B2W DIGITAL - Resultado 1º Trimestre de 2017
Alterações no modelo de negócios impactaram o resultado, conforme esperado
Os números da B2W referentes ao 1T17 vieram mistos. Tanto o top line quanto a margem bruta vieram acima das nossas projeções: +3,9% A/E e +1,3 p.p. A/E, respectivamente.
De fato, esperávamos uma queda maior nas vendas diretas (1P) durante o trimestre e uma atividade promocional mais forte, refletindo a atual estratégia da companhia focada em reduzir a operação 1P e aumentar a 3P.
O marketplace (3P), por sua vez, expandiu em linha com nossas estimativas, cerca de +122% a/a. As despesas com VG&A vieram 18% acima das nossas projeções, mas o desempenho positivo da margem bruta levou a uma margem EBITDA 0,1 p.p. acima do esperado, de 6,8%.
No bottom line, as despesas financeiras líquidas somaram R$ 282 milhões, 8,5% acima do que estimamos, culminando em uma margem líquida negativa de 11,0%, ou 1,5 p.p. abaixo das nossas projeções.
Em geral, o mercado já esperava números mais fracos durante o 1T17, em razão da transição da companhia para um novo modelo de negócios, que compreende a redução do número de categorias vendidas na operação de 1P e o fortalecimento do marketplace. Impactos adicionais desta estratégia também devem ser observado durante o próximo trimestre.
Apesar disso, conforme mencionamos no nosso relatório de prévias, devemos observar algum alívio no bottom line da companhia do 2T17 em diante, refletindo o aumento de capital de R$ 1,2 bilhão concluído em maio.
Target Price
Sendo assim, mantemos nossas estimativas para a companhia inalteradas, com preço alvo de R$ 17,50 para o final do ano (que já considera o aumento de capital acima mencionado) e recomendação de Outperform. BTOW3 está sendo negociada a 13,8x EV/EBITDA para o final de 2017, de acordo com as nossas projeções, contra uma média histórica (últimos 5 anos) de 12,4x.
Top line pressionado pela redução de categorias na operação 1P.
O GMV aumentou 8,4% a/a no trimestre (+3,3% A/E), em linha com a média de mercado. De acordo com a consultoria Ebit, as vendas no canal de e-commerce cresceram 8,1% a/a no 1T17.
A operação de marketplace expandiu impressionantes 121.8% a/a, chegando a 5.000 sellers (+43% nos últimos 12 meses), enquanto a operação 1P contraiu 8,2% a/a no período, refletindo a atual estratégia da companhia focada em reduzir o número de categorias disponíveis para venda direta.
Aumento da margem bruta foi uma boa surpresa, mas não compensou a menor alavancagem operacional. Apesar da maior atividade promocional visando a redução dos estoques da operação 1P, a margem bruta expandiu 1,3 p.p. a/a no trimestre, para 19,9% (+1,3 p.p. A/E), amparada por uma maior participação do marketplace no GMV total.
Mesmo assim, a margem EBITDA ajustada reduziu 0,5 p.p. a/a no período, para 6,8% (+0,1 p.p. A/E), refletindo a menor base de diluição (uma vez que a receita líquida contraiu 7,6% a/a) e um aumento de 6,6% nas despesas com VG&A, um pouco acima da inflação do período (+4,1%, de acordo com o IBGE).
Bottom line continuou pressionado pelas despesas financeiras.
As despesas financeiras líquidas cresceram 13,1% a/a, para R$ 282 milhões (+8,5% A/E), em decorrência do maior endividamento. A dívida bruta aumentou 13,9% a/a nos últimos 12 meses, atingindo R$ 4,8 bilhões, levando a uma dívida líquida/EBITDA de 3,2x no 1T17 (contra 2,8x no 1T16).
Assim, o prejuízo líquido chegou a R$ 177 milhões no trimestre, equivalente a uma margem líquida negativa de 11,0% (-1,5 p.p. A/E).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da B2W Digital no 1º trimestre/2017, elaborado por MARIA PAULA CANTUSIO, CNPI Analista Sênior, do BB Investimentos
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