para 9,25% a.a., em decisão unânime, sem viés, sendo a sétima redução consecutiva.
A decisão, que veio em linha tanto com a nossa estimativa, como com a parcela majoritária do mercado, evidenciou um avanço nas condições macroeconômicas desde a última reunião, quando então o Bacen optou por um tom mais cauteloso em seu comunicado, o que foi moderadamente dissipado hoje, graças a uma combinação entre desaceleração inflacionária maior do que esperada e avanços na agenda reformista do governo – tendo a aprovação da reforma trabalhista desempenhado importante papel.
Perspectivas.
O comunicado que acompanhou a definição desta quarta-feira foi mais suave do que o anterior, mas, manteve o trecho apontando que “o ritmo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação".
Assim, apesar do comunicado ainda deixar espaço para uma outra redução de 100 pontos-base, avaliamos um cenário mais cauteloso, visto que os próximos cortes de juros somente tendem a surtir efeito sobre a inflação do próximo ano, vislumbrando neste momento uma probabilidade maior de uma baixa de 75 pontos-base na taxa Selic, para 8,50% a.a., na reunião subsequente do Copom, em 6 de setembro próximo.
A nossa estimativa ainda permanece em 8,25% a.a. para o término de 2017.
Os destaques do comunicado incluem:
- O recente aumento de incerteza quanto ao ritmo de implementação de reformas e ajustes na economia impactou negativamente índices de confiança dos agentes econômicos. No entanto, a informação disponível sugere que o impacto dessa queda de confiança na atividade tem sido, até o momento, limitado;
- O cenário externo tem se mostrado favorável, na medida em que a atividade econômica global tem se recuperado gradualmente, sem pressionar as condições financeiras nas economias avançadas. Isso contribui para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes.
- O comportamento da inflação permanece favorável com desinflação difundida, inclusive nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Até o momento, os efeitos de curto prazo do aumento de probabilidade quanto ao ritmo de implementação de reformas e ajustes na economia não se mostram inflacionários nem desinflacionários.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise das deliberações de reunião do COPOM, em 25 e 26.07.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos da equipe do BB Investimentos.