Relatório FOCUS de 21.09.2015
O relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado (mediana), registrou as seguintes movimentações em comparação com a semana anterior: o IPCA aumentou a 9,34% (9,28% antes) para 2015 (limite superior em 6,50%) e galgou 5,70% (5,64% antes) para 2016; o PIB decaiu a -2,70% (-2,55% antes) para 2015 e arrefeceu a -0,80% (-0,60% antes) para 2016; e a taxa Selic se manteve em 14,25% a.a. para 2015, mas, teve elevação a 12,25% a.a. (12,00% a.a. antes) para 2016.
Considerações:
- O PIB conservou sua tendência declinante, tanto para 2015, pela 10ª semana seguida, como para 2016, pela sétima semana sucessiva.
- O IPCA foi a 9,34%, mas, não se distanciou ainda da circunvizinhança dos 9,30%. Já para 2016 ascendeu a 5,70%, presumivelmente relacionada ao avanço da projeção do dólar, que passou de R$3,80, para R$4,00 no final do ano.
- A taxa Selic permanceu estacionada em 14,25% a.a. para 2015. Todavia, possivelmente impactada pelas escaladas das estimativas de inflação e do dólar, subiu a 12,25% para 2016.
- A taxa de câmbio (fim de período), tanto para 2015, como para 2016 avançaram pela terceira semana seguida, impactando outras variáveis nos modelos dos agentes.
No cenário internacional, o CDS (Credit Default Swap) de 5 anos – derivativo que o mercado financeiro emprega como medida de risco-país – foi a 397 pontos-base na 6ª feira, 18.09, com ajuste de +2 pontos-base ante os 395 pontos-base do fechamento da semana anterior, mantendo-se em patamar similar ao de março de 2009. O indicador tem alta de 46 pontos-base em setembro (351 em agosto) e de 196 pontosbase no ano (201 pontos-base em 31/12/2014).
Nos EUA, o Fed
Nos EUA, o Fed decidiu, em sua tão aguardada deliberação de política monetária, no últiom dia 17 de setembro, manter a taxa de juros no intervalo entre 0% e 0,25%, como era consenso de mercado, por nove votos a favor contra um para elevação a 0,50%.
Em seguida, duas citações da presidente do órgão chamaram a atenção dos agentes:
“maioria dos dirigentes espera que alta dos juros deve acontecer mais tarde neste ano”
e
“a perspectiva no exterior parecer ter se tornado mais incerta” – comentário complementado por “há elevadas preocupações com o crescimento da China”.
Enfim, o início do ciclo de aperto monetário foi postergado, com os agentes passando a crer que poderá ocorrer tão somente a partir de dezembro próximo. Todavia, também ficaram apreensivos com as declarações da chairman do Fed, sobre perspectivas do crescimento mundial.
O COPOM decidiu, no dia 2 de setembro de 2015, manter a taxa básica de Juros (Selic) em 14,25%a.a., por unanimidade e sem viés, após sete elevações consecutivas, que tiveram início em 29/10/2014, quando estava em 11,00% a.a. Em seu comunicado, citou:
“O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016”.
A próxima decisão está marcada o dia 21 de outubro de 2015.
Confira no anexo a íntegra do Relatório FOCUS, de análise dos resultados da pesquisa do BACEN junto às instituições financeiras e empresas de consultoria a bancos a respeito do comportamento da economia em 2015 e 2016, elaborado pelos analistas de investimento e economistas do BB INVESTIMENTOS.
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