Diário de Mercado na 2ª feira, 06.02.2017
Semana inicia com elevação da aversão ao risco no front estrangeiro. No Brasil, novas medidas do governo.
Resumo do dia.
As tensões se elevaram globalmente nesta segunda- feira. As já corriqueiras preocupações com gestões econômica e política de Donald Trump nos EUA uniram-se a ansiedades advindas da França.
Por lá, a candidata da extrema-direita Marine Le Pen proferiu novos discursos em defesa de uma moeda francesa, bem como de medidas anti-imigração e anti-globalização, tendo como catalisador o estouro de um escândalo envolvendo a família de seu adversário nas urnas, François Fillon, do partido conservador.
No Brasil, movimentos do governo no sentido de medidas de estímulo econômico buscam consolidar agenda positiva, sendo na data anunciadas mudanças no plano habitacional Minha Casa Minha Vida.
Mercado de Ações.
Ainda que tenha observado alta por breves momentos logo após a abertura dos negócios, o Ibovespa inverteu a mão e passou a acompanhar a performance dos índices europeus com a elevação da aversão ao risco vinda do velho continente.
Penalizado principalmente pelos setores bancário e de alimentos, o índice fechou aos 63.992 pts (-1,48%), acumulando -1,05% no mês, +6,25% no ano e +57,65% em 12 meses.
Capitais Externos na Bolsa
O giro financeiro preliminar da bolsa foi de R$ 6,33 bilhões, sendo o volume do mercado à vista de R$ 6,10 bilhões. O capital estrangeiro na bolsa acumula em fevereiro (até dia 2 – último dado disponível) evasão líquida de R$ 203,8 milhões.
Agenda Econômica.
De pouco peso para o mercado, neste momento, no princípio da semana, os agentes observaram dados do mercado automobilístico doméstico divulgado pela Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores). Foram produzidos em janeiro 168.513 unidades entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, sendo este número, embora 12,9% menor que em dezembro, 17,1% maior no comparativo ante janeiro de 2016.
O nível de empregos ficou praticamente estável no mês, com corte de apenas 53 vagas nas montadoras. Nos últimos 12 meses, no entanto, a retração na mão de obra do setor foi da ordem de 6,5%, o equivalente a 8.469 postos.
Já as vendas de veículos totalizaram 147.219 unidades em janeiro, o que representa uma retração de 5,2% em relação a janeiro de 2016, mas de 28% sobre o mês passado. Em relação a estoques, as montadoras findaram o mês detendo 186,4 mil veículos à venda, o que equivale, segundo média histórica, a um volume suficiente para 38 dias de venda, ante 36 dias verificados em dezembro. Segundo a Anfavea, o giro médio de estoques ideal é de 30 dias.
Também internamente, o relatório semanal Focus do Bacen, embora de parcas alterações ante a semana anterior, ganhou relevo. Nele, os agentes mantiveram a continuidade da tendência auspiciosa para o cenário doméstico, ao denotar mais uma redução na inflação ao consumidor (IPCA) para este ano, de 4,70% apara 4,64%, e um ligeiro avanço no crescimento do PIB para 2018, que foi de 2,20% para 2,25%.
Juros.
Com a agenda fraca de indicadores, e o relatório Focus sem alterações capazes de direcionar o mercado, a sessão desta segunda-feira foi marcada tanto pelo reduzido volume, quanto pela predominância da estabilidade da maioria dos vencimentos em relação a seus fechamentos anteriores. A exceção ficou por conta dos vencimentos mais longos, que retraíram-se ligeiramente, na esteira de visão de melhorias estruturais de longo prazo em andamento.
Dólar e CDS.
A divisa norte-americana oscilou sem maiores tendências no dia. Novamente testando o suporte da casa de R$ 3,10 no intraday, a moeda no entanto recuperou-se e finalizou as negociações “de lado”, sem variação perante o real, cotada a R$ 3,1240 (0,00%), acumulando agora -0,83% no mês, -3,94% no ano e -20,18% em 12 meses. O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) fechou em 238 pts, ante 239 pts na sessão anterior.
Confira no anexo a íntegra do relatóriio de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 06.02.2017, elaborado por HAMILTON MOREIA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos
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