Relatório Focus de 12.12.2016
2017: Inflação declinou, mas, PIB continuou a arrefecer.
No relatório semanal Focus do Banco Central, que traz a mediana das projeções de mercado, a inflação ao consumidor (IPCA) tornou a registrar redução, após duas semanas pausada.
Já a expectativa do PIB para o próximo ano proseguiu em tendência cadente, baixando pela oitava semana seguida, descendendo desde +1,30% previsto em meados de outubro para o atual +0,70%.
A conjunção desses dois fatores, além de um melhor panorama externo, contribuem preponderantemente para abrir ainda mais espaço para o Banco Central continuar com o ciclo de afrouxamento monetário, aumentando até a magnitude do corte da taxa básica de juros (Selic) em sua primeira decisão de 2017, em 11 de janeiro.
Afrouxamento monetário mais condizente.
Externamente, a dissipação da questão em relação ao chamado “efeito Trump” e, internamente, a tendência de arrefecimento da inflação e a percepção dos agentes de uma evolução mais vagarosa do crescimento poderão induzir o Banco Central a elevar a magnitude do corte da taxa básica de juros (Selic) em sua primeira reunião do próximo ano, agendada para 11 de janeiro.
O mercado já vislumbrou uma baixa de 50 pts-base, para 13,25% a.a., mas, vai ganhando cada vez mais força uma redução de 75 pts-base ou, quem sabe, até uma surpresa ainda mais positiva pelo Copom.
PIB deslizou.
Os agentes seguiram decrescendo suas projeções de crescimento em 2017.
Esta foi oitava semana consecutiva de redução, com a mediana das expectativas agora em +0,70%, versus +0,80% antes. De toda a sorte, vale ressaltar que o mercado costuma exceder tanto para cima, como para baixo suas perspectivas, principalmente, em momentos em que os fundamentos não se mostrem tão sólidos quanto o esperado.
Câmbio
Câmbio teve alta no curto prazo, mas, não se alterou no longo prazo. A taxa de câmbio subiu para R$3,39, perante R$3,35 anterior para 2016, refletindo prontamente o comportamento atual da moeda no mercado à vista.
Já para 2017, os agentes mantiveram a taxa em R$3,45, sinalizando, em um primeiro momento, que o dólar pode ter alcançado uma cotação limítrofe, ainda mais que o Banco Central já interveio na casa de R$3,50, visando conter a volatilidade e indicando um “teto” informal pretendido.
Vale ressaltar que, diminuindo o risco externo, um decaimento no médio e longo prazos do dólar não deve ser descartado.
Síntese
► O IPCA para 2016 diminuiu para +6,52% (+6,69% antes) – quase no teto do intevalo de tolerância e baixou para 4,90% (4,93% antes) para 2017;
► A taxa Selic permaneceu em 10,50% para 2017, após findar em 13,75% em 2016;
► A taxa de câmbio subiu a R$3,39 (R$3,35 antes) para 2016 e ficou em R$3,45 para 2017;
► O PIB para 2016 cedeu a -3,48% (-3,43% antes). Já para 2017, baixou a +0,70% (0,80% (antes) e manteve sua tendência de gradual arrefecimento pela 8ª semana consecutiva;
► O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) fechou aos 296 pts na 6ª feira (9/nov), caindo 21 pts em relação aos 317 pts do final da semana anterior.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do relatório FOCUS, de 12.12.2016, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, e Rafael Reis, CNPI-P, ambos do BB Investimentos.