BRMalls - Resultados no 1º trimestre de 2017
Neutro, melhorando em ritmo lento
A BR Malls apresentou resultados neutros no 1T17. Apesar das modestas melhorias nos dados operacionais, como o menor custo de ocupação e o forte SSR, as vendas dos lojistas se mantiveram estáveis, apresentando baixo SSS de 0,4% e surpreendente alta na inadimplência líquida, de 7,3%.
No desempenho econômico-financeiro, a receita líquida também ficou estável, e as maiores provisões para devedores duvidosos afetaram as despesas SG&A. No entanto, os fortes resultados financeiros impulsionaram o FFO ajustado, que aumentou 141% a/a.
Vale ressaltar que muitos indicadores divulgados no relatório da companhia mostraram que março foi o mês com melhor desempenho do trimestre, o que pode sinalizar que a recuperação está mais próxima do que esperamos.
Destaques operacionais.
Embora a taxa de ocupação tenha caído para 96,1%, -70 bps a/a, os custos de ocupação sofreram um ansiado declínio (-0,3 p.p. a/a), atingindo 11,8%. O desempenho das vendas alcançou R$ 5 bilhões, com destaques positivos nas vendas dos Shoppings Tamboré, Mooca Plaza e Tijuca.
Embora positivo, o SSS ficou em fracos 0,4%, impulsionado principalmente pelos segmentos de Megalojas e Lazer (especialmente cinemas).
No entanto, vale ressaltar que, em março, o SSS chegou a 3,3%, apontando para uma recuperação mais forte nos próximos trimestres. A SSR, por sua vez, chegou a 6,5%, o que indica que os descontos dos inquilinos estão diminuindo.
Como principal preocupação, destacamos um aumento de +1,6 p.p. na taxa de inadimplência líquida (alcançando 7,3%) e de +1,9 p.p. (7,0%) no turnover, o que implica que os locatários ainda enfrentam um cenário desafiador para aumentar as vendas e suportar os custos.
Desempenho econômico e financeiro.
A receita líquida permaneceu estável neste trimestre, uma vez que o aumento de 2,5% no aluguel base e o aumento de 12,5% nas receitas de serviços compensaram a queda em outras fontes de receita.
A inadimplência líquida acima referida conduziu a um aumento das provisões para devedores duvidosos, o que afetou as despesas com vendas (+53,9% a/a). As despesas G&A também dispararam, aumentando 35,9% a/a, embora tal aumento esteja relacionado a uma reversão da provisão para contingências de R$ 6,9 milhões que afetou positivamente o 1T16.
Caso contrário, o aumento teria sido de 11,7%. Os resultados financeiros líquidos apresentaram forte melhora de 36% a/a, com base em taxas de juros mais baixas e dívida indexada à inflação.
Portanto, tanto o lucro líquido ajustado quanto o FFO apresentaram forte crescimento, respectivamente de 174% e 142% a/a.
Conclusões.
O desempenho operacional foi ligeiramente mais fraco na comparação ano contra ano, registrando um crescimento modesto de 0,4% no SSS, embora em março tenha apresentado valores mais robustos (3,3%).
A taxa de inadimplência líquida e o leasing spread (novos contratos) são fatores de preocupação adicionais, ainda impactados pela dificuldade de aumentar as vendas e controlar os custos.
No desempenho econômico-financeiro, a receita líquida manteve-se estável e o lucro líquido foi afetado por maiores despesas SG&A e por maiores resultados financeiros.
Em suma, vemos o resultado deste trimestre como neutro, uma vez que os desempenhos operacionais e econômico-financeiros ainda tenham impacto do cenário adverso e apresentem modestas melhorias em comparação com a maioria dos pares de mercado.
Target Price
Mantemos o preço-alvo de R$ 14,00 para o final de 2017 com recomendação Market Perform.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da BRMalls no 1º trimestre/2017, elaborado por GEORGIA JORGE, CNPI, Analista Sênior, e DANIEL COBUCCI, CNPI, Analista Sênior, ambos do BB Investimentos
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