Diário do Mercado na 3ª feira, 23.05.2017
Dia de repique, com mercado recuperando os 62 mil pts. Clima político doméstico mais ameno e exterior aguardando
Resumo.
Desde a 5ª feira passada, o mercado acionário brasileiro via uma trajetória de vai e vem, após o imbróglio político interno. Os agentes parecem ter dado, nesta 3ª feira, 23.05, um voto de confiança acerca das ponderações sobre a questão e que haverá uma solução para breve. Inclusive, fala-se que as reformas até poderão ser levadas a cabo agora, visando o bem da economia.
No exterior, os agentes aguardam a volta do presidente norte-americano, Donald Trump, que se encontra no exterior, para dar sequência à questão política que o envolve nos EUA.
Enfim, foi um dia em que o índice doméstico reagiu positivamente, mas, ainda não mostra consistência para recuperar o tombo sofrido na semana anterior.
Ibovespa.
A alta foi generalizada, com empresas que haviam caído fortemente na véspera, se recuperando no dia. Vale resssaltar que subiram menos do que o índice, mas, o setor de bancos, o de maior peso, auxiliou ponderadamente no ganho do pregão.
No exterior, os investidores mantiveram a cautela, esperando o andamento da polêmica que implica o presidente Trump.
Neste panorama, o índice brasileiro encerrou aos 62.662 pts (+1,60%), com o volume financeiro preliminar da Bovespa em R$ 9,660 bilhões, sendo R$ 9,431 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
O capital estrangeiro líquido à bolsa, com o ingresso de R$ 193 milhões na 6ª feira, 19.05, - último dado disponível – passou a somar R$ 1,142 bilhão em maio. Em 2017, o saldo passou a acumular ingresso de R$ 4,653 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a inflação medida pelo IPCA-15, considerado como prévia do IPCA, registrou uma elevação de 0,24% em maio, ante 0,21% em abril. Ainda que tenha vindo ligeiramente acima das projeções de mercado (0,21%), o dado foi considerado positivo, evidenciando o ainda vigente cenário de desaceleração inflacionária.
A confiança industrial medida pela CNI Confederação Nacional das Indústrias elevou-se a 53.7 em maio ante 53.1 em abril. Apesar do pequeno avanço, o nível atua denota estabilidade ante setembro do ano passado, após um fraquejamento em novembro e dezembro, mostrando que o ânimo do empresário industrial reluta em seguir avançando dado o ceticismo do mercado quanto à efetiva retomada econômica.
Câmbio e CDS.
Na contramão das melhorias no humor dos investidores quanto à bolsa e juros, a moeda norte-americana valorizou-se contra o real na sessão. Passado o impacto inicial do ápice do imbróglio político, a divisa opera em relativa estabilidade, alternando altas e baixas, denotando indefinição dos agentes.
Risco Brasil - O CDS brasileiro de 5 anos orbitava a casa dos 245 pts, ante 249 pts da véspera.
Juros.
As apostas em direção a um corte mais agressivo na Selic pelo Copom se aceleraram na sessão. Não apenas o clima político mais leve permitiu uma visão mais benigna acerca da evolução do calendário de reformas, mas predominou a visão de que o mesmo deve, passado o impacto inicial, exercer pressão limitada sobre o câmbio, favorecendo o ambiente de inflação baixa e controlada.
Para a 4ª feira.
A agenda econômica prevê no Brasil a dívida federal total bem como a confiança do consumidor pela FGV. No exterior, nos EUA, se destacarão a ata relativa à última reunião do Fomc, e dados de venda de casas já existentes.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercdo na 3ª feira, 23.05.2017, elaborado por HAMILTON MOEIRA ALVES, CNPI-T, Analista Senior, e RAFAEL REIS, CNPI-P Analista, ambos do BB Investimentos