Diário do Mercado na 5ª feira, 18.08.2016
Ibovespa em ligeira queda com a agenda externa dominando o foco dos agentes
Os drivers nesta sessão decorreram de:
(i) a digestão por conta da Ásia e da Europa da ata do Fed – divulgada ontem e considerada dovish – colocando mercados globais em posição menos conservadora com o prognóstico de aperto monetário nos EUA sendo postergado;
(ii) a alta do petróleo, favorecida pela desvalorização do dólar perante outras moedas, e
(iii) internamente, em dia de agenda vazia, a manutenção das incertezas quanto a movimentações no front fiscal.
BMF Bovespa, -0,27%
O Ibovespa operou em leve queda e encerrou a 59.166 pontos (-0,27%). . O giro financeiro total da Bolsa foi de R$ 6,48 bilhões.
No último dado disponível (dia 15), houve ingresso líquido de capital externo de R$ 18 milhões na Bolsa, reduzindo o saldo negativo do mês para R$ 774 milhões, e contribuindo para elevar o acumulado do ano em R$ 16,5 bi positivos.
BCE e Indicadores Externos
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), internamente agenda esvaziada. Externamente, a Ata do BCE (Banco Central Europeu) referente à reunião ocorrida em 21/07 trouxe detalhes das variáveis que embasaram a última definição pela manutenção da política monetária por parte do comitê.
Sem surpresas, a autoridade, embora reconheça que o Brexit trouxe novos obstáculos ao crescimento econômico da região, considerou seus impactos ainda de difícil mensuração, portanto ainda muito cedo para o anúncio de estímulos.
No entanto, no Reino Unido, as vendas no varejo avançaram 1,4% em julho ante junho - bastante acima do esperado, com média de projeções em 0,1% - surpreendendo o mercado e contrariando o sentido de desaquecimento regional previsto pelo Brexit. No acumulado anual, o avanço registrado é de 5,9% (estimativa 4,3%).
Já na Zona do Euro, o IPC (inflação ao consumidor) veio estritamente em linha com as estimativas, com recuo de 0,6% em julho contra junho e avanço de apenas 0,2% no comparativo anual, bastante aquém da meta das autoridades monetárias, em 2%, evidenciando o modesto crescimento econômico- insuficiente para criar pressões inflacionárias saudáveis - vivido na região.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário), pressionado por mais um dia de atuação do BC nos leilões de swap cambial reverso, o real foi na contramão da maioria das moedas mundiais e se desvalorizou perante o dólar, que fechou em alta, a R$ 3,2409 (+1,10%).
No mercado de juros, os contratos de DI futuro avançaram na maioria dos vencimentos, acompanhando a alta do dólar e tendo como pano de fundo ainda o viés de incertezas no front fiscal doméstico. Apesar disso CDS Brasil renovou a mínima de sua atual tendência de baixa, fechando a 252 pontos.
Mercados Externos
Nos mercados estrangeiros, na Ásia, bolsas sem direção única, com os agentes precificando a ata dovish do Fed divulgada ontem, em meio ao fortalecimento das moedas regionais perante o dólar.
Na Europa, mercados majoritariamente em alta, também com os agentes embutindo em suas projeções a manutenção da situação monetária mais branda dos/nos EUA, tendo ainda a valorização do petróleo na sessão como catalisador.
Nos EUA, permaneceu o melhor humor iniciado na sessão de ontem com o Fed, embora com ritmo mais modesto.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 18.08.2016, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analista de investimento do BB INVESTIMENTOS.