Comportamento do Mercado em 29.10.2015, 5ª feira
Ibovespa em baixa, descolada do exterior
Mercados
Os investidores começaram a semana mais otimistas, depois que as autoridades monetárias na China, Japão e Europa sinalizaram a manutenção das políticas expansionistas, visando dar sustentação às suas economias titubeantes. A grande dúvida que ainda pairava nas mesas de operações era se o FED manteria-se dovish em resposta a um cenário internacional mais fraco.
Ontem os membros do comitê do FOMC decidiram dar um passo em direção ao início do processo de normalização, motivado por melhora na percepção sobre a economia mundial e também por leitura positiva sobre o mercado de trabalho da economia americana. Hoje foi a prévia do PIB do 3ºT mostrou que o consumo da famílias segue forte e dá sustentação ao crescimento econômico.
Resta aguardar o resultado final do Plano Quinquenal na China (hoje foi anunciado flexibilização da política de filho único) e a decisão do BOJ sobre taxa de juros. O resultado líquido poderá ser melhor analisado a partir da semana que vem, mas hoje as principais bolsas mundiais operam estáveis.
As bolsas na Europa fecharam em baixa na sessão (DAX, -0,29%, FTSE 100, - 0,65%). Em Nova Iorque, às 18 horas (BRT), o Dow Jones perdia 0,13% e o S&P 500 subia 0,03%. O dólar apresentou pequena desvalorização frente a uma cesta de moedas (-0,34%).
Ibovespa
O Ibovespa operou descolado do exterior, apesar da cenário mais brando para dólar e juros internamente. Pesaram os resultado do trimestre (Bradesco, Gerdau e Usiminas divulgaram resultado hoje) e o cenário fiscal.
Os destaques de alta foram as empresas de telefonia mais uma vez (OI, 6,95%; TIM, 3,26%)
O Ibovespa fechou o dia aos 45.628 pontos, em baixa de 2,38%. O giro financeiro totalizou R$ 5,38 bilhões, mais uma vez abaixo da média de 20 períodos.
Mercado de Juros e Dólar
Os juros futuros registram queda nos prêmios mais curtos, acompanhando a queda do dólar, e subiram na ponta longa, respondendo à forte alta dos rendimentos dos Treasuries, que fechou em 2,17%, de 2,09% no fechamento de ontem.
O dólar abriu em leve alta, porém reverteu logo em seguida e seguir em queda até o final da sessão, fechando a 3,8537 (-1,58%).
Fluxo de Capital Estrangeiro na Bolsa
No último dado disponível, a Bovespa registrou saída de capital externo de R$ 514,472 milhões no dia 27, quando o Ibovespa teve baixa de 0,35%. O saldo de recursos externos em outubro é de R$ 3,990 bilhões e no ano o superávit é de R$ 21,230 bilhões.
Indicadores
O Tesouro informou um déficit primário para o governo central (formado por Previdência, Banco Central e Tesouro) de R$ 6,9 bilhões em setembro. O resultado foi ruim, mas veio melhor do que o esperado (est. R$ 13,6 bilhões).
Nos EUA, o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 1,5% no 3ºT, de acordo com a prévia divulgada hoje, em linha com a mediana das expectativas, de 1,6%. A variação dos estoques foi relevante no cálculo. Se fosse excluída, o aumento teria sido maior, de 3,0%.
As exportações e a produção industrial dos EUA seguem puxando o PIB para baixo (efeito do dólar mais forte e da fraca demanda mundial), enquanto o consumo das famílias (que responde por aproximadamente 70% do PIB) segue dando sustentação à economia americana.
No Japão, a produção industrial aumentou pela primeira vez em três meses em setembro, quando subiu 1,0% ante o mês anterior (est. 0,5%).
Agenda da semana
Segunda (26.10): Venda de novas moradias (setembro) nos EUA;
Terça (27): PIB (3ºT) do Reino Unido, Encomendas de bens duráveis (setembro) e confiança do consumidor nos Estados Unidos e vendas no varejo (setembro) do Japão;
Quarta (28): Decisão de política monetário do FED e prévia da produção industrial do (setembro) no Japão;
Quinta (29): Prévia do PIB (3ºT) e pedidos de auxílio desemprego nos Estados Unidos e indicadores emprego (setembro) e nível de preços (outubro) no Japão;
Sexta (30) Núcleo de preços ao consumidor (3ºT) nos Estados Unidos e indicadores de consumo e inflação na Zona do Euro.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado em 29.10.2015, 5ª feira, elaborado por Fabio Cesar Cardoso, CNPI-P, analista de investimentos o BB INVESTIMENTOS
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