Relatório Focus de 02.03.2017
Selic recuando com inflação abaixo da meta. 2018: PIB avança
O relatório semanal Focus do Banco Central, que traz a mediana das projeções de mercado, apontou a continuidade da expectativa de reação econômica brasileira.
Destaques maiores para mais um recuo da inflação ao consumidor (IPCA) e para a retomada da queda na Selic esperada, ambas para o término do ano corrente. Em menor grau, mas, também favorável, houve elevação do PIB estimado para o próximo ano.
Selic abaixo.
Como consequência da favorável dinâmica inflacionária em andamento e respondendo ao contéudo do comunicado que acompanhou a definição - nem tanto a baixa já esperada de 75 pontos-base ocorrido na semana passada, o
Focus trouxe uma revisão otimista na leitura dos agentes para a taxa Selic ao final de 2017.
O Banco Central, ao evidenciar um ciclo mais vigoroso de redução, levou os agentes a desceram a mediana das estimativas a 9,25% agora, versus 9,50% na semana anterior.
Em nossa visão, a Ata do Copom, divulgada na manhã desta 5ª feira, 02.02, reforçou ainda mais o viés de abrandamento da política monetária do comunicado da recente decisão.
Assim, passamos a acreditar em uma aceleração na magnitude de cortes no curto prazo, com uma provável redução de 100 pontos-base na subsequente reunião do comitê em 12 de abril próximo.
No entanto, esperamos reduções menores a seguir, devendo a autoridade monetária efetuar uma provável “parada técnica” no segundo semestre deste ano, visando avaliar os impactos de sua postura até então – projetamos que a taxa Selic findará 2017 no patamar de 9,75%.
Inflação decaindo.
Operando pela terceira semana abaixo do centro da meta do governo e mostrando diminuição pela oitava semana seguida, a projeção do IPCA ao término de 2017 apoiou-se em novas evidências da favorável dinâmica inflacionária em andamento.
Na semana anterior, o IPCA-15 e IGP-M vieram em linha com o aguardado pelos analistas e o corte na Selic chancelou a convergência do Bacen com a visão otimista do mercado.
Continuamos confiantes em nossa visão que o IPCA observado já estará abaixo do centro da meta no segundo trimestre deste ano, bem como, será cumprida a meta de 4,50% no final de 2017, dentro do intervalo determinado entre 3,00% e 6,00%.
PIB para 2017 estático e já melhora para 2018.
Ainda que o ciclo da retomada econômica esteja evidentemente em progresso, pairam dúvidas quanto à sua velocidade. Alguns sinais antecedentes já capturam um melhor prognóstico – caso da confiança da indústria e da confiança do consumidor.
Ademais, os cortes na taxa Selic deverão surtir maiores efeitos na atividade econômica tão somente em 2018. Corroborando esta linha de análise, vemos uma projeção do crescimento do PIB para 2017 praticamente estática ao redor de 0,50% (0,48%) há dez semanas, enquanto para 2018, subiu a 2,37%, em um lento processo, visto que se encontrava em 2,10% no início do deste ano e em 2,20% há 5 semanas atrás.
Câmbio médio declinante.
Apesar da taxa cambial permanecer imóvel para o final de 2017 e de 2018, em R$ 3,30 e R$ 3,40, respectivamente, o câmbio médio caiu pela nona semana consecutiva para 2017, a R$ 3,18, e cedeu pela segunda semana para 2018, a R$ 3,37.
Em nossa visão, há espaço para novas correções para baixo nas estimativas, dado que vislumbramos uma tendência de baixa da moeda perante o real no curto/médio prazo.
Confira no anexo a íntegra da análise do Boletim Focus de 02.03.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI- e RAFAEL FREDA REIS, CNPI, ambos do BB Investimentos
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