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Investimentos

29 de Setembro de 2015 as 17:09:12



INVESTIMENTOS - Análise do Mercado de RENDA FIXA


RENDA FIXA - Análise de Mercado em 28.09.2015
 
A curva dos contratos de juros DI vem apresentando sucessivas elevações nas últimas semanas, ora acompanhando a forte alta do dólar frente ao real, ora como reflexo das projeções de inflação feitas pelo mercado, e alterou significativamente a sua curvatura, deixando a inclinação negativa observada ao longo de meses. No entanto, os pronunciamentos da Autoridade Monetária tem firmado a tônica hawkish, reforçando o compromisso com o controle da inflação e a continuidade do atual nível da taxa básica de juros por período “suficientemente prolongado”.
 
Entre um parâmetro e o outro, porém, duas variáveis de ajuste vem ampliando a sua influência sobre o comportamento do mercado de renda fixa – câmbio e CDS – em níveis inusitados. Ambos os vetores vem superando os seus topos históricos de cotação, mas com a diferença do ineditismo do dólar, ao superar nesta semana o patamar de 4 reais, enquanto o CDS brasileiro de 5 anos se direciona ao ápice de 586 pontos, já registrado por ocasião da crise subprime. A pressão sobre a paridade das taxas de juros atingiu, portanto, nível recorde nos últimos dias, como resultado da alta do CDS e do dólar, ao mesmo tempo e em níveis acentuados.
 
US Treasuries. Em tendência primária de baixa, o yield do T-bond de 10 anos prossegue oscilando no curto prazo entre as bandas de 2,100% e 2,200%, em uma convergência pouco comum entre a média de 200 dias e a média de 30 dias, alinhadas com a própria cotação (atualmente em 2,095%). Uma reversão da tendência primária de baixa, no entanto, apenas seria possível se o retorno do T-bond superar 2,500% com consistência.
 
 
Nos últimos 5 anos, o yield vem respeitando uma longa linha de baixa, com o maior pico em 3,986% (negociado em 05/04/2010) e a menor cotação em 1,387% (em 24/07/2012).
 
Risco Brasil. Conforme destacado nos estudos anteriores, a cotação do CDS brasileiro de 5 anos rompeu importantes referências (como os 385 e os 462 pontos), em configuração de forte alta, em rumo ao ápice de 586 pontos, registrado em 24/10/2008 (por ocasião da crise subprime). O ritmo desta alta é a característica que mais se destaca no atual movimento, especialmente nas últimas duas semanas, ao cumprir os objetivos sinalizados pela análise gráfica, já nos primeiros dias da publicação dos estudos.
Apenas no dia de hoje, o CDS elevou-se de 505 para os atuais 544 pontos.
 
Os padrões gráficos iniciados em set/2014 configuram forte movimento de alta, entre breves correções em prazos mais curtos. Por outro lado, uma hipotética reversão para baixa só seria possível se o CDS perder os 306 pontos.
 
Bond soberano. Acompanhando o CDS brasileiro de 5 anos, o retorno do bond soberano brasileiro com vencimento em 2025 (cupom de 4,25%) manteve o rompimento indicado na semana anterior, buscando níveis ainda mais altos. Tanto o canal de alta, iniciado em abr/2015, quanto a sucessiva superação dos topos históricos reforçam a tendência. 
 
Com esta configuração, torna-se cada vez menos provável uma reversão para baixa – o que poderia ocorrer se o yield recuar para menos de 5,500%, de forma consistente.
 
 
Juros Brasileiros. A estrutura a termo das taxas futuras do DI apresentou elevação de yields entre os contratos curtos e médios e se acomodou entre os derivativos longos, sem variação líquida relevante após o derivativo de abr/2020, em meio a volumes de negociação elevados. A inclinação da curva continua positiva, mas com discreta redução do diferencial de taxas do contrato de jan/2017, frente ao contrato de jan/2021.
 
Na ponta longa da curva, a alta do CDS e do retorno do bond soberano brasileiros adicionaram vetores para alta, mas a divulgação de dados fracos do emprego, pelo Caged, contribuiu para refrear a alta, situando os contratos longos praticamente no mesmo patamar da sexta-feira anterior (em agosto foram fechados 86.543 postos de
trabalho formais, registrando a quinta queda mensal consecutiva).
 
