USIMINAS
Resultado 3T15: Números fracos; paralização anunciada
Refletindo o cenário macroeconômico em desaceleração, a Usiminas mostrou um fraco desempenho operacional no 3T15, acarretando novamente em um resultado negativo no período.
O volume de vendas caiu 7,5% no segmento de aço e 35,7% em minérios de ferro T/T, levando a uma queda de 9,4% na Receita Líquida no mesmo período e a um EBITDA Ajustado negativo em BRL 65,3 milhões. Adicionalmente, as flutuações no câmbio aumentaram as despesas da companhia, impactando o resultado financeiro. Com todos os fatos jogando contra a empresa, o prejuízo líquido foi inevitável e a Usiminas encerrou o trimestre negativo em BRL 1,042 bilhões.
Mercado interno enfraquece resultado operacional. A receita total somou BRL 2,4 bilhões no 3T15, uma queda de 9,4% T/T, em razão de
(i) um menor volume de vendas de aço no mercado interno, que caiu 11,6% T/T, e representou 64% de todo o volume de aço vendido;
(ii) uma diminuição no volume de minério de ferro vendido, cujo impacto ainda maior (-35,7% T/T), resultado de uma menor produção de acordo com a estratégia da companhia de maior controle de capital de giro e redução de estoques.
Os custos ficaram em BRL 2,5 bilhões, uma leve queda de 1,5% T/T, o que culminou em uma margem bruta negativa de 4,5%.
Despesas operacionais totalizaram BRL 331,3 milhões.
As despesas relacionadas a vendas somaram BRL 82,7 milhões (+36,7% T/T) devido ao
(i) reconhecimento de maior PDD e,
(ii) maiores custos de distribuição impactados pela depreciação cambial.
Com relação às despesas gerais e administrativas, a queda de 17,9% em despesas gerais e de 9,3% em serviços de terceiros levou à uma queda geral de 6,2% T/T, para BRL 101,2 milhões. Outras despesas somaram BRL 147,5 milhões, bem abaixo do último trimestre, onde o efeito de impairment foi considerado.
Volume de vendas de aço diminuindo
O crescimento nas exportações chinesas, a desaceleração da economia e o menor consumo resultaram em uma deterioração dos preços internacionais de aço.
Desta maneira, o desempenho de vendas da Usiminas foi impactado por uma queda de 7,5% comparada ao trimestre anterior, principalmente no que tange as vendas de chapas grossas no mercado doméstico (-27%) e exportação de placas (-33%), além da estratégia da companhia de reduzir a produção de aço bruto em Ipatinga e Cubatão, diminuindo em 16% T/T, chegando a 1.114 kt.
Endividamento e Resultado Financeiro
O resultado financeiro líquido somou BRL 820,1 milhões negativos (versus BRL 40,6 milhões no 2T15) como consequência da desvalorização do Real no período. A Dívida Bruta ficou em BRL 8,1 bilhões (6,7% acima do 2T15).
Considerando que o EBITDA Ajustado total no período veio negativo em BRL 65,3 milhões, a Dívida Líquida/EBITDA da companhia ficou em 6,8x.
O resultado final foi um prejuízo líquido de BRL 1,042 bilhão, contra um resultado negativo de BRL 780,8 milhões no 2T15.
Outlook
O resultado fraco da Usiminas é reflexo do difícil momento macroeconômico que o setor de aço vem enfrentando, com preços e consumo sendo puxados para baixo.
Ainda, a empresa anunciou, nesta data, sua decisão de interromper parte de suas atividades na planta de Cubatão, envolvendo as atividades de sinterização, coquerias, altos fornos e aciaria, confirmando a falta de clareza na recuperação do mercado doméstico, além da falta de perspectivas para o reajuste de preços no curto prazo.
A deterioração da rentabilidade da companhia impactada não apenas pela baixa utilização de capacidade, mas também pelos custos adicionais vindos da nova dinâmica de câmbio, nos levam a crer que medidas adicionais visando a melhorar a performance da empresa – venda de ativos, por exemplo – se tornaram essenciais para dar uma melhor visibilidade ao mercado em 2016.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise dos resultados apresentados pela USIMINAS no 3º trimestres/2015, elaborado por VICTOR PENNA, CNPI Analista Chefe, e GABRIELA CORTEZ , CNPI, analista Sênior, ambos do BB INVESTIMENTOS.