OURO FINO - Resultado 1º Trimestre de 2017
Negativo. Trimestre fraco amplia prejuízos
A Ouro Fino registrou perdas de R$ 6,9 milhões no 1T17. O primeiro trimestre do ano é sazonalmente mais fraco. Além disso, os efeitos da recessão econômica doméstica têm afetado o setor como um todo.
A receita líquida atingiu R$ 75,2 milhões, queda de 23,3% a/a. O CPV, como percentual da receita líquida, cresceu 0,6 p.p. a/a e as despesas de vendas +2,5 p.p. a/
a. Assim sendo, o EBITDA ajustado atingiu R$ 1,2 milhão (-81,5% a/a), demonstrando que a reestruturação em curso, embora positiva, ainda não trouxe efeitos consistentes que permitissem à empresa retomar sua trajetória de ganhos.
Esse conjunto de eventos resultou na elevação das perdas operacionais em 487,5% a/a. O resultado financeiro, também negativo, aumentou 26,3% a/a.
Contexto operacional.
O ambiente econômico do país tem afetado as vendas do segmento de animais de produção. A queda do poder aquisitivo da população interfere nas previsões da empresa relacionadas ao segmento de animais de companhia.
As fortes variações cambiais pressionaram para baixo as receitas nas operações internacionais.
Além disso, destacamos os atrasos na transferência de recursos do FINEP, que levaram a companhia a buscar recursos junto ao mercado a taxas de empréstimo superiores às suas médias, para a conclusão da construção de sua nova planta de biológicos.
No geral, esses fatores foram os principais responsáveis pela queda na receita líquida da empresa e pela redução do fluxo de caixa durante o trimestre.
Outlook.
Consideramos o resultado do 1T17 da Ourofino como negativo. O declínio da receita, tanto no segmento de animais de produção, quanto nas operações internacionais, ofuscou a melhora no desempenho apresentado pelo segmento de animais de companhia.
A contribuição negativa das DVG&A e do resultado financeiro elevaram as perdas apresentadas no trimestre.
Acreditamos que a Ouro Fino recupere seu nível histórico de vendas no decorrer dos próximos trimestres tendo em vista os seguintes aspectos:
(i) a esperada elevação nas vendas do segmento de animais de produção, devido ao período de vacinação contra a febre aftosa, no decorrer do próximo trimestre;
(ii) a recuperação da econômica brasileira, apesar de lenta;
(iii) a ampliação dos resultados nas operações internacionais, em função da melhora do mercado de medicamentos contra febre aftosa no Paraguai, da recuperação do ambiente econômico no México e das mudanças desenvolvidas pelo management visando a retomada das operações na Colômbia, e
(iv) a reestruturação da companhia, tanto na área comercial quanto na política de vendas.
Desse modo, mantemos nossa recomendação em Outperform para OFSA3, com preço-alvo de R$ 31/ação YE17.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o desempenho da OURO FINO no 1º trimestre/2017, elaborado por MÁRCO MONTES, CNPI Analista, do BB Investimentos