Comportmento do Mercado Financeiro em 07.01.2016
Na China, pela segunda vez na semana, foi acionado o circuit breaker. Conforme a recente regra das bolsas chinesas, os negócios são interrompidos por 15 minutos ao atingir queda de 5%, ou suspenso pelo resto do dia caso a queda seja de 7%. Nesta última madrugada, meia hora após a abertura, a bolsa já operava em queda de 7,04%, e não houve mais pregão.
Por essa razão, a Comissão Reguladora do Mercado de Capitais da China suspendeu o mecanismo de circuit breaker (válido a partir de amanhã). O entendimento é que, com o nível de 7%, o mecanismo tem se mostrado ineficaz para a proteção do sistema financeiro. De fato, quando da abertura do mercado, após um dia de negócios suspensos, os investidores que quiserem se desfazer dos seus papeis provocarão uma corrida às vendas, levando a um ciclo vicioso de recorrente interrupção/suspensão nos negócios nos primeiros minutos de operações.
Outro movimento do governo chinês de importante repercussão se deu por meio do Banco do Povo da China (PBoC), que desvalorizou o yuan ao menor nível desde 2011. O banco central chinês quer assim estimular a economia, que vem perdendo tônus, por meio do barateamento dos produtos exportados.
Somados esses eventos, o resultado ao redor do mundo foi o mesmo dos últimos dias: queda generalizada nas principais bolsas mundiais, com investidores buscando refúgio no dólar, nos títulos do governo dos EUA e no ouro, que apresentou valorização de +1,53% nos contratos vincendos em fevereiro negociados na Comex (Chicago).
Localmente, a tendência baixista prevaleceu no Ibovespa. O índice perdeu ontem o nível de 41.000 pontos, e hoje, continuou a trajetória declinante fechando o dia em -2,58% ou -6,13% considerando os quatro pregoes de 2016. Os papéis que mais causaram impacto, em função da sua participação no composição do Índice, foram VALE3 (-5,95%) e VALE5 (-5,9%), BRFS3 (-3,93%) e ABEV (-2,66%), ao tempo em que apenas cinco papeis apresentaram valorização, e mesmo o melhor posicionado (JBSS3 +5,7%) apresenta queda acumulada de -10,9% no ano.
O dólar apresentou desvalorização frente às moedas dos países desenvolvidos (Dollar Index caiu 0,18%) e valorização frente às moedas dos países emergentes. Na BM&F o contrato a vista permaneceu o tempo todo acima do valor de fechamento de ontem e entre com certa volatilidade fechou o dia em alta de +0,52%.
O mercado de juros interrompeu a sequência de quedas nos níveis das taxas, e quanto mais longo o prazo do contrato maior o aumento, refletindo assim as expectativas dos agentes quanto à economia doméstica no longo prazo. Já a ponta curta apresentou diminuta movimentação em sintonia com as maiores apostas do mercado em aumento da SELIC em 0,25% nos dias 19 e 20 próximos.
Para esta sexta está agendada a divulgação do IPCA de dezembro, e de 2015. Este dado será importante para as estimativas de juros futuros e consequentemente deverá ser considerado na reunião do COPOM.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado financeiro em 07.01.2016, elaborado por JOSÉ ROBERTRO DOS ANJOS, , CNPI-P, analistta de investimentos do BB INVESTIMENTOS.
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