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Economia e Finanças

03 de Março de 2017 as 21:03:38



CENÁRIO ECONÔMICO Ata do COPOM publicada: Aceleração do corte da Selic


Ata do Copom
 
Maior grau de liberdade
02.03.2017
 
Mantemos nosso cenário, mas o risco está inclinado para uma aceleração no ritmo de corte e para uma taxa menor este ano.
 
Na ata publicada na manhã de 5ª feira, 02.03, o COPOM Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil explicou o debate atual de política monetária e ressaltou que as próximas decisões dependerão não apenas da avaliação de aspectos de seu modelo de projeção, como a "taxa de juros estrutural", mas também dos próximos dados e do balanço de riscos.
 
Continuamos, por ora, esperando que o próximo movimento de política monetária (11-12 de abril) será novamente um corte de 0,75 p.p. da taxa de juros, e que a taxa Selic encerrará o ano em 9,25% ao ano, mas admitimos que o risco está inclinado para um ritmo mais acelerado de cortes dos juros e uma taxa de juros terminal mais baixa este ano.
 
Em relação ao cenário prospectivo para a inflação e taxas de juros, atribuímos importância especial para a edição de março do Relatório Trimestral de Inflação, que poderá esclarecer (e, idealmente, quantificar) a avaliação do Comitê sobre a nova, e presumivelmente inferior, taxa de juros estrutural na economia brasileira.
 
Evolução econômica recente e o cenário base
 
O Copom avalia que a atividade doméstica tem mostrado sinais mistos, que são consistentes com a estabilização da economia no curto prazo e com uma recuperação gradual durante 2017 - uma atualização factual que parece mais otimista do que a avaliação apresentada em janeiro.
 
Os membros do Copom reiteraram que o ambiente externo continua bastante incerto, mas notam que o impacto das mudanças de políticas nas economias avançadas sobre o Brasil foi limitado diante da resiliência da atividade global e seu efeito positivo sobre os preços das commodities.
 
No quarto parágrafo, o Copom observa que a inflação exibiu um comportamento benigno, com sinais de que a persistência pode estar diminuindo. O Comitê observa também que estamos diante de um choque de oferta agrícola positivo, e que as expectativas de inflação para 2018 e além estão ancoradas na meta de 4,5%.
 
O texto em seguida descreve as principais premissas e projeções do Copom. Em relação às premissas, o Copom cita a trajetória esperada para os preços administrados, que estão em 5,8% para 2017 e 5,3% para 2018.
 
As projeções de inflação do próprio Copom, resumidas nos parágrafos sete e oito, estão próximas de 3,8% e 4,2% nos cenários base e de mercado para 2017, respectivamente. As projeções para 2018 estão em 3,3% e 4,5% nestes cenários.
 
Notamos que o Comitê sublinha que, neste momento, as projeções do cenário de mercado, que incorporam uma taxa Selic de 9,5% e 9,0% no final de 2017 e 2018, são mais relevantes para a condução da política monetária.
 
 
Riscos
 
O Comitê constata que a retomada da desinflação de alimentos é um choque de oferta favorável, que pode ter efeitos secundários positivos e contribuir para redução da inflação em outros setores, além de diminuir as expectativas de inflação.
 
Mas a economia tem mostrado sinais que sugerem que os riscos de atividade se tornaram simétricos, e que a recuperação poderá ser mais lenta (mais rápida) do que o antecipado.
 
Por fim, o Copom afirma que a incerteza externa elevada pode dificultar o processo de desinflação.
 
 
Discussão de política monetária 
 
O Copom apresenta, nos parágrafos 17-18, sua avaliação sobre os fatores determinantes e condutores da taxa de juros estrutural (leia-se, neutra). O texto indica que tal taxa de juros depende de fatores de baixa frequência, como a produtividade e o ambiente de negócios (que podem reduzi-la), bem como de questões cíclicas, como o estado da atividade, fatores de risco, etc.
 
Ambos os fatores estruturais e cíclicos são relevantes para a avaliação do Copom sobre a extensão do ciclo de flexibilização.
 
O parágrafo 19 nota que, dada uma determinada estimativa de extensão do ciclo, um ritmo mais acelerado equivale a uma antecipação do ciclo. O texto também observa que alguns membros acreditam que as estimativas de extensão do ciclo podem ser revisadas em função da intensidade da antecipação da política monetária - a linguagem não é explícita, mas esta parte do texto sugere um debate sobre a eventual relação entre velocidade e duração do ciclo.
 
O parágrafo 21 indica que as autoridades não estão em piloto automático, e tem como intenção salvaguardar sua liberdade em decisões futuras, deixando a porta aberta para cortes mais acelerados.
 
Mas este parágrafo incorpora sinais bidirecionais. Com um tom dovish, ele afirma que a política monetária pode contribuir para a estabilização e recuperação da economia, mas também sinaliza, com mais cautela, que a política monetária funciona com uma defasagem, e seu impacto será sentido na inflação de 2018 (cujas projeções estão em 4,5%).
 
Por fim, o parágrafo 22 indica que o Copom não reagirá de forma exagerada ao choque de oferta agrícola positivo, mas apenas a seus efeitos secundários, isto é, há evidências de que o choque possa estar se tornando mais disseminado e/ou afetando as expectativas - isto é de praxe, mas não há nenhuma sugestão de desinflação oportunista no texto, pelo menos não por enquanto.
 
 
Decisão de política monetária
 
O Comitê afirma que a convergência da inflação para a meta em 2017, e, com um peso gradualmente maior, em 2018, é consistente com a decisão de cortar a taxa Selic em 0,75 p.p.
 
O Comitê indica que a extensão do ciclo e a intensificação do ritmo de flexibilização continuarão dependendo das projeções e expectativas de inflação, bem como da evolução dos fatores de risco, e também, sobretudo, das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira, que continuarão a ser reavaliadas ao longo do tempo.
 
 
Interpretação
 
A ata da última reunião do Copom sugere que as autoridades estão abertas à ideia de acelerar o ritmo de flexibilização para além dos 0,75 p.p. atuais, mas ainda precisam se convencer disso. O texto também sugere que o Copom pode estar debatendo se uma antecipação mais intensa do ciclo afetaria sua duração.
 
De maneira geral, continuamos esperando um corte de 0,75 p.p. na reunião de 12 de abril, mas podemos revisar nossa expectativa em função dos próximos dados e, sobretudo, do Relatório de Inflação, que será publicado em 30 de março.
 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório que comenta a Ata do Copom, divulgada na 5ª feira  02.03.2017, preparado pela equipe de economistas cenaristas do ITAÚ BBA. 

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: ITAU BBA EQUIPE DE CENARISTAS





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