Home   |   Expediente   |   Publicidade   |   Cadastre-se   |   Fale Conosco             

Investimentos

16 de Julho de 2015 as 17:07:17



INVESTIMENTOS - RENDA FIXA, Expectativas do Mercado de Títulos


CDS Brasil e T-bond pressionam, mas juros futuros brasileiros arrefecem, com expectativa de IPCA menor em 2016
 
A semana assistiu a mais uma retração dos juros futuros brasileiros, no horizonte de 2015 a 2020, que se seguiu a um novo recuo na expectativa inflacionária para o final de 2016, conforme compilação do Banco Central em seu Relatório Focus, publicado hoje.
 
Até então, os juros brasileiros vinham sendo pressionados para alta, especialmente pelo aumento do prêmio de risco (expresso pelo CDS brasileiro de 5 anos) e pelo retorno do T-bond de 10 anos, ambos voláteis, mas em campo de alta. Com isso, o equilíbrio das taxas de juros doméstica e norteamericana, ajustadas pelo câmbio, resultava em pressões seguidas de alta sobre os juros brasileiros. Contudo, tanto os recentes discursos hawkish da autoridade monetária quanto as menores expectativas inflacionárias para o final de 2016 arrefeceram o movimento de alta, declinando os juros futuros.
 
US Treasuries.
 
O retorno do T-bond de 10 anos permanece em um movimento de alta iniciado em março e confirmado em junho, tendo alcançado 2,439% hoje. Ao longo dos últimos dias, o yield oscilou em níveis momentaneamente mais baixos, mas sem perder a tendência altista, configurando, portanto, um falso rompimento de curtíssimo prazo. Neste momento, o retorno do treasury de 10 anos tem oscilado entre as bandas de 2,200% e 2,500%, mas ainda se mantém dentro de um canal de alta e acima da média de 30 dias, reforçando a tendência de alta.
 
Contudo, o patamar atual do yield merece especial destaque, porquanto constitui um referencial importante no histórico dos últimos 5 anos. De fato, em linhas gerais, este nível se mostrou capaz de dividir os campos de alta e de baixa nesse período, configurando mais claramente cada tendência ao superar o nível de 2,380% ou ao perdê-lo. Dessa forma, o seu comportamento merece atenção nos próximos dias, em face desta referência significativa. Por outro lado, no cenário atual, se o yield recuar para menos de 2,223%, o atual movimento de alta pode perder força e chegar a 2,085%.
 
Nos últimos 5 anos, o yield vem respeitando uma longa linha de baixa, com o maior pico em 3,986% (negociado em 05/04/2010) e a menor cotação em 1,387% (em 24/07/2012). 
 
 
Risco Brasil.
 
O CDS brasileiro de 5 anos repetiu o comportamento anterior, oscilando em torno de 252 pontos, mas permanecendo em zona de alta. Após ter superado os 250 pontos, o CDS busca níveis cada vez mais altos. Neste momento, a cotação do CDS se dirige aos níveis de Fibonacci de 259 e 277 pontos. Por outro lado, caso perca o fundo em 206 pontos, o CDS poderia reverter sua tendência para baixa. No entanto, o topo em 306 pontos (registrado em 16/03/2015) continua sendo um importante ponto de atenção, uma que vez que apenas foi superado durante a crise subprime. 
 
O retorno do bond soberano brasileiro com vencimento em 2025 (cupom de 4,25%) reduziu a sua volatilidade, mas ainda em configuração altista, respeitando o canal de alta e alinhando-se à média de 10 dias. Este comportamento requer especial atenção, uma vez que o padrão triangular costuma anteceder movimentos mais fortes de alta ou de baixa quando rompido. Assim, se superar o topo em 4,785%, a alta deverá continuar, podendo buscar o topo em 5,100%, mas se perder o fundo em 4,578%, o yield poderá reverter a tendência atual e buscar cotações mais baixas como o nível de 4,432%. 
 
 
Juros Brasileiros. A curva da estrutura a termo das taxas de juros DI repetiu o movimento de baixa da semana anterior, entre os contratos curtos e médios, mas recuperou o yield dos contratos longos, acompanhando as expectativas de menor inflação para 2016 (compiladas pelo relatório Focus do Banco Central), seguindo-se mais uma redução da inclinação negativa.
 
Com este movimento, a curvatura da estrutura a termo foi ligeiramente aplainada entre os vencimentos de 2015 a 2016, mas ainda permanecendo negativamente inclinada. Ao mesmo tempo, entre os derivativos mais longos, posteriores a 2019, a curvatura da estrutura a termo também se aplainou.
 
Conforme apuração do Banco Central publicada no Relatório Focus, o mercado ainda acumula altas sucessivas na expectativa do IPCA para o final de 2015. No entanto, na semana retrasada, a pesquisa passou a refletir também a expectativa de menor inflação para o final de 2016, após tê-la mantida estável, por seis semanas seguidas. De fato, na publicação de hoje, o Focus apesentou o segundo recuo do IPCA de 2016, confirmando recentes pronunciamentos da autoridade monetária e abrindo espaço para redução dos retornos dos contratos DI.
 
Para o final de 2015, o Focus apresenta a expectativa de IPCA em 9,12% a.a., acumulando a décima terceira elevação consecutiva, enquanto a estimativa para dezembro de 2016 reduziu-se de 5,45% para 5,44%. A estimativa para a inflação dos preços administrados manteve-se em 14,90% (para 2015). O volume de contratos DI negociados na semana apresentou pequena recuperação, com média diária de 1.400,8 mil negociações (contra 1.159,6 mil na semana anterior). 
 
