Cenário externo deve contribuir para a bolsa em Novembro
No Cenário externo, a China continua sendo a principal fonte de preocupação para os mercados, com uma série de indicadores desfavoráveis em outubro.
A exportações do país asiático caíram 20,4% em setembro, a produção industrial teve queda de 5,7% no mês, e o PIB cresceu 6,9% no ano (ante uma meta do governo de 7,0% para 2015).
Em resposta a esse cenário, o PBoC (Banco Central Chinês) anunciou um corte adicional de 0,25% na taxa básica de juros, a sexta redução desde novembro de 2014, além de uma redução de 50 bps nos requerimentos de reservas dos bancos.
Essas medidas visam estimular o crescimento enquanto o governo tenta eliminar excesso de capacidade criado durante o superciclo das commodities, principalmente nos setores intensivos em capital.
Na Zona do Euro, o principal medo é o da deflação, alimentada pela valorização da moeda única e baixas taxas de consumo das famílias, entre outros.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Dragui, afirmou que o Banco está avaliando novas medidas de estímulos a serem anunciadas na próxima reunião, em dezembro.
Nos EUA, na última reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC), os membros do FED decidiram manter a taxa básica de juros entre 0% e 0,25%, embora sinalizando a possiblidade um aumento na reunião de dezembro.
Enquanto o mundo desenvolvido e até mesmo alguns emergentes seguem fazendo políticas monetárias expansionistas, o Brasil segue o seu processo de ajuste macroeconômico, com políticas fiscal e monetária restritivas.
A última decisão do Copom foi clara nessa direção, de manutenção dessa política restritiva por tempo relevante para fazer convergir a inflação para a meta.
Perspectivas
A manutenção de diferencial de taxa de juros positivo e uma estabilização da taxa de câmbio, conforme observado a partir do final de setembro, juntamente com a queda dos prêmios de risco, abrem espaço para valorização de alguns setores da bolsa em Novembro, com destaque para o setores com sensibilidade a taxa de juros, como consumo e construção civil.
Em termos de volume, notamos um volume financeiro apenas razoável na segunda metade do mês. O fluxo de capital estrangeiro ficou fraco nesse período, pelo menos até 27 de outubro, quando houve saída de capital externo de R$ 514,472 milhões, e no dia 29, quando houve saída de R$ 804 milhões. Porém no mês o saldo ainda é positivo em R$ 3,186 bilhões, e no ano, em R$ 20,425 bilhões.
Confira no anexo a íntegra do Relatório CARTEIRA SUGERIDA DE AÇÕES PARA NOVEMBRO DE 2015, elaborado por FÁBIO CESAR CARDOSO, CNPI, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS.