Diário do Mercado na 4ª feira, 05.07.2017
Avanços na agenda reformista e Ata do Fomc com dissidências nas entrelinhas foram os destaques
Resumo.
Após a aprovação da urgência na votação da reforma trabalhista na véspera, os mercados de juros e câmbio reagiram positivamente, denotando um maior otimismo quanto a um provável corte mais amplo na Selic na próxima reunião do Copom.
Também contribuiu para o movimento a divulgação da Ata do Fomc, que trouxe em seu teor o que os agentes interpretaram como ausência de consenso de seus membros, especialmente quanto à dinâmica inflacionária e momento correto da redução do balanço patrimonial do Banco Central da maior economia do mundo.
O mercado acionário findou com pequena variação negativa.
Ibovespa.
Apesar da variação ponderada ter sido ligeiramente negativa, houve boa performance do setor elétrico, em especial das ações da Eletrobras, que reagiram positivamente à notícia da possibilidade de privatização de antigas usinas que tiveram concessões renovadas no governo Dilma.
Em contrapartida, as ações da Petrobras e Vale sofreram perdas embaladas pela performance das commodities e culminaram por carregar o índice ao território negativo.
O Ibovespa terminou o pregão aos 63.154 pontos (-0,12%), com o giro financeiro preliminar da bolsa em R$ 6,90 bilhões, sendo R$ 6,66 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
O fluxo de capital para a Bovespa iniciou o mês de julho no positivo com o ingresso de R$ 107,39 milhões no dia 3. Em 2017 o saldo acumulado está em R$ 4,998 bi.
Agenda Econômica.
Na zona do Euro, as vendas no varejo avançaram 0,4% na passagem de abril para maio, dado em linha com as projeções. No comparativo com o mês de maio do ano anterior, a variação foi de 2,6%, ligeiramente acima do consenso do mercado.
Nos EUA, o principal fato do dia foi a divulgação, às 15h da Ata do Fomc. O documento, que refere-se à última definição de política de juros pelo colegiado do Banco Central norte-americano evidenciou dissidência entre seus membros quanto ao melhor momento para o início do processo de redução do balanço patrimonial do banco, além de transparecer a cautela de alguns destes quanto à fraqueza das pressões inflacionárias.
Juros.
Os juros operaram em moderada queda ao longo de todos os vencimentos futuros, respondendo não apenas ao enfraquecimento do dólar ante o real visto na sessão, mas também a crescentes apostas em uma possível deflação no IPCA de junho, a ser divulgado na próxima sexta-feira.
Câmbio e CDS.
Especialmente influenciado pela percepção de ambiente mais favorável às reformas domésticas, mas também pelo teor da Ata do Fed, o dólar comercial (interbancário) cedeu frente ao real, fechando cotado a R$ 3,2950 (-0,41%) na sessão.
Na leitura do momento, o CDS Brazil 5 anos (CBIN) oscilava aos 242 pts, inalterado ante a véspera.
Para a 5ª feira.
A agenda econômica estará recheada, mas poucos indicadores de peso, devendo ganhar relevo apenas nos EUA o relatório ADP, ISM composto e a balança comercial.
Os agentes então irão se posicionar à espera da sexta-feira, que trará dados de peso, como o payroll (criação de vagas na economia), bem como taxa de desemprego e média de ganhos por hora dos trabalhadores nos EUA, e também dados de produção industrial de diversas economias europeias, e ainda dados de inflação como o IGP-DI e o IPCA no Brasil.
O noticiário político, assim como andamento da agenda de reformas domésticas deverá permanecer sendo monitorado de perto pelos investidores.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 05.07.2017, elaborado por WESLEY BERNABÉ, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos.
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