Pesquisa Industrial Anual mostra os números da retração da indústria em 2015
A Pesquisa Industrial Anual 2015 mostra um cenário de retração econômica frente a 2014, refletido em diversos indicadores econômicos: o número de empresas industriais ativas caiu de 333.739 para 325.277.
Na ocupação, houve queda de 642.138 postos de trabalho, concentrada nos setores de vestuário, fabricação de veículos e fabricação de máquinas e equipamentos.
O valor da transformação industrial (valor bruto da produção menos custo das operações industriais), em valores correntes, passou de R$1.113 bilhões para R$ 1.097 bilhões.
Os investimentos no setor industrial caíram a R$ 193,3 bilhões, o que representou uma redução de 13,0%, em termos nominais, verificada especialmente nos setores de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e de extração de minerais metálicos. Veja as informações completas da pesquisa aqui.
Tabela 1 - Resultados das empresas industriais, segundo as variáveis selecionadas
Brasil - 2014-2015
Fonte:IBGE Diretoria de Pesquisas Coordenação de Indústria Pesquisa Industrial Anual-Empresa 2014 -2015.
Unidade de investigação: Empresa
(1) Em valores correntes.
Postos de Trabalho - Na ocupação, houve queda de 642.138 postos de trabalho, concentrada nos setores de vestuário, fabricação de veículos e fabricação de máquinas e equipamentos.
Receita Líquida - As empresas do setor industrial apontaram, em 2015, receita líquida de vendas de R$ 2,8 trilhões, com uma média de R$ 8,6 milhões por empresa. Os gastos de pessoal alcançaram R$ 423,0 bilhões, enquanto os investimentos realizados para o ativo imobilizado somaram R$ 193,3 bilhões.
O valor bruto da produção e o consumo intermediário registraram, respectivamente, R$ 2,7 trilhões e R$ 1,9 trilhão. Consequentemente, o valor adicionado atingiu R$ 744,7 bilhões.
O valor da transformação industrial foi de R$ 1,1 trilhão, alcançado a partir de um valor bruto da produção industrial de R$ 2,5 trilhões, menos R$ 1,4 trilhão referente aos custos das operações industriais.
Vendas Brutas - O total das receitas brutas das empresas industriais atingiu R$ 3,8 trilhões em 2015, valor nominal superior ao observado no ano anterior. Na estrutura das receitas de empresas industriais, a venda de produtos e serviços industriais, no ano de 2015, permaneceu representando a maior fonte das receitas, com aproximadamente 78,8%, mas com significativa perda de participação (-4,3 p.p.) frente ao ano de 2014.
Por outro lado, a receita proveniente da revenda de mercadorias e prestação de serviços não industriais aumentou sua participação em 0,5 p.p. e as receitas das atividades não produtivas obtiveram, em seu conjunto, ganho de 3,8 p.p. entre os dois períodos.
Cinco Atividades Industriais - As cinco atividades industriais com maior participação no total das receitas brutas das empresas industriais responderam por, aproximadamente, 54,9% do total da receita bruta no ano de 2014, ao passo que, no ano de 2015, as mesmas representaram 56,1% do total da receita bruta da indústria nacional.
Os cinco setores são: Fabricação de produtos alimentícios; Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis; Fabricação de produtos químicos; Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias; e Metalurgia.
Receita Líquida de Vendas - A partir da receita bruta total, deduzindo-se os impostos sobre vendas, obtém-se o total da receita líquida de vendas das empresas industriais, o qual alcançou R$ 2,8 trilhões em 2015, liderado pelo desempenho das empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas, que prosseguiram apresentando a maior participação no total da indústria brasileira. As empresas desse porte auferiram receita líquida de vendas da ordem de R$ 1,9 trilhão, correspondente a 67,6% do total, percentual este semelhante ao observado em 2014 (67,8%).
Destaque também para o aumento da participação das empresas com 100 a 249 pessoas ocupadas que saiu de 8,8% em 2014 para 9,4% em 2015
Custos e Despesas - O total dos custos e despesas das empresas industriais, em 2015, foi de R$ 3,3 trilhões. O dispêndio com o consumo de matérias-primas respondeu por 35,7%, destacando-se ainda como o maior percentual na estrutura dos custos e despesas no ano, apesar da queda em relação ao registrado em 2014 (40,5%). Este ano, com exceção do consumo de combustíveis e compra de energia elétrica e outros custos e despesas, que registraram um aumento de 0,2 e 6,8 p.p respectivamente (2,5% e 34,4% em 2015) em sua participação, todos os outros itens apresentaram queda da mesma.
Gastos de Pessoal - Os gastos de pessoal alcançaram 12,7%, recuando em relação a 2014 (14,0%). O custo das mercadorias revendidas (6,5%) permaneceu estável em relação ao ano anterior, (6,6% em 2014). A participação relativa dos pagamentos de serviços prestados por terceiros e consumos diversos para manutenção e reparação de máquinas e equipamentos também permaneceu estável (3,0% em 2015).
Nos demais itens, que somados representaram 5,2% do total, as despesas com depreciação, amortização e exaustão de ativos imobilizados ficaram com 3,5%; os gastos destinados ao pagamento de royalties e assistência técnica, com 0,8% e as despesas com propaganda representaram 0,9%.
Investimentos - O total dos investimentos realizados no ativo imobilizado das empresas industriais atingiu, em 2015, o montante de R$ 193,3 bilhões, queda nominal de 13,0% em relação ao ano anterior. Ao considerar somente as empresas com até 29 pessoas ocupadas, o valor foi de R$ 3,6 bilhões, ou seja, 1,9% do total investido.
Em relação aos investimentos das empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, o destaque, assim como em 2014, ficou por conta de máquinas e equipamentos industriais, que totalizou R$ 86,3 bilhões, e permaneceu com a maior participação no total dos investimentos, apresentando aumento de participação no período: de 41,3%, em 2014 para 44,6%, em 2015.