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Investimentos

03 de Janeiro de 2017 as 00:00:00



INVESTIMENTOS - Carteira Sugerida de Ações - Janeiro 2017


Janeiro 2017: agenda doméstica travada por recesso e posse de Trump nos EUA elevam incertezas
José Roberto dos Anjos, CNPI-P
Rafael Reis, CNPI-P
Renato Odo, CNPI-P
 
Para janeiro, a perspectiva para o mercado acionário brasileiro, em nossa visão, é negativa. Após um 2016 com valorização de 38,9%, e em meio a um período de recessos, não vislumbramos nenhum direcionador capaz de surpreender positivamente o mercado.
 
No front doméstico, o governo deve continuar tentando gerar agenda positiva com medidas e reformas. No entanto, entendemos os movimentos como de limitada influência – a exemplo das últimas medidas microeconômicas e do veto à reforma fiscal dos estados –, com a agenda mais forte (ex: reforma da previdência) relegada para fevereiro em diante. 
 
Os dados econômicos também não devem animar, com a maior aposta sendo de continuidade do atual momento de fraqueza econômica, situação ainda sem sinais claros de reação.
 
A reunião do Copom (dia 11) representa o risco a este cenário, com a possibilidade de um corte mais agressivo do que o esperado, o que embora seja positivo representa um cenário menos provável. 
 
Entendemos que, mesmo que o colegiado vislumbre a existência de espaço para tal movimento, optará por um corte mais parcimonioso, atento às incertezas inerentes à posse do novo presidente dos EUA Donald Trump no dia 20.
 
No front estrangeiro, a própria posse de Trump representa o evento de maior “fator surpresa”, sendo que o cenário base, segundo nossa análise, é o de uma transição pouco traumática, com o republicano reduzindo a aspereza de seu discurso de campanha para medidas mais market-friendly.
 
Riscos a este cenário, de forma alguma totalmente descartados, incluiriam algum endurecimento de postura e medidas protecionistas, que poderiam elevar o risco de mercados emergentes de maneira imprevisível.
 
 
Análise Gráfica do Ibovespa. 
 
A indefinição sinalizada no último estudo prosseguiu de forma volátil ao longo do mês, mas com movimentos de padrão baixista, que resultaram na atual configuração de triângulo de baixa. O índice, portanto, apresenta tendência de queda no curto prazo, testando a linha de suporte em cerca de 58.300 pontos, com possibilidade de tocar o nível inferior em 56.200. 
 
No entanto, uma hipotética recuperação para alta ainda seria possível, caso o Ibovespa supere a resistência de 61.300 de forma consistente – a depender do retorno do fluxo estrangeiro para a Bolsa (próximas resistências em 65.000 e 69.000; suportes em 58.500 e 56.200). Para o final de 2017, nossa estimativa de preço-alvo situa-se em 70.000 pontos.
 
 
Performance. 
 
O Ibovespa fechou aos 60.227 pts, apresentando uma performance final em linha com nossa expectativa de estabilidade para o mês passado, com desvalorização de -2,71% no mês, e alta de 38,93% em 2016.
 
O índice, na verdade, oscilou majoritariamente em campo negativo ao longo do mês, com os investidores realizando lucros, em um movimento considerado natural após um ano de intensos ganhos, sendo este fluxo mais acelerado após o evento do aumento dos juros nos EUA.
 
Todavia, após o dia 22, iniciou-se uma recuperação, com a instauração de um prognóstico mais favorável no âmbito inflacionário, domesticamente, e auxiliado também por dados externos que impulsionaram a cotação de commodities, favorecendo a performance de diversos players, especialmente siderúrgicas e mineradoras. 
 
 
Vetores Fundamentalistas e Gráficos da carteira
 
Ações Mantidas e Incluídas
 
 
ABCB4 – incluída (10%).
 
Optamos por incluir a ação em nossa carteira mensal, devido à perspectiva positiva para 2017, pois, mesmo diante do cenário desafiador e dos bancos de varejo aumentando suas provisões no segmento PJ, o ABC Brasil está conseguindo reprecificar sua carteira de crédito, repassando o maior risco para os spreads e com um retorno sobre patrimônio líquido (ROE em inglês) resiliente.
 
Análise gráfica. Depois de formar um fundo triplo na virada do ano, a ação vem configurando uma consistente linha de tendência de alta. No entanto, nos últimos meses o comportamento do ativo assumiu um padrão de alerta, em parte pela congestão, em parte pelo possível triângulo de reversão baixista. Nos últimos dias, porém, o padrão gráfico retomou a formação de alta, superando a linha divisória de R$ 12,90 e a média de 200 dias, com apoio em indicadores.
 
ALUP11 – incluída (10%).
 
