LOJAS MARISA -Resultados 2Q15
A espera do 2º semestre2015, como antevisto
Consideramos neutro o desempenho de Lojas Marisa no 2° trimestre2015. Retração de vendas e falta de rentabilidade já eram esperados pelo mercado. Desde 2°Semestre2014, a Empresa vem passando por um período de reestruturação, que incluiu:
(I) redesign da estrutura organizacional;
(ii) otimização e integração operacional;
(iii) automatização logística;
(iv) Custos de racionalização e
(v) mudanças de estratégia comercial (Baixa produtos com preços, nova estrutura de recolha e melhor gestão de inventários, por exemplo).
Em 2° trimestre2015 algumas dessas iniciativas já mostraram retornos positivos: Margem Bruta foi melhorado ligeiramente, o nível de estoques foi reforçada, o que reduziu remarcações e Fluxo de Caixa Operacional foi positiva.
Em 2h15, esperávamos ver maiores efeitos desses esforços, que, adicionado a uma base de comparação baixa, deve resultar em um melhor desempenho tanto em vendas e rentabilidade. Dito isto, por enquanto mantivemos a nossa recomendação como Outperform para AMAR3 e nosso preço alvo em R $ 16,70 para YE2015.
Operação de Varejo. Receita Líquida decresceu 2,6% no 2Q15 (+ 0,7% no volume de itens vendidos e -4,9% no preço médio), impactado pela
(I) a retração de 4,2% no SSS no período e
(Ii) a estratégia comercial da empresa com base em produtos de menor preço, a fim de se adaptar ao cenário macroeconômico desfavorável atual e aumentar a competitividade.
Com base na nova estratégia comercial e na melhoria da gestão de estoques, a Margem Bruta da Operação de Varejo cresceu 30 bps. Destacamos que esta estratégia é baseada em coleções mais baratas e não em preços promocionais.
As despesas de SG & A aumentou em linha com a taxa de inflação no período, o que, somado a um nível mais baixo da Operação de Varejo atividade, resultou em uma deterioração de 560 bps na margem EBITDA do segmento.
É importante mencionar que em 2015 a Marisa começou a provisão recompensas variáveis a cada trimestre, enquanto que até 2014 foi feito a cada semestre, o que dificultou base de comparação.
Além disso, despesas não recorrentes relacionadas com o ramp up das operações de e-commerce e de vendas diretas totalizou R$ 9 milhões.
Excluindo este efeito, a margem EBITDA da Operação de Varejo teria sido de 8,0% em vez de 6,6%. Assim a gestão, operação de e-commerce deve atingir o ponto de equilíbrio já no 4Q15.
Em relação a operação de vendas diretas, algumas iniciativas têm sido realizadas, a fim de acelerar os seus breakeven, que agora está prevista para acontecer no próximo ano (em vez de 2017).
Produtos e serviços financeiros. FPS Receita Líquida caiu 3,6% no 2Q15 como um reflexo da
(I) desaceleração da Operação de Varejo;
(Ii) políticas mais conservadoras relacionadas ao crédito
aprovação e
(Iii) menor participação dos cartões Private Label no mix de vendas.
Em relação a inadimplência, em cartões Private Label atingiu 11,4% do total da carteira em 2º trimestre2015, o que representa uma melhora de 20 pontos base em comparação com 2º trimestre2014.
Em empréstimos pessoais, a inadimplência deteriorou 260 bps no 2º trimestre2015, alcançando 11,6% do total da carteira, devido a um produto específico que foi lançado em janeiro e já interrompidas em março.
Apesar despesas racionalização, os custos de financiamento mais elevados (devido à elevação da taxa CDI) e maior inadimplência, FPS Margem EBITDA deteriorou-se 380 bps no trimestre.
Resultados Consolidados.
Com base nos fatores acima mencionados em relação ao desempenho diferentes segmentos da Marisa, a Margem EBITDA Consolidada caiu 520 bps no 2º trimestre2015. Margem Líquida desacelerou em um ritmo mais lento, beneficiou de uma carga fiscal positivo e menores despesas financeiras.
No final do 2º rimestre2015, Marisa registrou um resultado líquido negativo de R$ 20 milhões.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o desempenho da LOJAS MARISA no 2º trimestre2015, elaborado por MARIA PAULA CANTUSIO, CNPI, e MÁRIO BERNARDES JUNIOR, CNPI, analistas de investimentos do BB INVESTIMENTOS