REVISTA DA SEMANA - Política Européia de Austeridade Fiscal Agrava Economia Mundial
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, nesta terça-feira (22/05), que o mundo está diante de uma nova crise financeira, que irá afetar o mundo como um todo. Entretanto, o Brasil está mais preparado para enfrentá-la do que em 2008.
“Hoje temos quase o dobro das reservas internacionais, US$ 370 bilhões, enquanto em 2008 tínhamos US$ 200 bilhões; uma situação fiscal mais sólida; relação dívida/PIB menor; instrumentos disponíveis para implementar políticas de estímulos à economia; e compulsório”,
afirmou o ministro durante audiência pública realizada no Senado Federal sobre alteração na remuneração da caderneta de poupança.
Segundo Mantega, a situação da economia internacional se agravou nos últimos meses, demonstrando que a estratégia de austeridade fiscal adotada pelos países europeus não deu certo, pois não foi acompanhada de estímulo econômico. Em sua exposição, Mantega avaliou que o resultado dessa estratégia foi o baixo crescimento ou até mesmo recessão nesses países.
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“O crescimento dos emergentes, e do Brasil, também será afetado, porque os mercados se encolheram e, com isso, há redução no volume de comércio exterior”,
explicou.
O ministro ainda ressaltou que, se uma possível saída da Grécia da zona do euro não for bem administrada, poderá haver graves problemas na União Europeia, principalmente no setor bancário.
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Para Mantega, este é um dos piores momentos para a economia mundial em termos de crescimento.
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“Em 2012, a maioria dos países terá um taxa de crescimento menor que a apresentada no passado. Felizmente, o Brasil figura entre aqueles que terão crescimento maior esse ano, pois criamos as condições para isso”
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Na apresentação feita por Mantega consta que, diante desse cenário internacional adverso, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro será de 4%.
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De acordo com o chefe da Fazenda, os desafios do governo para este ano é justamente acelerar o crescimento num cenário internacional adverso; dinamizar os investimentos; fortalecer o mercado interno; manter a solidez fiscal, o controle da inflação e o câmbio favorável; ampliar o crédito e reduzir as taxas de juros do sistema financeiro, diminuindo assim o custo financeiro; continuar com as desonerações e a reforma tributária; e reduzir custo da energia, logística e infraestrutura.