O modelo de negócios da Alupar caracteriza-se por concessões de longo prazo remuneradas independentemente do volume de energia transmitido (o que evita sua exposição contra a volatilidade de consumo no sistema) e RAP (Receita Anual Permitida) reajustada anualmente pela inflação, possibilitando um fluxo de caixa previsível para os investidores. Com a proximidade de um novo leilão de transmissão (previsto para março) e o aumento da rentabilidade para projetos greenfield, acreditamos que a companhia poderá ser beneficiada, considerando sua estratégia de crescimento e o track record positivo na construção de novas linhas. No último leilão de transmissão (realizado em outubro), a Alupar obteve sucesso na oferta de 2 lotes que, somados, representam uma RAP de ~R$ 360 milhões. Além disso, a companhia iniciou um processo de desalavancagem que deve beneficiá-la para novos investimentos, não somente em transmissão, mas também em geração.
 
Análise gráfica. Desde o início histórico de suas cotações (em abr/2013), o ativo tocou o fundo em R$ 9,48 e atingiu o topo em R$ 18,58, configurando um consistente movimento de alta em horizonte de longo prazo. Em uma abordagem mais curta, porém, cabe notar que o ativo recuou do topo histórico, passando por uma faixa de congestão, mas, no último mês, superou as principais linhas de resistência, com apoio em osciladores e rastreadores.
 
CCRO3 – incluída (10%).
 
O setor de infraestrutura de transportes no Brasil continua com perspectiva favorável e com potencial de crescimento em 2017. Os leilões de aeroportos regionais, marcados para março de 2017, deverão dar início aos investimentos em infraestrutura de transportes no próximo ano, e acreditamos que a CCR poderá conquistar a concessão do Aeroporto Regional de Salvador. Adicionalmente, a perspectiva de uma queda mais acentuada nas taxas de juros contribuirá para um melhor desempenho financeiro da companhia, uma vez que 78% de sua dívida bruta (R$ 14 bilhões) é indexada ao CDI. Assim, a cada 1% de queda do CDI, o resultado financeiro da CCR captura ganhos de aproximadamente R$ 140 milhões.
 
Análise gráfica. Nota-se uma sucessiva superação de linhas de baixa, que, neste momento, passa a configurar uma reversão altista. Especialmente após o rompimento do suporte em cerca de R$ 15,50 e da média de 200 dias, com expressiva sinalização de indicadores.
 
ITUB4 – mantida (10%).
 
Permanecemos otimistas em relação ao desempenho do Itaú ao longo de 2017 e mantivemos a ação em nossa carteira. O banco vem obtendo sucesso em sua estratégia de diversificação de receitas, com a menor dependência do crédito e maior participação de serviços, além da diversificação geográfica. Após o anúncio da terceira prévia da carteira teórica do Ibovespa, o Itaú permanecerá com o maior peso no índice: 10,6%.
 
Análise gráfica. O ativo prossegue na tendência de alta iniciada em jan/2016, mas foi limitado pelo topo histórico em novembro, recuando em seguida. No entanto, o perfil deste recuo já apresenta sinais de reversão, mantendo-se acima da média de 200 dias e superior a dois níveis de suporte particularmente relevantes, com apoio em indicadores gráficos
 
MULT3 – mantida (10%).
 
Com um portfólio que engloba diversos shoppings dominantes e mais resilientes, a Multiplan vem apresentando bons resultados, com aumento de 2,8% nas vendas em mesmas lojas, bem como redução da inadimplência e forte taxa de ocupação, em comparação com seus pares de mercado. As recentes aquisições de participação (Morumbi e Barra Shopping) incrementaram sua participação em ativos com sólido track record (referências em rentabilidade e desempenho de vendas em seu portfólio) e sinalizam que continuam no radar potenciais transações de M&A que podem representar fontes adicionais de upside, reforçando a tese de crescimento da companhia. Sob o ponto de vista macro, a correlação negativa com o comportamento dos juros também pode impulsionar o papel.
 
Análise gráfica. A cotação vem recuando após um topo duplo, mas apresenta sinais de reversão nos padrões diário, semanal e mensal, rompendo a linha divisória em torno de R$ 58,50 para níveis mais altos.
 
PCAR4 – mantida (10%).
 
Mantivemos a ação do Pão de Açúcar na carteira de janeiro, considerando a recente decisão da empresa em vender sua participação na Via Varejo, o que deverá ser favorável para ambas as companhias, possibilitando um foco maior em seus respectivos negócios. Acreditamos que novas notícias que apontem para a efetivação da transação devem ter um impacto positivo sobre a ação. Além disso, no último resultado divulgado pela empresa, foi possível notar que as iniciativas internas focadas na retomada do ritmo de vendas na bandeira Extra já têm surtido efeitos positivos, o que era uma das principais preocupações do mercado em relação ao desempenho da companhia.
 
