Artigo – Franquias, Repasse é um bom negócio?
Por Arlan Roque
Recentemente, em um workshop sobre franquias, uma das perguntas surgidas da platéia foi “adquirir franquia através de repasse é um bom negócio?”. Depois de alguns segundos, chegamos a resposta: “depende”. Ora, como assim “depende”?
O repasse de uma unidade franqueada pode ocorrer por diversos motivos, como por exemplo: encerramento de um ciclo de carreira do franqueado, mudança de domicílio profissional do cônjuge para onde o franqueado o acompanha, desinteresse pelo negócio, desentendimentos com o franqueador e gestão deficitária não permitindo o alcance de resultados desejados.
a) Capacidade de reversão de Performance Negativa Anterior – Adquirir uma franquia em funcionamento, tem suas vantagens, pois é um empreendimento já em andamento, no entanto, principalmente se o motivo do repasse é a baixa performance, o candidato à compra precisa analisar com muito critério sua capacidade de reverter este resultado, pois caso contrário a mesma situação poderá se repetir em alguns meses.
b) Limitações locais à abertura de novas unidades – Ainda há de se observar o interesse do candidato à compra em crescimento e abertura de novas unidades, pois de acordo com o local onde a franquia é adquirida, pode haver limitações para abertura de novas unidades.
c) Passivos Tributários Existentes – Também se faz necessário investigar aspectos legais, principalmente se junto à opção de compra do negócio for realizada a opção de compra da firma (CNPJ) existente para gerir a operação, pois você poderá absorver passivos tributários ou judiciais caso não tome os cuidados necessários.
d) Concordância do Proprietário com a transferência do Imóvel – Ainda nesta investigação, é relevante entender a situação de locação do imóvel, como por exemplo: o proprietário do imóvel tem ciência que seu atual inquilino pretende transferir a locação?
e) Custos com reajuste de alugue, Fundo de Comércio e Taxa de Transferência – Poderá haver reajuste do aluguel? Haverá custo com fundo de comércio? Principalmente se tratando de shopping, haverá incidência de taxa de transferência? Em havendo, há quem será imputada?
f) Liquides e Valorização do Negócio – Por fim, a análise de valor a ser investido no repasse. Uma das vantagens ofertadas pelo sistema de franquias no momento em que o empreendedor decide repassar o negócio é a liqüidez e manutenção da valorização, o que via de regra, não ocorre em empreendimentos independentes, que podem ser muito desvalorizados no momento do repasse.
g) Mediação do Negócio pelo Franqueador – Alguns franqueadores agem como mediadores no momento de repasse, atuando para que quem venda a unidade não realize especulação sobre o negócio ou marca e também orientando quem compra para que faça investimento consciente no que diz respeito à taxa de retorno.
h) Taxa de Transferência do Negócio no Contrato Original com a Empresa Franqueadora – É importante verificar se o franqueador tem em seu contrato cláusula que exija taxa de transferência e sob responsabilidade de quem será o pagamento.
O repasse, se analisado de forma cuidadosa, poderá ser uma ótima opção para aquisição de unidade franqueada.