Diário do Mercado na 3ª feira, 25.07.2017
Bolsa, juros e dólar em alta
Resumo.
Às vésperas da definição de juros nos EUA e no Brasil, o mercado de renda variável mais uma vez calcou-se em avanço das commodities para ditar uma sessão positiva. Por outro lado, os juros futuros penderam para a alta, enquanto dólar teve um repique para cima, refletindo uma melhoria externa inesperada na expectativa dos consumidores norte-americanos em relação à economia dos EUA.
Ibovespa
A alta na bolsa brasileira foi vista desde o princípio dos negócios, suportada por um bom humor vindo do mercado internacional, em mais uma rodada de firme valorização do minério de ferro e do petróleo, que estenderam o otimismo para as ações da Vale e da Petrobras.
Ao fim do pregão, o Ibovespa findou aos 65.667 pts (+0,87%) com o giro financeiro preliminar da Bovespa em R$ 7,440 bilhões, sendo R$ 7,218 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
O capital externo para a bolsa, com o ingresso de R$ 313,414 milhões em 21 de julho, passou a somar saldo positivo de R$ 2,423 bilhões no mês. Em 2017, a entrada líquida acumulada situa-se agora em R$ 7,315 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o índice de confiança do consumidor (FGV) de julho retraiu-se pelo segundo mês consecutivo, cedendo a 82,0 pontos. A oscilação entre 80 e 85 pontos nos últimos meses evidencia a estagnação da confiança na retomada da economia.
Apesar de sinais positivos emanados pelo arrefecimento da inflação e da continuidade do ciclo de corte de juros, de outra mão, se contrapõem a permanência do desemprego em patamar elevado e ainda pairarem diversas incertezas quanto aos imbróglios políticos. Ademais, em agosto uma nova queda na confiança não seria improvável, por conta do recente aumento de impostos sobre os combustíveis.
Já nos EUA, a confiança do consumidor pelo Conference Board surpreendeu ao atingir 121,1 pontos em julho, superando as estimativas, cuja mediana pairava em 116,5, que indicava na verdade uma queda ante o dado de junho (117,3).
Câmbio e CDS.
Refletindo o dado surpreendente da confiança do consumidor nos EUA, o dólar reverteu uma parte das recentes desvalorizações ante outras moedas no mercado internacional. Ante o real a divisa norte-americana findou os negócios a R$ 3,1702 (+0,77%).
Risco País - O CDS brasileiro de 5 anos se elevou a 216 pontos, ante o fechamento de 213 da véspera.
Juros.
Nos DIs curtíssimo houve reduções, refletindo as apostas no corte de juros pelo Copom na próxima quarta-feira. Já a partir do DI abril/18 ocorreu gradativa elevação da taxa de juros futuros, elevando a inclinação da ponta mais longa da estrutura a termo da taxa de juros, que também refletiu o incremento dos rendimentos dos treasuries nos EUA. Apesar de ruídos em torno de uma possível revisão da meta fiscal, o rumor foi desmentido pelo governo e terminou não fazendo preço.
Agenda.
Na “super 4ª feira” residirão os dois eventos mais importantes da semana: definição de juros pelo COPOM no Brasil, e do FOMC nos EUA.
Para o primeiro acreditamos em um corte de 100 pontos-base na Selic (que iria para 9,25%), tendo um Bacen alegando avanço significativo no cenário de acompanhamento – em especial a desaceleração da inflação e o avanço das reformas governamentais.
Enquanto para o segundo o consenso é o da manutenção do limite máximo dos Fed Funds em 1,25%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análsie do comportamento do mercado na 3ª feira, 25.07.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos