Diário do Mercado na 3ª feira, 16.05.2017
Manutenção do viés positivo doméstico segue a tônica
Resumo.
Guiado pelo mercado externo mas com fatos domésticos relevantes na sessão, a manutenção do clima positivo no Brasil foi mantida de maneira geral.
Além de rumores de mercado que a votação da reforma da previdência poderá acontecer ainda neste mês, novos dados inflacionários corroboraram a visão de espaço para maior afrouxo monetário pelo Copom - que terminou por derrubar mais os juros futuros.
No mercado cambial viu-se o dólar perdendo força ante pares internacionais, e também o Banco Central denotando uma postura de rolagem integral do vencimento de 1º de junho próximo dos contratos de swap cambial.
Ibovespa.
O índice acionário brasileiro, que já marcava alta de 4,5% nos últimos cinco pregões, chegou a fraquejar no princípio da sessão de hoje, parecendo que seria um dia de realização de lucros.
Todavia, o bom humor com favoráveis notícias domésticas e com as commodities ajudando no exterior, o ímpeto dos investidores reverteu a baixa inicial para pequena elevação no pregão de hoje.
A abertura dos negócios em Nova Iorque foi negativa, refletindo nova denúncia envolvendo o presidente Trump, mas, na sequência, acabou havendo recuperação.
O Ibovespa acompanhou o movimento e mais uma vez observou ganhos, com contribuição majoritária da Vale, mas, também beneficiado pela reversão positiva da Petrobras.
O benchmark da bolsa brasileira findou aos 68.684 pts (+0,31%), com giro financeiro preliminar da Bovespa em R$ 9,037 bilhões, sendo R$ 8,809 bilhões no mercado à vista.
Capitais externos na Bolsa - O capital externo à bolsa, com o ingresso de R$ 455,56 milhões em 12 de maio, passou a somar neste mês saldo positivo em R$ 1,042 bilhão. Em 2017, está acumulando agora R$ 4,14 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-10 (inflação ao atacado) em maio mostrou deflação de 1,10% ante abril. Não apenas houve desaceleração de preços maior do que o mês anterior (-0,76%), como o dado veio abaixo do consenso de mercado (-1,00%), corroborando ainda mais solidamente o viés desinflacionário em andamento na economia doméstica.
O saldo líquido de empregos formais na economia (CAGED) em abril foi positivo em 59.856 postos de trabalho, superando a estimativa do mercado, cuja média apontava para a criação de 40 mil vagas.
Em 2017, o saldo é de uma redução de tão somente 933 vagas (Jan: -63.624; Fev: +35.612; Mar: -40.864). No acumulado dos últimos 12 meses, apesar da leitura mostrar a destruição de 970 mil vagas, o número vem diminuindo paulatinamente, o que pode efetivamente ensejar um movimento de melhoria, mesmo que lenta, do mercado de trabalho doméstico.
Nos EUA, a produção industrial em abril cresceu 1,0%, surpreendendo positivamente os analistas, que aguardavam um avanço de 0,4%. Também, ligeiramente além do previsto ficou a utilização da capacidade industrial, que atingiu 76,7%, acelerando ante os 76,1% de março e superando as estimativas (consenso: 76,3%).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) seguiu perdendo força ante pares internacionais, e não foi diferente versus o real. Houve a sinalização de rolagem integral do swap cambial com vencimento para junho por parte do Bacen, tendo hoje sido rolados 8.000 contratos.
A divisa norte-americana findou os negócios a R$ 3,0970 (-0,29%). O CDS brasileiro de 5 anos, apesar da estabilidade também manteve o viés de queda, denotando continuidade do otimismo em relação a visão de curto prazo do perfil de risco soberano brasileiro, situando-se neste momento em 199 pts – patamar similar ao de ontem.
Juros.
Os juros futuros mais uma vez se retraíram refletindo a percepção de maior espaço para cortes de juros pelo Banco Central. Além do favorável IGP-10, a crescente confiança do mercado com a aprovação da reforma da previdência direcionou mais apostas em um corte de 125 pts-base pelo Copom por ocasião de sua reunião no dia 31 de maio próximo.
Para a 4ª feira.
A fraca agenda trará de relevante apenas a confiança industrial em maio pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) e a arrecadação de impostos relativa a abril. No exterior, inflação na zona do euro, além de PIB e produção industrial no Japão.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 16.05.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, Analista Senior, e RAFAEL REIS, CNPI-P, Analista, do BB Investimentos