Diário de Mercado na 5ª feira, 02.02.2017
Setor financeiro pesou e pressionou o índice para baixo, mas 2ª linha performou positivamente.
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T
Rafael Reis, CNPI-P
Resumo do dia.
O balanço do Bradesco, logo cedo, não foi bem recebido pelo mercado. Os papéis do banco (BBDC: R$31,20; -3,74%; BBDC3: R$31,22; -2,48%) já abriram com “gap de baixa” e operaram em campo negativo ao longo de todo o pregão, figurando entre as maiores perdas do dia.
O resultado da instituição financeira trouxe temores e as demais ações do setor de bancos também terminaram negativas.
O dia acabou sendo realizações em outras blue chips, com Petrobras e Vale em baixa. Assim, mesmo com a ratificação da eleição do deputado Rodrigo Maia para a presidência da Câmara dos Deputados, considerada favorável ao governo pelo mercado, e com o CDS Brasil de 5 anos (medida de risco) recuando para patamar similar ao de sua última mínima (245 pts em 07.09.2016), o índice doméstico não teve forças para avançar e terminou com pequeno recuo.
Vale ressaltar que alguns papéis do setor de siderurgia e outros vistos como de 2ª linha tiveram performances positivas, talvez, denotando o início de um rebalanceamento de portfólios.
Mercado de Ações.
O Ibovespa, após dois pregões de alta, encerrou em 64.578 pontos, variando -0,40%, passando a acumular -2,20% na semana, -0,14% no mês, +7,22% no ano e +67,32% em 12 meses.
O giro financeiro preliminar da bolsa nesta quinta-feira foi de R$ 7,13 bilhões, sendo o volume do mercado à vista de R$ 6,92 bilhões. No último dado disponível, o ingresso de capital externo na Bovespa foi de R$ 71,696 milhões em 31 de janeiro, terminando o mês passado com entrada líquida recorde de R$6,244 bilhões.
Agenda Econômica.
Nos EUA, no quarto trimestre, a prévia da produtividade de produtos não agrícolas registrou +1,3%, versus +3,5% no 3T16, ficando acima do consenso de +1,0%. Já o custo de mão de obra variou +1,7%, ante +0,2% no 3T16, abaixo do consenso de +1,9%.
No Reino Unido, o Bank of England (BoE) manteve a taxa de juros inalterada em 0,250%, como esperado pelos agentes
Juros.
A curva da estrutura a termo da taxa de juros arrefeceu como um todo, com as taxas decaindo progressivamente da ponta mais curta para a mais longa. A melhor perspectiva externa em relação ao Brasil, que levou a diminuição do CDS e a queda do dólar hoje, foi o principal motivar do comportamento na sessão do longo do dia.
Dólar e CDS.
O dólar comercial (interbancário) baixou pelo segundo dia seguido e voltou a testar a casa dos R$ 3,10, observado pelo mercado como um piso para a divisa no curto prazo.
A moeda fechou cotada a R$3,1190 (-0,80%), acumulando agora, -0,95% na semana, -0,98% no mês, -4,09% no ano e -21,87% em 12 meses.
Risco País
O comportamento foi motivado pelo recuo do CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) (medida de risco-país), que fechou em 243 pts, contra 246 pts da véspera, em nível semelhante ao da última mais baixa pontuação recente, ocorrida em 7 de setembro de 2016, de 245 pts.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 02.02.2017, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T Rafael Reis, CNPI-P, do BB-Banco de Investimento S.A.
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