Análise gráfica. O ativo superou de forma mais consistente o nível de R$ 52,00, que divide fortemente dois campos, de alta e de baixa, próximo a um dos níveis de Fibonacci. O quadro atual configura uma retomada da tendência de alta iniciada em jan/2016 e confirmada em julho, mantendo-se acima da média de 200 dias.
 
PETR4 – mantida (10%).
 
O desempenho da Petrobras em dezembro foi influenciado pela decisão cautelar do TCU sobre o processo de venda de ativos da Petrobras, uma vez que pode retardar a expectativa de investidores de um fluxo mais acelerado de caixa via desinvestimentos. De toda forma, os desinvestimentos do biênio 2015-2016 totalizaram US$ 13,6 bilhões, cerca 90% da meta projetada, o que avaliamos favoravelmente em virtude da complexidade dos ativos. No campo positivo, seguindo sua política de paridade internacional, a companhia divulgou decisão de aumentar o preço dos combustíveis praticado nas refinarias, corroborando nossa visão de que as ações devem elevar gradualmente sua correlação positiva com as referências globais, preservada uma margem de lucro. Adicionalmente, após decisão dos países membros da OPEP em torno do corte na produção de petróleo, o preço da commodity, embora volátil, tem respeitado o patamar de US$ 55 por barril (referência Brent), fator pelo qual entendemos que o risco de downside em janeiro seja minimizado.
 
Análise gráfica. A formação triangular configurada nos últimos meses se aproxima de uma definição mais clara de tendência. Entretanto, os indicadores gráficos começam a sinalizar uma retomada de força altista, com apoio em balanceamento de volume e convergência de médias.
 
RADL3 – mantida (10%).
 
Raia Drogasil permanece com perfil defensivo, dados o seu robusto desempenho dos últimos trimestres e o alto nível de execução da companhia, além das perspectivas favoráveis para o mercado de drogarias no longo prazo. Apesar da substancial valorização observada ao longo do ano, RADL3 ainda está sendo negociada abaixo de seus múltiplos históricos, tanto em relação ao EV/EBITDA (17,1x atualmente, contra 18,3x em média dos últimos doze meses) quanto em relação ao P/E (32,8x atualmente, contra 39,4x da média dos últimos doze meses).
 
Análise gráfica. A cunha de reversão baixista cumpriu seu objetivo no fundo em torno de R$ 57,50 e retoma a força altista, em linha com indicadores gráficos e com os vetores fundamentalistas.
 
SMLE3 – incluída (10%).
 
Continuamos otimistas com o desempenho da Smiles e, após o anúncio da redução de 5,2% do preço das passagens aéreas adquiridas da GOL e do fraco desempenho recente das ações, acreditamos que os papéis da companhia estão em um ponto interessante de entrada. A Smiles está sendo negociada com um múltiplo P/L de 9,8x contra a média de 13,2x dos últimos dois anos e com um desconto, em nossa opinião injustificável, de 6% em relação à Multiplus. Além disso, o dividend yield estimado em 2017 é de 10%, o que corrobora nossa visão otimista para a empresa.
 
Análise gráfica. Observa-se um expressivo rompimento da linha de baixa iniciada por uma padrão Ombro-Cabeça-Ombro em nov/2016, que vem levando a cotação a percorrer níveis mais altos nos últimos dias, não apenas pela superação da linha divisória em R$ 38,70, mas especialmente pelo padrão altista dos indicadores gráficos.
 
VVAR11 – incluída (10%).
 
Mantemos Via Varejo na carteira de janeiro, tendo em vista a recente decisão do Grupo Pão de Açúcar de vender sua participação na companhia (43,3%). O mercado tem absorvido notícias sobre possível interesse de compra da companhia por players internacionais, como Falabella (Chile) e Steihoff (Alemanha/África do Sul), e nacionais, como Lojas Americanas. A efetivação do negócio seria positiva para a Via Varejo, na nossa visão, pois traria um foco maior para o seu core business, troca de know how, além de possíveis ganhos de sinergia. Além disso, há a possibilidade de que a cláusula de tag along seja acionada (companhia de Nível 2), o que beneficiaria os acionistas minoritários.
 
Análise gráfica. A tendência secundária de alta, iniciada em janeiro deste ano, ganhou força e se confirmou acima de uma longa linha de baixa configurada a partir de set/2014. Ao longo do mês, o movimento prosseguiu em alta, acumulando força e apoio em balanceamento de volume.
 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório "Carteira Sugerida de Ações - Janeiro 2017" elaborado por José Roberto dos Anjos, CNPI-P, Rafael Reis, CNPI-P, Renato Odo, CNPI-P, do BB Investimentos.

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: José Roberto dos Anjos, CNPI-P Rafael Reis, CNPI-P Renato Odo, CNPI-P, do BB Investimentos





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