O diferencial entre os contratos de vencimentos médios e longos (jan/2017 e jan/2021, de maior liquidez) reduziu-se durante a semana, especialmente em função do recuo mais acentuado do derivativo de jan/2017 (que reflete as expectativas para o ano de 2016), mas também acompanhando a elevação dos retornos mais longos. (Observando os contratos de vencimentos médios e longos, é possível notar que os retornos se mostram menores entre os vencimentos mais longos, o que leva o desenho da curva a se inclinar para baixo, gradativamente, acompanhando a projeção do tempo. O tamanho dessa inclinação pode ser medido, comparando-se a taxa do contrato de médio prazo com a taxa de um contrato longo.) 
 
Paralelamente, o FRA Cambial apresentou novo recuo dos seus retornos, acompanhando tanto a alta do dólar futuro, que proporcionou maiores descontos ao DI, quanto o própria queda da curva DI. 
 
 
Dólar comercial interbancário.
 
Após o rompimento da linha de tendência de baixa, em junho, o dólar segue em  tendência de alta, em meio a volatilidades situadas ainda em campo altista (especialmente pela superação do nível de Fibonacci de R$ 3,10 e pela sustentação do preço acima da média móvel de 30 dias). Dessa forma, o comportamento do ativo não apresenta sinais significativos de reversão para baixa neste momento. Os objetivos da atual tendência continuam sendo os níveis de R$ 3,20 e R$ 3,31. 
 
Por outro lado, se perder o fundo em R$ 2,88, de forma consistente, a moeda pode reverter a tendência de alta e buscar o patamar de R$ 2,80. 
 
De janeiro a março, a cotação do dólar no mercado spot apresentou forte valorização, rompendo níveis sucessivamente importantes, como o topo em R$ 2,90, e vem se mantendo acima desse referencial até o momento. Ao longo do período, porém, o mês de maio foi marcado por uma particular redução da volatilidade, sob a forma de um padrão gráfico triangular – que costuma anteceder movimentos mais intensos de alta ou de baixa,quando rompido.
 
Nas últimas semanas, entretanto, a oscilação foi efetivamente rompida e confirmada, rumando em direção a preços cada vez mais altos e alinhando-se à tendência primária de alta. Cabe notar que não apenas o padrão triangular foi rompido, mas também foi superado os próprios níveis de Fibonacci em R$ 3,03 e R$ 3,10, os quais figuraram como um relevantes resistências no histórico recente. 
 
Entre o ápice observado em set/2002 e o fundo registrado em jul/2008, a cotação do dólar comercial (interbancário) oscilou em meio a baixas sucessivas, partindo de R$ 3,74 e chegando a R$ 1,55 (nos fechamentos mensais). Contudo, o comportamento posterior merece especial destaque, em vista da formação de um consistente movimento de alta, pouco comum, identificado graficamente no rompimento de quatro sequências baixistas de prazos menores e pela acumulação e convergência de médias.
 
Paralelamente, também o fundo formado em R$ 1,55 – que foi tocado em dois momentos e respeitado como um limite à força de baixa – reforça a cotação para níveis sucessivamente maiores, em harmonia com os níveis de preço referenciados pela série de Fibonacci. Esta força altista, por fim, ganhou um novo e forte impulso no mês de março, que ultrapassou o canal de alta formado desde o final de 2011, levando a cotação do dólar a níveis cada vez maiores. 
 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento dos títulos de RENDA FIXA, elaborado por RENATO ODO, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: RENATO ODO, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS





Indique a um amigo     Imprimir     Comentar notícia

>> Últimos comentários

NOTÍCIAS DA FRANQUEADORA E EMPRESAS DO SEGMENTO


  Outras notícias.
PETROBRAS: Resultado no 4º Trimestre/2023: Empresa Robusta 21/03/2024
PETROBRAS: Resultado no 4º Trimestre/2023: Empresa Robusta
 
NETANYAHU nega possibilidade de interrupção de bombardeios em Gaza 30/10/2023
NETANYAHU nega possibilidade de interrupção de bombardeios em Gaza
 
BRASKEM - Produção e Vendas no 3º Trimestre/2023: Trimestre Negativo 30/10/2023
BRASKEM - Produção e Vendas no 3º Trimestre/2023: Trimestre Negativo
 
BMG - Resultado no 2o. Trimestre/2023: Ápice da Pressão de Custos 09/10/2023
BMG - Resultado no 2o. Trimestre/2023: Ápice da Pressão de Custos
 
SABESP - Resultado no 2o. Trimestre/2023: POSITIVO 09/10/2023
SABESP - Resultado no 2o. Trimestre/2023: POSITIVO
 
LOCALIZA - Resultado no 2o. Trimestre/2023 : NEUTRO 09/10/2023
LOCALIZA - Resultado no 2o. Trimestre/2023 : NEUTRO
 
GUIA TÉCNICO DE AÇÕES, 15.09.2023. NOVO RELATÓRIO - Avalie se convém investir 18/09/2023
GUIA TÉCNICO DE AÇÕES, 15.09.2023. NOVO RELATÓRIO - Avalie se convém investir
 
AMBEV - Resultado 2º Trimestre/2023: Desempenho Consistente. 04/09/2023
AMBEV - Resultado 2º Trimestre/2023: Desempenho Consistente.
 
BRADESCO - Resultado no 2º Trimestre/2023: Momento Desafiador 04/09/2023
BRADESCO - Resultado no 2º Trimestre/2023: Momento Desafiador
 
VIA - Resultado no 2º Trimestre/2023: NEGATIVO 03/09/2023
VIA - Resultado no 2º Trimestre/2023: NEGATIVO
 
Escolha do Editor
Curtas & Palpites