Diário de Mercado na 5ª feira, 11.05.2017
Tônica doméstica no dia foi o reposicionamento dos agentes para corte maior do que o previsto da taxa Selic.
Resumo.
Os investidores já haviam precificado a maior parte das notícias consideradas favoráveis nas altas dos dois últimos pregões. Assim, o dia mostrou um pouco mais de cautela dos investidores em relação a bolsa brasileira.
O comportamento do mercado acionário doméstico terminou sendo travado pelas pequenas baixas das principais bolsas pelo mundo afora. Também, os agentes estiveram mais voltados em ajustar seus posicionamentos na perspectiva de uma queda maior da taxa básica de juros, caminhando agora cada vez mais para um consenso de redução de 125 pts-base na decisão do Copom em 31 de maio próximo.
Recursivamente, em nossa visão, haverá redução de 125 pts-base nesta resolução que se aproxima, com a taxa básica de juros baixando a 10,00% a.a., e, na atual tendência desinflacionária, é provável que a taxa se aproxime de 3,0% até agosto próximo, bem como esperamos uma taxa básica de juros em 8,25% no final deste ano – não sendo surpresa um número um pouco inferior a este.
Ibovespa.
No mercado externo, houve alta do preço do petróleo, que beneficiou os papéis da Petrobras, mas, queda do minério de ferro, que pressionou para baixo as ações da Vale.
Já o setor de bancos – de maior peso no índice, foi o “fiel da balança” e contribuiu ponderadamente para o fechamento positivo. Mais uma vez, vale lembrar que nesta sexta-feira é dia de “zeragem” do vencimento de opções sobre ações, mercado que Petrobras e Vale são carros-chefes, e cujo exercício findará na próxima 2ª feira.
O Ibovespa fechou aos 67.537 pts (+0,28%). O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,89 bi, sendo R$ 7,64 bi no mercado à vista. No último dado disponível, o capital externo apresentou saída de R$ 67,111 milhões, no dia 8, acumulando saldo positivo de apenas R$ 4,429 milhões em maio. Em 2017, o ingresso líquido passou a somar R$ 3,516 bi.
Agenda Econômica.
No Brasil, ao 1ª prévia do IGP-DI (inflação ao atacado) aumentou a deflação para -0,89% em maio, versus -0,74% na 1ª prévia de abril - consenso de mercado em -0,58%.
O indicador passou a acumular -1,26% no ano e +1,61% em 12 meses. Os seus subíndices assim variaram: IPA-M em -1,37% (-1,21% na 1ª prévia de abril); o IPC-M em +0,03% (+0,30% na 1ª prévia de abril) e o INCC-M em -0,06% (-0,14% na 1ª prévia de abril).
Já as vendas no varejo restrito variaram -1,9% em março, contra -1,6% em fevereiro – consenso em -0,6¨%. Já em relação a março do ano passado, o indicador oscilou -4,0% (3,7% fev-17/fev-16) – consenso em -1,8%.
As vendas a varejo ampliadas, que incluem veículos e materiais de construção, registrou -2,0% em março, ante +0,6% em fevereiro – consenso em -0,1%. Já em comparação com março de 2016, o indicador variou -2,7% em março (-4,8% em fevereiro) – consenso em +0,4%.
No Reino Unido, o Banco da Inglaterra manteve sua taxa básica em 0,250%, como era previsto pelo consenso de mercado.
Juros.
O dia foi de firme recuo das taxas dos DIs. Os agentes que ainda não tinham elevado suas apostas para um corte de 125 pts-base na taxa Selic na decisão do Banco Central em 31 de maio próximo, se posicinaram mais ativamente hoje.
Assim, a curva da estrutura a termo da taxa de juros caiu como um todo, com destaque para a ponta mais curta.
Câmbio e CDS.
Mais um dia em que o dólar comercial (interbancário) mostrou tendência descendente e assim permaneceu pela manhã. Já na parte da tarde, ficou oscilando não distante de seu valor de fechamento.
O comportamento da divisa esteve mais vinculado ao mercado internacional de moeda e encerrou cotada a R$ 3,1450 (-0,69%).
Risco País. Neste momento, o CDS Brazil 5 anos (CBIN) situa-se em 205 pts, versus 207 pts de ontem.
Para a 6ª feira.
No Brasil, volume do setor de serviços. Nos EUA, IPC e núcleo, vendas a varejo e índice de confiança do consumidor da Univ. Michigan. Na Alemanha, prévia do PIB e IPC; na zona do euro, produção industrial; e na China, talvez sejam divulgados dados.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira 11.05.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, Analista Sênior, e RAFAEL REIS, CNPI-P Analista, ambos do BB INVESTIMENTOS
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