Dia de realização de lucros, depois de vários pregões de um rally que foi puxado pelo renovado apetite por ativos de risco.
A combinação de alguns fatores contribuem para um ambiente mais favorável, entre eles a perspectiva de uma revisão dos planos do FED, banco central americano de elevar sua taxa de juros referencial (FED Funds) ainda em 2015, juntamente com a percepção de que o China tem muitos instrumentos disponíveis para estimular sua economia, que segue em franca desaceleração.
Também ajudam os fracos indicadores que vem da zona do Euro (pedidos de fábrica abaixo do esperado na Alemanha e inflação baixa no bloco) que devem dar suporte à continuidade e talvez fortalecimento da política monetária não convencional do Banco Central Europeu).
No curto prazo, entretanto, a volatilidade permanecerá, e a realização de lucros vista hoje pode perdurar por mais algumas sessões.
A principal notícia de hoje veio da China, já que as importações caíram 20,4% em setembro, enquanto as exportações caíram menos, apenas 3,7%, já refletindo as recentes desvalorizações do Yuan. Espera-se que o Banco Central Chinês anuncie novos afrouxamentos da política monetária, caso os investidores locais voltam a vender suas ações.
Na Europa, o índice DAX (Frankfurt) fechou em baixa de 0,86%. O índice CAC-40 (Paris) perdeu 0,97%. Nos Estados Unidos as quedas foram ainda mais modestas. O Dow Jones caiu 0,29%, aos 17.082 pontos, enquanto o S&P perdeu 0,68%, aos 2.004 pontos.
BM&F
No ambiente doméstico, temos o acirramento das tensões no ambiente político, o que acrescenta um risco adicional na precificação dos ativos curto prazo. Na BM&F, os contratos de juros futuros operaram em alta ao longo da curva, repercutindo as incertezas no campos econômico e político. O contrato para janeiro de 2017 fechou a 15,81%, de 15,56 na sexta (alta de 25 bps). O dólar também operou em alta, fechando a 3,87, em alta de 3,23%.
Ibovespa
Na Bovespa, das 64 ações do índice, apenas 12 não caíram. Quem mais caiu foram Bancos, Siderúrgicas e Petrobras, além de Gol (a maior queda percentual) e empresas do setor de consumo, mais sensíveis aos juros futuros. Nas ponta de cima, as empresas exportadores de celulose se beneficiaram da alta do dólar.
No final, o Ibovespa fechou o dia aos 47.362 pontos, em queda de 4,01%. O giro financeiro total foi de R$ 6,66 bilhões.
Focus
No relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado (mediana), a trajetória do PIB prosseguiu declinante pela 13ª semana seguida para 2015. Para 2016, voltou a cair depois de ficar estável na semana passada.
O IPCA aumentou para 2015, apesar da estabilidade das taxas de câmbio e de juros; e um efeito que se propagou para 2016. A taxa de câmbio (fim de período) para 2015 permaneceu estável, ao posso que para 2016 subiu para R$ 4,15.
A taxa Selic conservou-se estacionada em 14,25% a.a. para 2015. Para 2016, voltou a subir depois de permanecer estável em 12,50% a.a. no último relatório, aparentemente, dominada pela projeção da taxa de câmbio, que passou para $4,15.
Indicadores
Na China, as importações caíram 20,4% em setembro, ante expectativa de queda de 16,8%. Já as exportações diminuíram em 3,7%, ante expectativa de queda de 6,0%. O Balanço Comercial do mês foi de U$ 60,34 bilhões, acima do consenso de U$ 48,21 bilhões.
No Reino Unido, a inflação do mês de setembro ficou negativa em 0,1% (deflação) no índice amplo de medida. Já o núcleo de inflação foi de 1,00%, abaixo da expectativa de 1,1%, a ainda distante da meta do BoE, de 2,0%.
Confira no anexo a íntegra do relatório DIÁRIO DE MERCADO, referente a 13.10.2015, elaborado por NATANIEL CEZIMBRA e HAMILTON MOREIRA ALVES, analistas de investimento do BB INVESTIMENTOS
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