Boletim Diário do Bradesco
06.03.2017
Mercado manteve maior parte de suas projeções inalterada
O mercado manteve inalterada a maior parte de suas expectativas para as principais variáveis econômicas para 2017 e 2018, de acordo com as estimativas coletadas até o dia 03 de março e divulgadas hoje pelo Relatório Focus do Banco Central.
As expectativas para o IPCA permaneceram em 4,36% para 2017, seguindo abaixo da meta de 4,50%, e foram mantidas em 4,50% para o final de 2018.
A mediana da taxa Selic ficou estável em 9,25% para o final deste ano e em 9,00% para o final do ano que vem. Já a mediana das projeções para o crescimento do PIB deste ano subiu marginalmente, de 0,48% para 0,49%, ao passo que a expectativa para 2018 avançou de 2,37% para 2,39%. Por fim, a mediana das expectativas para a taxa de câmbio permaneceu em US$/R$ 3,30 e em R$/US$ 3,40 para o final deste e do próximo ano, respectivamente.
Destaques da Semana
- Resultado negativo do PIB do 4º trimestre/2016
Após o Banco Central condicionar a intensificação do corte de juros ao desempenho da atividade e das expectativas de inflação, o resultado do PIB do quarto trimestre de 2016, a ser conhecido amanhã, ganhará importância.
Apesar de ser uma informação antiga, eventuais surpresas baixistas poderão ampliar o carrego estatístico para o resultado do primeiro trimestre.
Projetamos contração de 0,7% no 4º trimestre ante os três meses anteriores, levemente inferior às expectativas do mercado (de recuo de 0,5%), fazendo com que o PIB acumule queda de 3,6% no ano passado.
O desempenho negativo deve ter sido generalizado, com destaque para a continuidade do enfraquecimento do consumo e do investimento.
Apesar disso, esperamos leve alta do PIB neste trimestre, impulsionada principalmente pelo crescimento da atividade agropecuária. No dia seguinte, o IBGE divulgará o resultado da produção industrial de janeiro, que deve ter recuado 0,8% na margem, refletindo a retração da fabricação de veículos no período.
Com isso, o indicador devolverá apenas parcialmente a forte elevação observada em dezembro. Vale mencionar que a mediana das projeções dos analistas de mercado aponta para estabilidade, mas há dispersão considerável das projeções.
Na 6ª feira, 10.03, teremos o IPCA de fevereiro, para o qual projetamos alta de 0,41%, contra expectativa mediana do mercado de 0,44%. Assim, a inflação seguirá abaixo da sazonalidade do período e a desinflação continuará disseminada, com destaque para os preços de alimentação.
Caso o resultado se confirme, a inflação acumulará variação inferior a 5,00% nos últimos doze meses.
No exterior, os dados a serem conhecidos na semana que vem deverão reforçar nossa visão de que o crescimento da economia global segue sustentado neste início de ano.
Especificamente em relação aos EUA, as informações de emprego referentes a fevereiro, que serão divulgadas na sexta-feira, deverão apontar para continuidade do mercado de trabalho próximo do pleno emprego.
Também merece atenção a divulgação do resultado da balança comercial da China de fevereiro, sem data definida.
Além disso, na 4ª feira, 08.03, teremos os dados de inflação ao produtor e ao consumidor chineses, também referentes ao mês passado. O índice de preços ao produtor deve ter acelerado no período, puxado pela elevação dos preços de commodities. Por fim, o USDA divulgará seu relatório mensal de grãos na 5ª feira.