Entre os derivativos curtos e médios, por sua vez, os retornos se elevaram, em linha com o aumento das expectativas de inflação, tanto para 2015 quanto 2016. Segundo o Relatório Focus, publicado hoje pelo Banco Central, o mercado estima mais uma alta em suas projeções para a inflação (em 9,46% para o final de 2015 e 5,87% ao final de 2016). Nesta semana, a compilação do Banco Central sinaliza a volta da expectativa de alta dos preços administrados, em 15,50% (frente aos 15,20% da divulgação anterior). O PIB foi projetado em queda, pela décima primeira semana consecutiva, em -2,80% (2015) e -1% (2016).
 
O volume médio diário voltou a se elevar, em 1.807 mil negociações (frente às 1.286,5 mil negociações da semana anterior)
 
O diferencial entre os contratos de vencimentos médios e longos (jan/2017 e jan/2021, de maior liquidez), deixou o nível zero e passou a apresentar inclinação positiva.
 
(Observando os contratos de vencimentos médios e longos, é possível notar que os retornos vinham se mostrando menores entre os vencimentos mais longos, o que levava o desenho da curva a se inclinar para baixo, gradativamente, acompanhando a projeção do tempo. O tamanho dessa inclinação pode ser medido, comparando se a taxa do contrato de médio prazo com a taxa de um contrato longo).
 
 
Inversamente ao que se observou nos futuros de DI, o FRA Cambial recuou o seu yield em todos os contratos da curva, especialmente por conta da valorização do dólar no mercado futuro, que proporcionou maiores descontos sobre os retornos.
 
Dólar comercial interbancário. A cotação ampliou fortemente a sua volatilidade, entre uma máxima de R$ 4,24 e uma mínima em R$ 3,88, mas, ainda assim, orbitando em torno da média de 30 dias. Com este movimento, os objetivos traçados no último estudo, em R$ 4,11 e R$ 4,20, foram efetivamente cumpridos, assim como as correções projetadas no nível mais baixo (em R$ 3,95 e R$ 3,85). Neste momento, o quadro continua em formação altista, podendo levar a cotação para R$ 4,54. Por outro lado, continua possível que a cotação volte a oscilar brevemente em torno dos referidos níveis mais baixos, em R$ 3,95 ou até em R$ 3,85.
 
Além disso, é importante ressaltar que, até o momento, não se configuraram sinais relevantes para reverter a tendência primária de alta – o que poderia ocorrer se a moeda perder o nível de R$ 3,80 de forma consistente.
 
 
De janeiro a março, a cotação do dólar no mercado spot apresentou forte valorização, rompendo níveis importantes, como o topo em R$ 2,90, e vem se mantendo acima desse referencial até o momento. Ao longo do período, porém, o mês de maio foi marcado por uma particular redução da volatilidade, sob a forma de um padrão gráfico triangular – que costuma anteceder movimentos mais intensos de alta ou de baixa, quando rompido.
 
Em julho, entretanto, a oscilação foi efetivamente rompida e confirmada, rumando em direção a preços cada vez mais altos e alinhando-se à tendência primária de alta. Cabe notar que não apenas o padrão triangular foi rompido, mas também foi superado os próprios níveis de Fibonacci em R$ 3,03 e R$ 3,10, além do nível de R$ 3,22, os quais figuraram como um relevantes resistências históricas.
 
 
Entre o ápice observado em set/2002 e o fundo registrado em jul/2008, a cotação do dólar comercial (interbancário) oscilou em meio a baixas sucessivas, partindo de R$ 3,74 e chegando a R$ 1,55 (nos fechamentos mensais).
 
Contudo, o comportamento posterior merece especial destaque, em vista da formação de um consistente movimento de alta, pouco comum, identificado pelo rompimento de sequências baixistas de prazos menores e pela acumulação e convergência de médias. O nível atual representa a maior cotação desde o início do Plano Real.
 
Paralelamente, também o fundo formado em R$ 1,55 – que foi tocado em dois momentos e respeitado como um limite à força de baixa – reforça a cotação para níveis sucessivamente maiores, em harmonia com os níveis de preço referenciados pela série de Fibonacci. Esta força altista, por fim, ganhou um novo e forte impulso no mês de março deste ano, que ultrapassou o canal de alta formado desde o final de 2011, levando a cotação do dólar a níveis cada vez maiores.
 
Confira no anexo a íntegra do Relatorio de Análise do Mercado de RENDA FIXA, elaborado por RENATO ODO, analista de Investimentos do B INVESTIMENTOS

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: RENATO ODO, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS





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