Diario do Mercado na 6ª feira, 26.05.2017
Mercado continua a se recuperar do choque adverso da semana passada.
Bolsas em Nova York próximas dos topos.
Resumo.
Mais um dia sem notícias adversas tanto no Brasil, como no mundo. Domesticamente, os agentes parecem acreditar cada vez mais que haverá uma solução para breve do imbróglio político que teve início na 5-feira da semana passada.
A recuperação parcial nesta semana advém também de uma perspectiva favorável externa, com a continuidade de ingresso de capital estrangeiro, com os investidores acreditando que este é o momento para comprar “pechinchas” na bolsa brasileira.
Já em Nova York, os mercados acionários de Wall Street avançaram para patamar histórico recorde nesta semana, se aproveitando da postergação da questão política interna que envolve o presidente norte-americano, Donald Trump – que se encontra em viagem oficial no exterior.
Ibovespa.
O índice abriu em tendência de alta e após hora e meia de negócios testou os 64 mil pts (+1,22%), passando a operar ao redor desta pontuação o restante do pregão. Na hora final chegou a sofrer uma realização parcial, mas, reagiu velozmente no leilão de fechamento, com a pressão compradora dominando.
As blue chips Petrobras e Vale estiveram em posições opostas. A petroleira foi negativamente impactada pelas reduções do preço médio nas refinarias da gasolina (-5,4%) e do óleo diesel (-3,5%), mesmo com o petróleo em alta no mercado internacional. Já a mineradora avançou, mesmo com o preço do minério de ferro em baixa na China, visto que o discurso de seu novo presidente teve destaque entre os agentes, sendo considerado extarordinariamente favorável para o rumo da empresa. Assim, de modo ponderado, o setor de bancos registrou primazia no avanço do índice hoje, e depois o setor de consumo.
O índice brasileiro fechou aos 64.085 pts (+1,36%), com o volume financeiro preliminar da Bovespa em R$ 8,763 bilhões, sendo R$ 8,449 bilhões no mercado à vista.
Capitais Extenos na Bolsa
O capital estrangeiro para bolsa mostrou ingresso líquido de R$ 235,656 milhões em 24 de maio - último dado disponível - passou a acumular R$ 2,327 bilhões no mês. Em 2017, o saldo positivo líquido atingiu R$ 5,838 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPC-Fipe, que mede a inflação no município de São Paulo, desacelerou para +0,11% na 3ª quadrissemana do mês, versus +0,30% anterior. A instituição projeta agora +0,05% para o fechamento do mês.
O resultado primário do setor público consolidado registrou superávit de R$ 12,908 bilhões em abril, passando a acumular saldo positivo de R$ 15,106 bilhões no ano (0,72% do PIB), mas, déficit de R$ 145,096 bilhões em 12 meses (2,29% do PIB).
Já o resultado nominal do setor público consolidado mostrou déficit de R$ 15,423 bilhões em abril, acumulando agora saldo negativo de R$ 123,716 bilhões no ano (5,93% do PIB) e déficit de R$ 582,240 bilhões em 12 meses (9,18% do PIB).
Nos EUA, a revisão do PIB 1T17 mostrou crescimento agora de 1,2%, ante 0,7% na prévia anterior e acima do 0,9% esperado pelo mercado. O consumo pessoal subiu a 0,6%, contra 0,3% na prévia anterior, e melhor do que o 0,4% projetado pelo mercado. O índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan foi de 97,1 em maio, não distante dos 97,7 de abril e quase em linha com o 97,5 do consenso dos agentes.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu em baixa e logo em seguida passou a navegar com curtas variações não distantes de seu preço final de fechamento. A menor aversão ao risco doméstica e a baixa dos juros futuros induziram o comportamento no dia. A moeda fechou cotada a R$ 3,2670 (-0,46%).
Risco País - O CDS brasileiro de 5 anos oscilava em 241 pts, similar ao dado de ontem.
Juros.
Nova onda de otimismo com a profunda desaceleração da perspectiva de inflação majorou as apostas dos agentes quanto a um corte mais agressivo na Selic pelo Copom na reunião da próxima semana, 31.05. Com isto, os juros rumaram para baixo em toda a extensão de sua estrutura a termo.
Para a próxima semana. Os cenários políticos brasileiro e norte-americano devem permanecer pautando os noticiários. Na agenda econômica interna, destaque para a decisão do Copom na quarta-feira. Ainda que as recentes elevações nas incertezas no front político possam impor obstáculo ao ciclo de cortes dos juros em andamento, acreditamos, neste momento, que ainda é possível um corte de 125 pts-base, permitido sobremaneira pela profunda desaceleração inflacionária em andamento, recuando a taxa Selic para 10,00%. Se sobressai também a divulgação do PIB 1T17 do Brasil na 5ª feira.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 26.05.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, Analista Senior, e RAFAEL REIS, CNPI-P, Analista, ambos do BB Investimentos