Diário do Mercado na 5ª feira, 06.07.2017
Compasso de espera no mercado
Resumo.
Enquanto não há elementos novos no cenário nacional acompanhamos de perto os mercados dos EUA, que fecharam em queda com todos os setores operando no vermelho. No Brasil, as ações do setor elétrico apresentaram valorização expressiva, porém, insuficiente para inverter o sinal negativo da bolsa.
Ibovespa.
Os investidores que internamente estão no aguardo de definições oriundas do segmento político, foram norteados pelo movimento das bolsas norte-americanas. O S&P 500 e o Ibovespa apresentaram correlação de +0,63 nesta sessão.
O Ibovespa fechou aos 62.470 pts (-1,08%), acumulando -0,68% no mês, +3,72% no ano e +20,36% em 12 meses.
As empresas do setor de concessionárias públicas e do setor de energia foram as líderes de valorização na sessão: a Eletrobrás, que integra ambos os índices, respondeu ponderadamente por +0,11 no Ibovespa, em um movimento iniciado ontem diante de proposta do Governo, a ser aprovada pelo Congresso, que promete renovar o modelo do setor elétrico no Brasil, abrindo assim a possibilidade de privatização de usinas antigas.
Na outra ponta os papeis do setor financeiro e alimentos puxaram o índice para o negativo com Itaú respondendo ponderadamente -0,16%, Bradesco -0,15%, Ambev com -0,18 e BRF -0,09%.
O giro financeiro preliminar da bolsa foi de R$ 6,91 bilhões, sendo R$ 6,66 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
O fluxo de capital para a Bovespa em seu último dado disponível apontou saída no dia 04 último de R$ 14 milhões. Assim para o mês houve entrada líquida de R$ 93 milhões e para o ano R$ 4.984 milhões.
Agenda Econômica.
A Anfavea divulgou dados mostrando que produção de veículos em junho subiu 15,1%, ano contra ano, para 212.281 unidades, reafirmando tendência já mostrada por Fenabrave.
Juros.
A curva de juros DI teve variação inexpressiva com todos os vencimento caindo em média 3 bps, exceto 2024 que se elevou a ordem de 8 bps. Os agentes estão concentrados nos dados de inflação que serão divulgados amanhã.
Ressalta-se a aposta do mercado na possibilidade de os indicadores apontarem a primeira deflação, em termos mensais, em 11 anos. Se confirmada tais especulações fica mais provável o corte de 1 ponto na SELIC na próxima reunião do COPOM.
Câmbio e CDS.
O dólar vem operando em compasso de espera com pequenos avanços, +0,15% no dia, com máxima de +1,0%, e -0,33% na semana/mês.
Risco Brasil - Houve leve piora na percepção do risco Brasil, medida pelo CDS Brazil 5 anos (CBIN), que fechou aos 244 pontos contra 242 ontem.
Para amanhã.
A expectativa da primeira deflação medida pelo IPCA deverá movimentar os mercados amanhã. Em projeções do Broadcast apurou-se mediana negativa em 0,18%. Também está prevista a divulgação do IGP-DI de junho, com projeções em torno de -0,70% que culmina em taxa para os 12 meses anteriores a junho, inclusive, de -1,22%.
Outros indicadores para a sexta-feira são: o relatório de emprego dos EUA, com os dados do payroll (projeção de criação de 174 mil vagas em junho contra 138 mil em maio), bem como taxa de desemprego e média de ganhos por hora dos trabalhadores.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 06.07.2017, elaborado por WESLEY BERNABÉ, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos
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