MAGAZINE LUIZA
1Q15 Resultados: retração de vendas e fortes despesas financeiras
No 1º trimestre de 2015, Magazine Luiza sofreu declínio no desempenho de vendas, como resultado de um cenário desfavorável para as vendas de bens duráveis e também de uma base de comparação expandida, no 1º trimestre/2014.
A empresa foi capaz de ganhar eficiência e melhorar a sua margem EBITDA, mas taxas maiores de juros impulsionaram as despesas financeiras e diluíram a Margem Líquida.
Segundo a direção da Empresa, ela mantera foco em iniciativas importantes para ganhar maior participação no mercado e melhorar sua rentabilidade.
Embora acreditarmos na capacidade de execução dessa estratégia, esperamos um cenário macroeconômico adverso e um impacto especialmente nas vendas de bens duráveis.
Neste sentido, revisamos nossas projeções para o desempenho da empresa para os próximos anos e lançamos o nosso novo preço-alvo de R$ 9,80 para o final de 2015 (YE2015) (antes projetado em R$ 14,80), o que representa um upside de 105,4% em relação à cotação da ação em 14.05.2015, de R$ 4,77. MGLU3 está sendo comercializada a 7.8x P /E e a 5.7xEV/EBITDA.
Top Line. A receita bruta diminuiu 1,6% no período, para R$2,6 bilhões, impactada por:
(i) o atual cenário desfavorável para as vendas de bens duráveis e
(ii) uma forte base comparativa de 1Q14, quando as vendas cresceram 26,6% no período, impulsionado pelas vendas de aparelhos de televisão como um efeito da Copa do Mundo. Mesmo assim, a companhia registrou ganhos de participação de mercado: de acordo com o IBGE, nos primeiros dois meses de 2015, o mercado de móveis e eletrodomésticos encolheram 4,3%.
Excluindo o efeito das vendas robustas de TV, as vendas brutas no Magazine Luiza teria aumentado 4,8% no 1Q15. Este efeito também teve um impacto negativo no SSS (Same Store Salles = Vendas nas Mesmas Lojas), que diminuiu 3,0% no 1Q15, contra um aumento de 25,4% no 1Q14.
As receitas de E-commerce cresceram 9,2% no período, representando 17,9% do total das vendas (180 bps YoY). Receita Líquida diminuiu a um ritmo mais lento em comparação com a Receita Bruta, -0,7% face ao período homólogo (1º trim/2014), em resultado de um aumento de smartphones e tablets no mix de vendas, produtos que estão isentos de impostos de PIS / COFINS.
Margens operacionais. Margem Bruta manteve-se estável em 27,3%. Apesar de uma maior participação do comércio electrónico nas vendas totais, o mix de vendas foi beneficiado por uma menor participação de televisores.
Margem EBITDA aumentou 40 bps, para 5,7%, principalmente devido a:
(i) despesas com vendas estáveis, beneficiado pelos ganhos de produtividade nas lojas e em logística, que compensaram a pressão da inflação;
(ii) um aumento de R$ 15 milhões em receita diferida, beneficiado principalmente por uma alteração do contrato assinado com a Cardiff, seus parceiros no segmento de seguros e
(iii) uma expansão de 19,4% no período, para R $ 27milhões, no resultado de equivalência patrimonial da Luizacred. A Margem Líquida encolheu 80 bps, para 0,1%, impactada negativamente pela deterioração do Resultado Financeiro Líquido.
Endividamento e Resultado Financeiro. A Dívida Bruta subiu 52,8% no período, para R$ 1,9 bilhões. Como o Caixa Total aumentou em um ritmo mais lento no período (+20,5%), totalizando R$ 652 milhões, a Dívida Líquida expandiu-se 78,3% para R $ 1,2 bilhão.
Como resultado, a relação Dívida Líquida/EBITDA aumentou de 1,5x em 1Q14 para 2,0x no 1Q15. O maior nível de endividamento e a elevação da taxa CDI tiveram impacto negativo sobre as despesas financeiras, que cresceram 30,8% no período, para R$ 125 milhões. Como decorrência, o Resultado Financeiro Líquido deteriorou-se 46,2%, com a despesa financeira de R$ 97mn.
Capital de Giro. Capital de Giro Líquido totalizou R$ 691 milhões no 1Q15, representando 6,0% da Receita Bruta. No 1Q14, Capital de Giro Líquido totalizou R $ 238mn, representando apenas 2,3% da Receita Bruta.
Esta deterioração foi impulsionada principalmente por um maior nível de estoques (devido a vendas fracas) e um menor nível de fornecedores (devido a uma desaceleração nas compras). Gestão já fez alguns esforços para ajustar os estoques da empresa para o nível atual de demanda.
1T14 1T15 YoY 2013 2014 YoY
Receita Bruta 2,699 2,655 -1,6% 9,962 11,505 18,7%
Receita Líquida 2,269 2,252 -0,7% 8,088 9,779 20,9%
Varejo - Revenda de bens 2,160 2,137 -1,1% 7,715 9,298 29,8%
Varejo - Serviços 101 107 5,5% 346 449 29,8%
Outras Receitas 7 9 20,5% 27 32 17,9%
Lucro bruto 620 614 -1,0% 2,263 2,692 19,0%
Margem Bruta 27,3% 27,3% - 28,0% 27,5% -50bps
EBITDA 121 127 5,5% 412 605 47,0%
Margem EBITDA (%) 5,3% 5,7% 40bps 5,1% 6,2% 110bps
Resultado Líquido 20 3 -86,1% 71 129 81,8%
Margem Líquida (%) 0,9% 0,1% -80 bps 0,9% 1,3% 44 bps
Confira no anexo o relatório na íntegra, sobre o desempenho da empresa
MAGAZINE LUIZA, elaborado por equipe do BB INVESTIMENTOS.