Diário de Mercado na 2ª feira, 13.02.2017
Ambiente externo leva CDS brasileiro a patamar de grau de investimento e Bovespa tem quinta alta seguida .
Resumo do dia.
A tranquilidade foi a tônica nesta segunda-feira, tanto no mercado internacional quanto brasileiro. A sessão não reservou nenhum indicador de peso e com isso investidores ecoaram os movimentos da semana anterior, que conteve um approach mais amigável a parceiros comerciais dos EUA por conta de Trump, assim como uma nova rodada de alta das commodities metálicas.
A semana, porém, reserva discurso da presidente do Fed Janet Yellen no congresso norte-americano na terça e quarta, cujas palavras podem direcionar novas apostas quanto ao rumo política monetária do país.
Mercado de Ações.
Mais uma vez, a Vale capitaneou a contribuição ponderada ao índice doméstico, favorecida pelo avanço do minério de ferro na China, que atingiu a maior cotação dos último dois anos.
Apesar do petróleo não ter alta na sessão, a Petrobras também se valorizou, apoiada ainda na melhoria de seu rating pela agência de risco S&P na última 6ª feira.
Com isso, o Ibovespa emplacou o quinto pregão consecutivo de ganhos, e fechou aos 66.967 pts (+1,27%), acumulando agora 3,55% no mês e 11,19% no ano.
O giro financeiro preliminar da bolsa foi de R$ 8,43 bilhões, sendo o volume do mercado à vista de R$ 7,45 bilhões. Vale lembrar que esta semana contém a data do vencimento de índice futuro na BM&F, 4ª feira, 15.02, o que deve trazer maior volume aos negócios e possivelmente elevar moderadamente a volatilidade.
O capital estrangeiro na bolsa acumula em fevereiro (até dia 09.02) evasão líquida de R$ 125 milhões, mas ingresso de R$ 6,12 bilhões em 2017.
Agenda Econômica.
Com a fraca agenda da sessão, o relatório semanal Focus do Bacen ganhou relevo. Em seu compilado de projeções, o destaque absoluto foi a queda da expectativa da inflação ao consumidor (IPCA) ao término de 2017 a 4,47% (de 4,64% na semana anterior), passando a operar abaixo do centro da meta de inflação do governo (4,5%).
Em menor nível, mas também corroborando a gradual melhora nos prognósticos econômicos internos, verificou-se ligeira melhora na projeção do PIB para 2018, que passou de +2,25% para +2,30%, bem como a retração, ainda que modesta, do câmbio nos dois horizontes projetivos – de R$ 3,40 para R$ 3,36 em 2017 e de R$ 3,50 para R$ 3,49 em 2018.
Juros.
Tendo como influenciador positivo o relatório Focus, em especial nas suas novas projeções inflacionárias, mas contrabalançado por incessantes ruídos no front político, os juros futuros encerraram as negociações com viés de estabilidade.
Dólar e CDS.
O dólar aderiu-se aos juros, e não acompanhou a queda do CDS, operando o dia inteiro praticamente estável em relação à sexta-feira, e fechou aos R$ 3,1232 (-0,01%).
Ainda permanece uma incógnita a possível atuação do Bacen nas ofertas de swap cambial ao longo de fevereiro, sendo que a autoridade monetária detém um estoque de US$ 7 bilhões vincendos em 1º de março. Se optar pela intervenção, o volume poderia causar uma pontual pressão de alta na divisa perante o real, mas destacamos que a tendência primária da paridade é a de queda.
Risco Pais
Já o CDS brasileiro de 5 anos caiu a 217 pontos versus 228 pontos na 6ª feira, situando-se com isso em patamar análogo ao de outras economias emergentes com perfil de risco menor do que o brasileiro, algumas inclusive com o “selo” de grau de investimento pelas principais agências de classificação, como S&P, Moody’s e Fitch, em especial a Turquia (243 pontos) e aproximando-se da África do Sul (195 pontos).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 13.02.2017, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, e Rafael Reis, CNPI-P, do BB Investimentos
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